Saber quem foi Tiradentes, no contexto da Inconfidência Mineira, é essencial para entender essa passagem da história brasileira. Continue lendo e conheça mais sobre os inconfidentes com destaque para Joaquim José da Silva Xavier, que era conhecido como “Tiradentes”.
Joaquim José da Silva Xavier nasceu no dia 12 de novembro de 1746, em uma família humilde da Capitania de Minas Gerais. Órfão de pai e mãe muito jovem, ele precisou realizar diferentes trabalhos para sobreviver. A função de dentista amador foi a que lhe rendeu o apelido de “Tiradentes”.
Ao longo de sua vida trabalhou também na mineração, mas foi como alferes nos quadros da cavalaria imperial que alcançou alguma estabilidade. Mesmo com pouca instrução, Tiradentes aderiu aos ideais do Iluminismo e se tornou um republicano convicto.
Devido às suas inclinações políticas, Tiradentes participou ativamente da Inconfidência Mineira. Quando o movimento foi descoberto pela Coroa Portuguesa, Joaquim José foi o único a ser punido com a pena de morte. Os outros inconfidentes foram perdoados e receberam punições bem mais leves.
O sentimento crescente de insatisfação, devido a possível derrama, mobilizou as elites contra a Coroa Portuguesa. O plano dos inconfidentes era assassinar o governador e proclamar o regime republicano na Capitania de Minas Gerais.
Tiradentes participou da conspiração por defender ideais iluministas e por ter sido prejudicado pelo visconde. O governador o destituiu do comando da cavalaria que era responsável por fiscalizar uma estrada importante da região. Porém, o plano não se realizou, os conspiradores foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis.
Visando ser isentado de dívidas pessoais junto à Coroa Portuguesa, Reis contou todo o plano e os nomes dos conspiradores. Em 1789, a derrama foi suspensa pelo Visconde de Barbacena e os envolvidos foram encarcerados, inclusive Tiradentes.
Tiradentes e outros conspiradores foram presos após a devassa (investigação). O julgamento dos envolvidos no plano durou três anos. Ao longo desse período, muitos dos presos negaram ter participado desse movimento. Porém, Tiradentes se manteve firme e reconheceu publicamente ter participado.
Muitos historiadores acreditam que alguns presos denunciaram, em seus interrogatórios, o papel de Tiradentes. Em 1792, a sentença dos inconfidentes foi anunciada e, ao todo, dez tinham sido condenados à pena de morte.
Porém, com o auxílio da Rainha D. Maria I, nove dos sentenciados à pena capital foram perdoados e condenados ao degredo (expulsos do país). O único inconfidente condenado a morte foi Tiradentes.
Os historiadores levantam duas possibilidades para esse fato, a primeira diz respeito à origem humilde de Tiradentes. Não fazendo parte de nenhuma família da elite mineradora, como os demais inconfidentes, não tinha influência na Coroa.
A outra possibilidade está relacionada ao fato de Tiradentes ter falado abertamente sobre sua participação na conspiração durante o interrogatório. A força de suas afirmações teriam feito dele uma ameaça potencial aos olhos de Portugal.
Em 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro, Tiradentes foi enforcado. Após sua morte, seu corpo foi esquartejado em quatro partes que posteriormente foram espalhadas pela estrada de acesso a Ouro Preto.
A cabeça de Tiradentes foi exposta na praça central da cidade em uma estaca. A brutalidade da realização da sentença foi uma forma de a Coroa Portuguesa dar um aviso para evitar novas revoltas.
Durante o resto do período colonial, Tiradentes ficou esquecido, assim como em todo o período imperial. Bem provavelmente, ele não foi lembrado pelo caráter republicano da Inconfidência Mineira. A construção da figura de Tiradentes como um herói se deu com a Proclamação da República.
O objetivo dos republicanos era dar destaque para brasileiros com ideais republicanos, ou seja, que contrapunham a monarquia. A condenação e o teor do movimento que levou a ela fez de Tiradentes o nome perfeito. Assim ele foi exaltado como um mártir do movimento republicano, isto é, como um herói nacional.
O dia 21 de abril foi definido como feriado de Tiradentes como uma referência ao dia em que a sua sentença de morte foi cumprida. Ao longo desse processo de conversão do inconfidente em herói houve até mesmo comparações entre a sua punição e a crucificação de Jesus Cristo.
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