Revolta do Forte de Copacabana: entenda o que foi esse período

A Revolta do Forte de Copacabana, ocorrida em 1922, foi um dos eventos que levou a República Velha ao fim. O conflito é também conhecido como “18 do Forte de Copacabana”. Continue lendo para saber mais. 

O que foi a Revolta do Forte de Copacabana?

Em 5 de julho de 1922, teve início a Revolta do Forte de Copacabana que se estendeu até o dia seguinte. Tratou-se de um movimento político-militar e foi importante por ser o primeiro grande marco do movimento tenentista. 

O conflito é conhecido também como 18 do Forte de Copacabana pelo número de pessoas que resistiram até o final, 17 militares e 1 civil. O Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro (então capital do Brasil) foi o principal cenário da revolta. 

Os tenentes do Exército Brasileiro se organizaram em oposição ao governo de Artur Bernardes, recém-empossado como presidente. Havia grande insatisfação com a República dominada pelas oligarquias agrárias de São Paulo e Minas Gerais (política do café com leite). 

Esse movimento desejava encerrar o revezamento entre os representantes dessas oligarquias no poder. O tenente-coronel Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca, foi o líder do movimento. 

Como tudo começou  

Em 1921, Artur Bernardes e Nilo Peçanha disputaram a presidência para suceder Epitácio Pessoa no cargo. Esse embate eleitoral reforçou as contradições entre as oligarquias dominantes e o exército. O clima ficou ainda mais tenso quando a imprensa divulgou cartas, supostamente redigidas por Artur Bernardes.

Nessas cartas, havia uma série de acusações ao Exército e ofensas ao marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar. O marechal Hermes da Fonseca acabou sendo preso, em 2 de julho de 1922. O motivo foi uma desavença com Epitácio Pessoa a respeito da sucessão estadual de Pernambuco. Esses fatos culminaram no levante.

A Revolta do Forte de Copacabana

  • Revoltosos bombardearam diversos polos militares, como o Arsenal de Marinha e o Quartel General, entre 5 e 6 de julho de 1922. 
  • As forças do governo dominaram a revolta, restou somente a resistência do Forte de Copacabana. 
  • Inicialmente havia 301 envolvidos. 
  • Dentro do Forte havia 29 revoltosos. Euclides Hermes saiu para negociar e foi preso, sobraram 28. 
  • Os 28 oficiais, munidos de revólveres e fuzis, marcharam pela avenida Atlântica para enfrentar as tropas do governo. 
  • Ao longo do trajeto, um civil chamado Otávio Correia aderiu ao movimento.
  • Dez dos militares participantes desistiram na marcha. 
  • Os 18 revoltosos restantes marcharam em meio ao tiroteio.
  • Houve apenas dois sobreviventes entre os revoltosos, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. 
  • Ambos se tornaram nomes importantes nas décadas seguintes. 

Causas da Revolta do Forte de Copacabana 

  • Insatisfação dos tenentes com o domínio político das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais (política do café com leite). 
  • A derrota de Nilo Peçanha (candidato apoiado pela maioria dos militares do Rio de Janeiro) para Artur Bernardes (candidato da oligarquia cafeeira). 
  • Prisão do Marechal Hermes da Fonseca (ex-presidente do Brasil). 
  • Insatisfação dos tenentes com as fraudes eleitorais da República Velha
  • Fechamento do Clube Militar.

Principais objetivos da revolta

  • Dar fim à República Velha acabando com o monopólio das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. 
  • Desejo de um sistema político democrático e mais justo. 

Exemplo

Apesar de a Revolta do Forte de Copacabana não ter sido bem-sucedida, tornou-se um exemplo para os militares e civis. Inclusive, esse episódio é entendido como a origem de outras revoltas tenentistas ocorridas depois, como:

  • Coluna Prestes;
  • Revolta Paulista de 1924;
  • Comuna de Manaus. 

O movimento dos tenentes de 1922, ajudou a preparar o terreno para a Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha. 

O tenentismo 

É importante contextualizar o movimento que se tornou conhecido como tenentismo. De caráter político e militar, o tenentismo foi um movimento de jovens oficiais brasileiros que se formou durante o período da República Velha. 

Nascido na década de 1920, o tenentismo tem como principal marco a Revolta do Forte de Copacabana. Esse movimento era formado por muitos tenentes e capitães insatisfeitos com o sistema político brasileiro, especialmente com o domínio das oligarquias. 

O tenentismo se tornou um dos principais agentes da queda da República Velha, que se estendeu entre os anos de 1889 e 1930. O período foi marcado pelo domínio das oligarquias do café e do leite, respectivamente, São Paulo e Minas Gerais. 

Como a República Velha chegou ao fim? 

A decadência da República Velha teve início na década de 1920. O movimento do tenentismo teve papel importante para essa queda. Ao longo da década de 1920, ocorreram diversas revoltas em todo o Brasil. 

Em relação ao fim desse domínio é essencial citar que nesse período havia muitas tensões sociais que também levaram à eclosão de revoltas pelo país. Alguns exemplos são:

A Revolução de 1930 

Contudo, o estopim para o fim da República Velha foram as eleições de 1930. O então presidente Washington Luís (paulista) decidiu romper o Pacto de Ouro Fino lançando Júlio Prestes (outro paulista) como candidato. 

Em resposta a oligarquia mineira se juntou a oligarquia gaúcha e aos tenentistas lançando o nome de Getúlio Vargas para presidente. Embora tenha sido derrotado, Vargas se tornou presidente através de uma revolta chamada Revolução de 1930. Assim acabou a República Velha. 

Gostou de saber mais sobre a Revolta do Forte de Copacabana? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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