Conheça a história da escravidão no Brasil e no mundo
Entende-se como escravidão, o regime de trabalho em que os indivíduos são obrigados a realizar tarefas sem receber nenhuma forma de remuneração. Aqueles que são escravizados não têm liberdades pessoais uma vez que são considerados propriedades.
Como a escravidão se originou?
O regime escravista acompanha a história da humanidade e tem sua origem relacionada às guerras e conquistas de territórios. Os povos que eram vencidos eram submetidos a trabalhos forçados pelos vencedores.
A escravidão esteve presente em todas as civilizações da Antiguidade, como:
Assírios;
Babilônicos;
Hebreus;
Egípcios;
Gregos;
Romanos.
Em cada contexto, a escravidão tinha suas próprias características. A Mauritânia foi o último local a abolir a escravidão oficialmente, no ano de 1981.
A escravidão na antiguidade
A escravidão na Grécia
A Grécia tem sua origem em torno de 2 mil a.C..
Formou-se a partir de povos nômades.
As cidades-estados (ou polis) surgiram por volta de 500 a 700 anos a.C..
Escravidão em Atenas
Em Atenas, somente homens livres e proprietários podiam tomar decisões.
Os prisioneiros de guerras eram escravos e aqueles que desejam saldar dívidas (nesse caso, apenas por um período pré-estabelecido).
Os escravos de Atenas realizavam desde tarefas domésticas até atividades agrícolas e de mineração.
Escravidão em Esparta
Esparta era uma cidade baseada num regime militarista.
Homens e mulheres recebiam treinamento para atuar na guerra.
A escravidão em Esparta era uma prática estatal, isto é, os escravizados não tinham um dono específico, pertenciam ao Estado.
Os escravos eram chamados de hilotas.
Os hilotas realizavam desde atividades domésticas até atividades agrícolas e domésticas.
Os escravos eram adquiridos através do comércio e de guerras.
A escravidão na Roma Antiga
Em torno de I a.C., Roma já tinha conquistado inúmeros territórios.
A sociedade de Roma se dividia em: patrícios, plebeus e escravos.
Os patrícios eram os donos de propriedades e do poder.
Os plebeus eram os comerciantes, artesãos e trabalhadores da terra.
Os escravos eram os indivíduos adquiridos através do comércio humano ou de conquistas.
Os escravos em Roma podiam realizar trabalho agrário ou até serem treinados como músicos, escribas, malabaristas e gladiadores.
A escravidão nas Américas e no Brasil
A descoberta das Américas e sua colonização deu início ao processo de escravidão moderna.
Pela primeira vez na história, a dominação de pessoas foi justificada pela motivação racial.
Inicialmente, houve a tentativa por parte dos países colonizadores de escravizar os povos originários das Américas.
Posteriormente, a escravidão se baseou na vinda forçada de milhares de africanos para o Novo Mundo.
A escravidão indígena no Brasil
Os portugueses, ao desembarcar no território brasileiro, em 1500, deram início a uma aproximação e tentativa de dominação dos povos indígenas.
A população indígena foi explorada, como mão de obra escrava, para a extração de pau-brasil e atividades agrícolas, entre 1540 e aproximadamente 1570.
Diversos fatores contribuíram para a substituição dessa mão de obra.
As populações indígenas sucumbiam devido às epidemias trazidas pelos brancos.
Como os indígenas conheciam o território tinham vantagens para se esconder nas florestas.
A escravidão africana no Brasil Colônia
Para Portugal, a escravidão de povos africanos se mostrou mais lucrativo.
Através do tráfico negreiro, inúmeras etnias africanas foram trazidas ao Brasil.
As condições nos navios eram precárias.
As pessoas escravizadas eram comercializadas para trabalhar em diferentes funções.
Os escravizados podiam trabalhar nas lavouras de café e cana-de-açúcar ou ainda na mineração, construção civil e nas casas realizando tarefas domésticas.
Os escravizados eram submetidos a cargas extenuantes de trabalho e castigos severos.
A média de vida de um escravizado era de cerca de 10 anos.
Como a escravidão chegou ao fim no Brasil?
A população escravizada, no Brasil, se organizou para resistir. Os indivíduos que conseguiam fugir encontravam acolhimento nos quilombos. Os quilombos consistiam em comunidades formadas por africanos fugitivos e outras pessoas marginalizadas.
Aqueles que conseguiam chegar aos quilombos podiam viver em harmonia e expressar as suas crenças. Houve organizações semelhantes nas regiões da América Espanhola.
O Quilombo dos Palmares foi o agrupamento de maior destaque no Brasil, Zumbi dos Palmares era o líder. A Inglaterra pressionou o governo português a abolir a escravidão em suas colônias.
Após a proclamação da independência, os ingleses, seguiram insistindo no fim da escravidão. Em paralelo existiam movimentos internos focados na abolição. Em 1888, a Lei Áurea foi assinada proibindo a prática da escravidão.
Contudo, os trabalhadores negros, após serem libertos, continuaram vivendo em condições precárias e não tinham oportunidades de trabalho. Aos poucos, a mão de obra imigrante substituiu a mão de obra dos ex-escravizados.
Ainda existe escravidão?
A escravidão é uma atividade ilegal, porém, ainda existem modelos de trabalho que se assemelham a regimes escravagistas em diferentes partes do mundo. Entende-se como regimes de trabalho análogos à escravidão quando os trabalhadores perdem sua liberdade através de violência, coerção ou existência de supostas dívidas.
Países como Paquistão, Índia, China, Uzbequistão e Bangladesh são conhecidos por terem um número expressivo de pessoas nessas condições. A escravidão é bastante presente nas indústrias têxteis desses países.
Porém, essa é uma realidade presente em todo o mundo, inclusive em nações europeias. A exploração sexual é um exemplo do uso desse tipo de sistema. No Brasil, é possível observar condições de trabalho análogo a escravidão nas áreas rurais e na construção civil.
Os reflexos da escravidão no Brasil
O principal reflexo da escravidão dos séculos anteriores é a desigualdade. Além disso, há um forte racismo estrutural que mantém um comportamento opressor contra a população negra.
O racismo está presente em inúmeras situações. Os jovens negros são as principais vítimas de assassinatos no Brasil, por exemplo. A maioria da população carcerária brasileira é negra, assim como o maior número de desempregados ou subempregados.
As mulheres negras são as que mais morrem em decorrência de abortos malsucedidos. Também são as mulheres negras as principais vítimas de violência obstetrícia. A sociedade brasileira e o Estado precisam se comprometer a mudar essa realidade.
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