O trovadorismo é um movimento literário que se desenvolveu na Idade Média. Caracteriza-se pela produção de cantigas líricas (com foco em sentimentos) e satíricas (de viés crítico). Continue lendo para saber mais.
O trovadorismo é considerado como o primeiro movimento literário da Europa. Nele estão reunidos registros escritos do primeiro período da literatura medieval, entre os séculos XI e XIV.
Esse movimento se baseou na produção de cantigas líricas (com foco em sentimentos e emoções) e satíricas (críticas diretas ou indiretas). A principal característica desse movimento é a aproximação entre música e poesia.
Era comum, nessa época, que as poesias fossem criadas para serem cantadas com o acompanhamento de instrumentos musicais. Normalmente, eram acompanhadas por viola, flauta e alaúde. Por isso as poesias eram chamadas de “cantigas”.
No trovadorismo as três principais funções eram:
O menestrel era considerado superior ao jogral porque tinha a habilidade de tocar e cantar.
Os documentos que reúnem os manuscritos das cantigas trovadorescas encontradas recebem o nome de “cancioneiros”. Trata-se de coletâneas dos manuscritos produzidos a partir do século XI. Essas coletâneas reúnem as cantigas de amor, de amigos, de escárnio e de maldizer.
Tais documentos são os únicos que restaram como registros das obras trovadorescas. As coletâneas podem ser encontradas em bibliotecas de Lisboa, em Portugal, e do Vaticano.
Confira a seguir três cancioneiros que reúnem as cantigas trovadorescas:
O trovadorismo foi um movimento literário desenvolvido durante a Idade Média. É importante contextualizar que esse foi um longo período da história em que a sociedade era extremamente religiosa. A Igreja Católica dominava completamente a Europa.
O teocentrismo (Deus como centro do mundo) dominava nesse período, o homem era relegado a um lugar secundário. No período medieval, a Igreja era a principal instituição social por ser a representante da fé cristã. Apenas pessoas ligadas a Igreja sabiam ler e escrever nessa época.
O feudalismo era o sistema econômico, social e político estabelecido. A sociedade era rural e tinha como sua base os feudos, amplas extensões de terras sob o comando dos nobres. O camponês vivia de forma miserável e a propriedade de terra garantia poder.
O movimento literário do trovadorismo teve como marco inicial a Cantiga da Ribeirinha (ou Cantiga de Guarvaia). Essa cantiga foi escrita por Paio Soares de Taveirós, em 1189 ou 1198. A poesia foi dedicada a dona Maria Pais Ribeiro e escrita em galego-português (língua falada no período).
O auge do trovadorismo português se deu nos séculos XII e XIII. O declínio ocorreu no século XIV. Na Península Ibérica, o centro do trovadorismo foi a região do norte de Portugal e a Galícia.
A Catedral de Santiago de Compostela, desde o século XI, se tornou centro de peregrinação religiosa atraindo multidões. O trovadorismo teve algumas produções em prosa como novelas de cavalaria, cronicões, nobiliários e hagiografias. Contudo, o destaque ficou mesmo para a poesia.
Um dos principais incentivadores do trovadorismo foi o rei D. Dinis (1261-1325). Ele era um talentoso trovador medieval tendo produzido 140 cantigas líricas e satíricas. Outros trovadores de grande sucesso em Portugal foram:
O movimento do trovadorismo começou na região da Provença, no sul da França. No entanto, ele se espalhou por diversos países do continente. Os trovadores provençais eram tidos como os melhores e por isso eram imitados em outras regiões. O declínio desse movimento literário ocorreu no século XIV com o movimento do humanismo.
As cantigas trovadorescas podem ser classificadas em quatro tipos: cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer.
Essas cantigas se originaram na região de Provença, na França, e se caracterizam por:
As cantigas de amigo se originaram na Península Ibérica, elas são a manifestação mais antiga do lirismo português. Nessas cantigas:
É importante esclarecer que nesse período a palavra “amigo” significava amante ou namorado.
Essas cantigas se caracterizam pela sua irreverência e sátira. Os versos criticavam a sociedade, os costumes e apontavam os defeitos humanos.
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