Saiba o que é paradoxo

O paradoxo é uma figura de linguagem que se caracteriza por usar termos opositores, assim como a antítese. Contudo, se diferencia da última por não ter coerência ao confrontar a perspectiva comum dos indivíduos. O enunciado evidencia a inverdade de seu próprio enunciado. Continue lendo para saber mais.

O que é paradoxo?

Também chamado de oxímoro, o paradoxo é uma figura de linguagem classificada como figura de pensamento. A base desse tipo de construção está em encadear uma lógica de significados que se excluem mutuamente. Há uma contradição que não se sustenta após a análise do contexto, pois ele reforça a ideia.

Geralmente esse recurso estilístico se apoia no rompimento com as percepções do senso comum ou da inverdade sobre o conteúdo do enunciado. Um exemplo popular de paradoxo é aquele que questiona: “O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?”. 

Exemplos de paradoxo

  • “Quem acha vive se perdendo.” (Noel Rosa); 
  • “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo); 
  • “Só sei que nada sei.” (Sócrates);
  • “Estou cego e vejo./Arranco os olhos e vejo.” (Carlos Drummond de Andrade); 
  • “Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão.” (Vinicius de Moraes); 
  • “Se você quiser me prender, /vai ter que saber me soltar.” (Caetano Veloso). 

Na frase “Quem acha vive se perdendo”, observamos o uso de termos que podem ser considerados antônimos: “achar” e “perder”. Isso inviabilizaria a associação de ambos para expressar um pensamento. 

Porém, nesse caso, “achar” foi empregado com o sentido de criação de hipóteses. Logo quanto mais a pessoa criar conjecturas mais se distanciará dos seus objetivos, da realidade. 

No outro exemplo, “Só sei que nada sei”, o autor afirma saber somente uma coisa, o fato de que nada sabe. Isso cria uma oposição ilusória, pois ambas as ideias não são excludentes, elas se complementam para dar ênfase ao questionamento. 

Conheça os tipos de paradoxo

O paradoxo é uma ferramenta utilizada por diferentes áreas do conhecimento como a filosofia e a matemática. Dessa forma, é possível observar a existência de diferentes tipos de paradoxos. Confira mais sobre esses tipos abaixo: 

Paradoxo verídico

Esse tipo de paradoxo é criado com base em premissas lógico racionais, no entanto, os resultados do processo se afastam do caráter intuitivo. Confira um exemplo:

Paradoxo do carrasco 

Um prisioneiro condenado à morte é informado, no sábado, de que o seu enforcamento será realizado na semana seguinte. O evento ocorrerá entre domingo ou sábado, ao meio-dia, a execução deveria ocorrer inesperadamente. 

De posse dessas informações, o condenado passou a acreditar que a situação era verdadeira e começou a fazer seus cálculos. Ao pensar sobre o fato, o prisioneiro percebeu que, caso chegasse vivo à sexta-feira, saberia o dia da sua pena, eliminando o inesperado. 

Contudo, seguindo seu processo dedutivo, o condenado também concluiu que não poderia ter a sentença aplicada na sexta-feira, pois violava a mesma lógica. Logo, ele identificou que existia a impossibilidade da sua morte dentro dos termos. No entanto, ao se sentir seguro por ter excluído as alternativas, qualquer dia se tornou inesperado. 

Paradoxo falsídico

Nesse tipo de paradoxo, as estruturas estão baseadas em raciocínios inverídicos. Confira um exemplo:

Paradoxo de Epiménides

Há um determinado enigma em que uma informação é apresentada às pessoas que desejam respondê-lo. No entanto, essa informação se desdobra em outra informação e assim sucessivamente. Dessa forma, se torna inviável a resolução do enigma, para entender melhor confira abaixo: 

O acusado diz “Enquanto minha mentira não for descoberta, seguirei mentindo”. O juiz então responde: “Caso o acusado minta, o seu advogado também mentirá”. Por sua vez, o advogado responde: “Quem conseguir desvendar minha mentira dirá a verdade”. 

Essas falas não levam quem ouve a lugar nenhum. 

Paradoxo condicional

Nesse tipo de paradoxo, algo somente acontecerá se algumas premissas específicas forem acatadas. Contudo, os conteúdos de tais premissas podem estar incompletos ou serem até falsos. Confira o exemplo abaixo:

Tomando por base o conceito de viagem no tempo, espera-se um ciclo causal. O indivíduo viajante temporal, necessariamente, assumirá comportamentos no passado que mudarão o futuro. 

Então, isso implica na existência simultânea de pretérito e futuro. Os dois têm estruturas que se retroalimentam e, assim, constituem o paradoxo da predestinação da vida de um indivíduo. 

Paradoxo X Antítese: qual é a diferença?

Antes de falar sobre as diferenças entre os conceitos, iremos explicar o que é antítese. Trata-se de uma figura de linguagem que utiliza, ao mesmo tempo, palavras ou expressões com sentidos opostos. 

Muitas vezes, esse tipo de construção objetiva mostrar que o indivíduo está em completo estado de desorientação. Os próprios termos que utiliza estão em lados opostos criando uma atmosfera de tensão. 

O uso desse recurso estilístico demanda a observação do contexto em que foi empregado e o conhecimento prévio que o receptor possui. Caso o leitor/ouvinte não conheça os vocábulos usados poderá não identificar a antítese. Confira o exemplo abaixo:

“De repente do riso fez-se o pranto.” (Vinicius de Moraes)

A partir do que apresentamos, ao longo do artigo, sobre paradoxo, fica evidente que os elementos contraditórios se referem a uma mesma ideia. No caso da antítese existem duas ideias opostas que se chocam e demandam uma transição de uma para a outra. Como se pode observar no exemplo acima. 

Gostou de saber mais sobre paradoxo? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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