O trabalho é uma parte essencial da vida do homem moderno. Trata-se do fundamento do cotidiano contemporâneo em que diversas atividades são realizadas voltadas para o cumprimento dessa função.
Ao longo do artigo a seguir, apresentaremos as visões de Marx, Durkheim e Weber em relação a esse conceito.
O trabalho nem sempre foi valorizado como atualmente. Durante a Idade Média, havia uma relação bem diferente com a ideia de trabalho. O fato de trabalhar denotava que o indivíduo não tinha boa condição e papel na sociedade.
O desenvolvimento do capitalismo, principalmente após a Revolução Industrial, contribuiu para a mudança da forma como o trabalho é entendido. Essa mudança continua em mutação com o surgimento de novas tecnologias, mídias sociais e comunicação.
O trabalho é um tema bastante estudado não apenas na Sociologia, mas em diferentes segmentos das Ciências Humanas. A seguir iremos apresentar as visões de três grandes pensadores clássicos da Sociologia sobre esse tema. Cada um dos pensadores atribuiu um ponto de vista para a questão do trabalho.
Marx apontou que o trabalho é um elemento decisivo para construir uma sociedade e a maneira como o indivíduo está inserido nesse contexto. É importante que esteja integrado na forma orgânica a coletividade. O trabalho é relevante enquanto se mostra útil para o agrupamento.
O filósofo e sociólogo afirmava que o trabalho possui particularidades na lógica capitalista. Na sua análise, o pensador apresenta uma visão crítica da forma como o trabalho está dividido socialmente no modo de produção capitalista:
Com base nessa divisão, Marx constrói o conceito de luta de classes. A burguesia, como detentora dos meios de produção, mantém uma relação de exploração e apropriação do trabalho do proletariado.
O conceito central do trabalho de Marx é a mais-valia, uma forma de explicar a exploração da burguesia em relação à classe trabalhadora. O trabalho transforma a natureza, produzindo mercadorias que terão valor agregado a elas. O trabalhador é responsável por produzir valor.
Na lógica do capitalismo, a força de trabalho é compreendida como mercadoria sendo que cada trabalhador recebe uma remuneração em troca de sua atividade. Essa remuneração é o que se chama de salário.
A base da visão marxista está no entendimento de que o trabalhador recebe um valor menor do que o valor que ele produz com o seu trabalho. A mais-valia é a diferença entre a riqueza produzida e o salário. Ela é a fonte da riqueza da burguesia e da exploração exercida pela mesma.
Marx não entendia o trabalho como algo positivo na sociedade. Para o filósofo se tratava de um fator alienante. O autor produziu seu trabalho na sociedade industrial do século XIX. Nesse momento havia o controle do proletariado pela burguesia.
Durkheim baseia sua análise do trabalho na divisão social do mesmo, assim como Marx. O sociólogo observa a existência de diferentes graus de especialização, a divisão de tarefas entre os membros de uma coletividade. Há padrões de solidariedade que funcionam como laços sociais, formas como os indivíduos se integram.
O sociólogo entende que as sociedades industriais e complexas, como a capitalista, tem presente a chamada Solidariedade Orgânica. A divisão do trabalho leva a interdependência entre os indivíduos, a base dos laços formados nessa integração.
Durkheim compreende o trabalho como sendo um fator de coesão social, ou seja, algo que aproxima os membros da sociedade. Assim, trata-se de um elemento que promove harmonia e afirmação social.
Max Weber escreveu, em 1904, o livro “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Nesse texto, o autor demonstra a relação entre religião e economia, os fatores que antes pareciam ser não conciliáveis. O sociólogo demonstra que o capitalismo é possível por uma mudança de postura religiosa no concernente ao trabalho.
O trabalho foi, por muito tempo, entendido como uma atividade sacrificante e penosa. Para a Igreja Católica, a busca por lucro era compreendida como um pecado. Weber estudou a Reforma Protestante no Século XVI. Seu trabalho investigou as concepções calvinista e puritana transformando a visão sobre o trabalho.
No século XVI, a Reforma Protestante foi desenvolvida por Lutero, Calvino e Henrique VIII. Para Weber essa mudança de visão levou a mudança do entendimento de “lucro”. Passa a existir a busca pelo acúmulo de capitais, algo essencial para a evolução da classe burguesa.
Foi observado então um novo cenário de fundamentação religiosa e valores que permitem a acumulação de riquezas assim como a prosperidade econômica. Weber entende que a ética protestante foi crucial para consolidar o crescimento da burguesia e o desenvolvimento do capitalismo.
Gostou de saber mais sobre as visões de trabalho? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!