Antologia do teatro e obras de Gil Vicente

As obras de Gil Vicente foram produzidas entre os anos de 1502 e 1536. O autor de teatro nasceu em Portugal e ganhou destaque durante os reinados de D. Manuel I (1469-1521) e seu filho D. João III (1502-1557). Continue lendo para saber mais.

Quem foi Gil Vicente?

Autor de teatro, Gil Vicente, nasceu em Portugal, no fim do século XV. Os seus textos dramáticos foram produzidos entre 1502 e 1536. O seu sucesso ocorreu durante os reinados de D. Manuel I (1469-1521) e D. João III (1502-1557). 

Pouco se conhece sobre a vida do dramaturgo, acredita-se que ele foi ourives. Vicente se casou duas vezes. O dramaturgo está inserido no Humanismo português, movimento artístico e filosófico originado na Itália, no século XIV. 

As peças de teatro vicentinas foram produzidas no contexto da Idade Média e Renascimento. Essas obras possuem caráter moralizante além de realizarem sátira social e terem temática religiosa. 

Biografia de Gil Vicente

Estima-se que o dramaturgo nasceu por volta do ano de 1465, em Guimarães, Portugal. Por não existirem documentos sobre a vida de Vicente há muitas incertezas quanto a sua biografia. O que se sabe é que o escritor se casou duas vezes.

É possível que a primeira esposa se chamasse Branca Bezerra, que faleceu em 1514. O casal teve dois filhos. Passados três anos, Vicente se casou de novo, dessa vez com Melícia Rodrigues. Eles tiveram três filhos.

Há registro de outro Gil Vicente no mesmo período em que o dramaturgo viveu. Este homem era ourives. Alguns estudiosos afirmam que, na verdade, se trata da mesma pessoa. Ele tinha vasta formação intelectual, tendo estudado italiano, francês e espanhol. Mas, ao que tudo indica, nunca frequentou uma universidade. 

Proteção da Coroa Portuguesa 

O dramaturgo Gil Vicente dedicou diversas peças para Dona Leonor de Avis (1458-1525). O ourives Gil Vicente, agraciado com o título de “mestre da balança” era o ourives particular dela. Dessa forma é possível que o escritor tenha caído nas graças da chamada “rainha velha” duas vezes. 

O rei D. Manuel, irmão de Dona Leonor, escolheu Vicente para ser o responsável pelas comemorações pela chegada de sua terceira esposa. Durante o reinado de D. João III, o dramaturgo recebeu benefícios na forma de dinheiro. 

O autor recebia proteção da Coroa portuguesa além de apoio para realizar as suas apresentações teatrais. Teve o respeito dos seus contemporâneos. Acredita-se que ele faleceu, em 1536, em Évora, Portugal. 

Características das obras do Gil Vicente

  • Uso de temas religiosos;
  • Sátira social;
  • Uso de alegorias; 
  • Teatro moralizante;
  • Peças pedagógicas;
  • Texto escrito na forma de versos
  • Forte condenação dos vícios da sociedade; 
  • Uso de personagens de caráter popular; 
  • Exaltação das virtudes do ser humano; 
  • Crítica a indivíduos da Igreja que eram corruptos. 

Categorias das obras de Gil Vicente

A crítica especializada, atualmente, divide a obra de Gil Vicente em três categorias: 

  • Autos de moralidade (caráter religioso);
  • Autos pastoris (vida campestre);
  • Farsas (situações cômicas).

Porém, os filhos do dramaturgo fizeram uma compilação das suas obras, em 1562, e classificaram da seguinte forma:

  • Comédias;
  • Tragicomédias; 
  • Obras de devoção;
  • Farsas;
  • Obras miúdas. 

Gil Vicente e o teatro

Por ter iniciado uma tradição teatral em Portugal, Gil Vicente é considerado como o criador do teatro português. Há indícios de que o dramaturgo também dirigia e atuava em suas peças. Sendo assim ele realizava todas as etapas da montagem do espetáculo teatral. 

A obra de Vicente tem como temática de maior destaque a religião. Essa era uma forma de agradar ao público em geral e ao rei D. Manuel I. Em linhas gerais, a produção teatral de Vicente está alinhada com a corte portuguesa do período. Há forte crítica moral a alguns costumes. Depois de 1536, a sua obra incomodou um pouco a Igreja. 

Obras de Gil Vicente

Confira a antologia das obras teatrais de Gil Vicente: 

  • Auto pastoril castelhano (1502); 
  • Auto da visitação (1502); 
  • Auto dos reis magos (1503); 
  • Auto de São Martinho (1504);
  • Quem tem farelos? (1505);
  • Auto da alma (1508); 
  • Auto da Índia (1509); 
  • Auto da fé (1510);
  • Auto das fadas (1511);
  • Auto da sibila Cassandra (1511 ou 1513);
  • O velho da horta (1512);
  • Exortação da guerra (1513);
  • Comédia do viúvo (1514);
  • Auto da Fama (1516);
  • Auto da barca do inferno (1516); 
  • Auto da barca do purgatório (1518);
  • Auto da barca da glória (1519);
  • Cortes de Júpiter (1521); 
  • Comédia de Rubena (1521); 
  • Farsa das ciganas (1521); 
  • Pranto de Maria Parda (1522); 
  • Tragicomédia de Dom Duardos (1522); 
  • Farsa de Inês Pereira (1523); 
  • Auto pastoril português (1523); 
  • Frágua de amor (1524);
  • Farsa do juiz da Beira (1525);
  • Farsa do templo de Apolo (1526);
  • Auto da feira (1527);
  • Comédia sobre a divisa da cidade de Coimbra (1527); 
  • Auto da história de Deus (1527);
  • Tragicomédia pastoril da serra da Estrela (1527); 
  • Auto da nau dos amores (1527); 
  • Farsa dos almocreves (1527);
  • Farsa do clérigo da Beira (1529); 
  • Auto do triunfo do inverno (1529);
  • Auto da Lusitânia (1532);
  • Romagem de agravados (1533); 
  • Auto de Amadis de Gaula (1533); 
  • Auto da cananeia (1534); 
  • Auto de Mofina Mendes (1534); 
  • Floresta de enganos (1536). 

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