A voz passiva sintética e a função da partícula ‘se’

A partícula “se” apresenta diversas funções na Língua Portuguesa. No artigo a seguir, apresentaremos algumas dessas funções, incluindo o seu uso na voz passiva sintética. Continue lendo para entender mais como se usa essa partícula em diferentes contextos.

A partícula “se” na voz passiva sintética

Quando utilizada na formação da voz passiva sintética, a partícula “se” torna-se pronome apassivador ou partícula apassivadora. Nesse caso, se apresenta com:

  • Verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos;
  • Verbos transitivos indiretos;
  • Verbos intransitivos;
  • Verbos de ligação.

Não há como caracterizar a partícula apassivadora. Em termos práticos, podemos transpor a frase para a voz passiva analítica (com locução verbal). Confira os exemplos abaixo:

  • Esconderam-se muitas verdades. (Muitas verdades foram escondidas). 
  • Entregou-se o troféu ao atleta que obteve o melhor resultado. (O troféu foi entregue ao atleta que obteve o melhor resultado). 

Índice de indeterminação do sujeito

Também pode ser chamado de:

  • Pronome impessoalizador;
  • Pronome indeterminador do sujeito;
  • Símbolo de indeterminação do sujeito.

Tem como principal característica estar sempre junto ao verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação. Também pode aparecer junto ao verbo transitivo direto desde que o objeto direto esteja preposicionado. 

Como o nome indica, a palavra “SE”, quando está nessa função, indetermina ou não indica o sujeito da oração. Algo interessante de pontuar é que esse tipo de oração não permite a transposição para a voz passiva analítica. Então o verbo sempre ficará na 3ª pessoa do singular. Confira os exemplos abaixo:

  • Vive-se bem naquele bairro. (Verbo intransitivo). 
  • Precisava-se de novas matérias-primas. (Verbo transitivo indireto). 
  • É-se responsável por todas as coisas erradas. (Verbo de ligação). 
  • Respeitou-se às regras. (Verbo transitivo direto + objeto direto preposicionado). 

Pronome reflexivo (função morfológica)

Refere-se a ação praticada pelo sujeito que recai sobre o próprio sujeito (voz reflexiva). Pode ser substituído por “a si mesmo” ou “a si próprio”. Confira os exemplos abaixo:

  • A moça machucou-se com a faca. (machucou a si mesma). 
  • Localize-se no texto. (localize a si mesmo). 

Objeto direto reflexivo (função sintática)

Aparece junto ao verbo transitivo direto cujo sujeito é animado. Confira os exemplos abaixo:

  • Levantou-se, jogou água no rosto. 
  • Vestiu-se rapidamente, ligou o carro, saiu. 

Objeto indireto reflexivo (função sintática)

Aquele que aparece quando o verbo é transitivo direto ou indireto. Confira os exemplos abaixo: 

  • Ele deu-se a liberdade de sair quando quer da empresa. 
  • Ela impôs-se uma rotina severa. 

Sujeito acusativo ou de infinitivo (função sintática)

Consiste nas estruturas formadas pelos verbos causativos:

  • Deixar;
  • Mandar;
  • Fazer e seus sinônimos.

E também nas estruturas formadas pelos verbos sensitivos:

  • Ver;
  • Sentir;
  • Ouvir e seus sinônimos.

Seguidas de objeto direto em forma de oração reduzida. Nesses casos, o pronome “SE” funciona sintaticamente como sujeito. Confira os exemplos abaixo:

  • Deixou-se ficar lendo a noite toda. 
  • O juiz sentiu-se encurralado. 

Pronome reflexivo recíproco (função morfológica)

É usado para indicar ação realizada por um dos elementos do sujeito que recai sobre outro elemento do sujeito e vice-versa. Em termos práticos, podemos substituir por “um ao outro”, “uns aos outros”. Confira os exemplos abaixo: 

  • Professora e aluna abraçaram-se emocionados. (abraçaram um ao outro). 

Parte integrante do verbo

Há verbos que essencialmente são pronominais, isto é, sempre são apresentados e conjugados com pronome. É importante não os confundir com os verbos reflexivos que acidentalmente se tornam pronominais. Geralmente, os verbos pronominais referem-se a sentimentos e fenômenos mentais, confira exemplos: 

  • Queixar-se;
  • Lembrar-se;
  • Orgulhar-se;
  • Admirar-se;
  • Torna-se, entre outros. 

Exemplos de frases:

  • Os artistas queixaram-se do tratamento recebido. 
  • Ela não se dignou a reler o texto. 

Partícula expletiva ou de realce

Nesse caso, a partícula pode ser removida do texto sem haver prejuízo para a apresentação das ideias ou para a correção. É um recurso estilístico, um reforço de expressão. Confira os exemplos abaixo: 

  • Acabou-se o amor entre as pessoas. 
  • Lá se vai mais um caminhão de eletrodomésticos. 

Conjunção subordinativa integrante

É aquela que inicia as orações subordinadas substantivas podendo ser:

  • Subjetiva;
  • Objetiva direta;
  • Objetiva indireta;
  • Completiva nominal;
  • Predicativa;
  • Apositiva. 

Confira os exemplos abaixo: 

  • Ninguém sabe se ele entregou o trabalho. 
  • Não sabemos se Luiza será candidata ao grêmio estudantil nas próximas eleições. 

Conjunção subordinativa condicional

Aquela que introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. São orações que exprimem a condição necessária para realizar ou deixar de realizar o fato expresso na oração principal. É uma relação também de nível hipotético. Confira os exemplos abaixo:

  • Se não chover, iremos à praia. 
  • Os euros serão devolvidos se ela quiser. 

Conclusão

As funções da partícula “se” são fáceis de compreender e importantes para quem está se preparando para as provas do Enem e vestibulares em geral. Nossa dica é que você faça uma revisão desse conteúdo antes da prova de Língua Portuguesa, pois poderá se deparar com questões desse tema. Assim você poderá garantir mais acertos. 

Gostou de saber mais sobre as funções da partícula “se”? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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