A metáfora é uma figura de linguagem que se caracteriza por fazer uma comparação implícita. A construção não utiliza conjunção ou locução conjuntiva comparativa. Existem dois tipos de metáforas: impuras (mais simples e diretas) e puras (mais complexas e indiretas). Continue lendo para saber mais.
A metáfora é uma figura de linguagem classificada como uma figura de palavra, pois se caracteriza por apresentar uma palavra ou expressão com sentido figurado. Em outras palavras, essa figura é uma forma de comparação implícita uma vez que não usa conjunção ou locução conjuntiva comparativa.
Para que seja mais simples entender o que é uma metáfora basta dizer que se trata de dizer uma coisa querendo dizer outra. Um objeto é referenciado através de outro que possui uma relação com o primeiro.
Por exemplo, quando alguém diz “Ele tem uma vontade de ferro” está querendo dizer que a pessoa tem uma vontade tão forte quanto ferro. Outro exemplo de metáfora é a expressão “Tempo é dinheiro”. O segredo para fazer bom uso dessa figura de linguagem é descobrir a metáfora mais adequada para aquilo que se deseja referenciar.
Metáforas podem ser puras ou impuras. A diferença entre os dois tipos é a presença ou não de termos de comparação na frase.
As metáforas impuras são mais simples e diretas. Um exemplo que ilustra bem esse tipo de metáfora é a letra da canção “Amor e Sexo” de autoria de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor.
A canção possui diversas metáforas mais simples, empregadas para tentar definir o que é o amor e o que é o sexo. Através dessa comparação é possível conhecer melhor a diferença entre os dois. Confira abaixo um trecho da letra:
“Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa-nova
Sexo é carnaval
[…]”
A letra da canção compara o amor a:
Por sua vez o sexo é comparado a:
Conhecendo os elementos utilizados para fazer as comparações é possível entender o que está sendo dito a respeito do amor e do sexo. O uso da metáfora enriquece estilisticamente a letra.
Por sua vez, a metáfora pura é aquela em que um dos elementos de comparação não está explícito. Dessa forma é indireta e depende do conhecimento do leitor ou ouvinte para que possa ser identificada.
A seguir você pode ler um soneto de Mario Quintana (1906-1994) em que ele usa metáforas puras para transmitir a sua mensagem:
“Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de vela, amarelada.
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!”
Nesse soneto podemos identificar as seguintes metáforas puras:
As comparações entre esses termos e os seus prováveis significados são indiretas.
Como mencionamos ao longo do artigo, a metáfora é um tipo de comparação. Contudo, existe uma diferença bem clara entre ambas. As comparações apresentam entre os termos comparados, uma conjunção ou uma locução conjuntiva comparativa como, por exemplo:
A metáfora não possui conjunção ou locução conjuntiva comparativa porque faz uma comparação implícita. Para ficar mais clara essa diferença confira abaixo como ficaria um trecho da canção “Amor e Sexo” se fossem feitas comparações e não metáforas:
“Amor é como um livro
Sexo é como esporte
Sexo é como escolha
Amor é como sorte”.
Viu como é fácil entender o uso de metáfora? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!