O filósofo John Locke foi um dos nomes mais relevantes para a formação das bases das Teorias Modernas e o surgimento do Estado Liberal. No artigo a seguir, explicaremos como o trabalho de Locke exerceu influência nessa forma de pensar.
John Locke é um dos principais nomes da Modernidade, tornou-se conhecido pela defesa de uma teoria do conhecimento com foco empirista. Dedicou parte de suas investigações à compreensão de como a mente adquire conhecimento. Esse trabalho levou ao estabelecimento de limites para o papel da razão.
Locke também teve participação relevante na formulação de teorias científicas do seu tempo. Apesar de ser descrito como uma pessoa de temperamento calmo, John Locke se envolveu na oposição ao absolutismo inglês. Os seus argumentos defendiam a liberdade individual.
A principal contribuição de Locke como pensador político está na forma como ele aborda a relação entre governantes e governados. O filósofo dizia que a obediência somente era devida perante a proteção dos direitos naturais.
O filósofo nasceu no condado de Somerset, Inglaterra, em 1632. Seus pais, John e Agnes Locke, tinham orientação puritana e tiveram mais um filho, Thomas. A educação do futuro filósofo foi bastante influenciada pelas tendências parlamentaristas de seu pai.
Embora a família Locke não fosse abastada, John estudou em duas grandes instituições de ensino da época. Primeiro estudou no colégio londrino Westminster e depois na Universidade de Oxford.
Ainda que tivesse suas críticas ao ensino predominantemente aristotélico de Oxford, foi nessa instituição que Locke conheceu a filosofia de René Descartes. Também foi no período universitário que passou a valorizar a experiência e não o conhecimento oriundo apenas de livros.
Tornou-se amigo e secretário de Lord Ashley (que se tornaria o primeiro conde de Shaftesbury), importante personagem político do período. Essa proximidade trouxe problemas para Locke, pois, em 1674, Ashley Cooper perdeu seu cargo político e foi preso. Nesse período, John Locke esteve na França.
Devido a novas complicações, o conde de Shaftesbury foi preso novamente, em 1682. Nessa fase para evitar ter o mesmo destino, John Locke, se exilou na Holanda por cerca de cinco anos.
Locke leu a obra “Principia Mathematica”, de Isaac Newton durante o seu exílio e se tornou amigo do físico. A partir desse momento, o filósofo passou a publicar suas principais obras, textos que já estavam escritos há anos. Envolveu-se em questões políticas até poucos anos antes do seu falecimento, em 1704.
O principal fator de pesquisa de John Locke foi o conhecimento, como o ser humano o adquire. Ele defendia o conhecimento a partir da experiência, ou seja, do empirismo. Dessa forma, não acreditava que seres humanos tinham ideias inatas.
A conclusão de John Locke foi a de que as ideias se originavam apenas externamente, a mente humana não podia criá-las ou destruí-las. Para ele, tudo o que mente pode pensar teria, dessa forma, uma origem empírica.
John Locke publicou “Dois tratados”, obra sobre o governo civil, durante o seu exílio na Holanda. A segunda metade do século XVII, foi politicamente conturbada na Inglaterra, particularmente após a sucessão do rei Carlos II.
Embora a obra seja constituída de dois escritos, não devemos analisá-la dessa forma. O primeiro tratado recusa o absolutismo e o segundo faz duras críticas à proposta do direito divino de Robert Filmer. A liberdade é tratada em ambos os tratados.
John Locke argumentava contrariamente aos defensores do absolutismo que postulavam o poder dos monarcas como sendo concedido por Deus. No segundo tratado, Locke apresenta a descrição do estado de natureza como a situação em que todos têm igualdade e liberdade.
Embora John Locke acreditasse no lado positivo da liberdade e igualdade no estado de natureza reconhecia também os inconvenientes. Uma das principais questões dizia respeito à violação da propriedade.
Para resolver esses inconvenientes, Locke, acreditava ser necessário fazer um contrato social que unisse os homens. Assim eles passariam do estado de natureza para o da sociedade civil.
Deveria ser instituído entre os homens um contrato social ou um pacto de consentimento. Assim, ficaria definido que o Estado é “dono” do poder político para poder assegurar os direitos individuais. Tais direitos já existiam no estado de natureza. O contrato social é firmado em nome dos direitos naturais do homem.
John Locke é conhecido pela alcunha de pai do individualismo liberal. A obra desse filósofo teve grande relevância na formação do pensamento liberal no decorrer do século XVIII.
As Declarações dos Direitos dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789) têm a doutrina dos direitos naturais em sua base. O Estado Liberal se caracteriza por ser um Estado limitado, cuja função é preservar os direitos naturais do homem. O pensamento liberal tem como seu ponto principal a valorização do individualismo.
Agora você conhece mais sobre a influência de John Locke para a formulação das Teorias Modernas. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!