Conhecida popularmente como elefantíase, a filariose linfática é uma doença parasitária com potencial de erradicação devido a sua forma de transmissão. No artigo a seguir, explicaremos o que é a doença, quais são as suas causas e como é feito o tratamento.
A filariose linfática, popularmente chamada de elefantíase, é uma doença parasitária. Essa enfermidade é causada por um parasita transmitido através da picada de um mosquito.
Após a contaminação, o sistema linfático do paciente inflama-se, gerando um grande inchaço (também chamado de edema) em seus membros. O inchaço pode aparecer também em pontos como a bolsa escrotal e os seios.
O inchaço decorrente da elefantíase pode ser incapacitante por ser muito grande e impedir que o indivíduo tenha uma vida normal. Os seus movimentos acabam ficando limitados.
A causa da elefantíase é a exposição a tipos de vermes distintos como o Wuchereria encontrado em um mosquito. A transmissão se dá quando o mosquito pica um indivíduo e o verme invade a corrente sanguínea alcançando diferentes pontos do corpo.
Essa doença é uma das principais causas mundiais de incapacidades permanentes ou de longo prazo em regiões endêmicas. Se o indivíduo demora para iniciar o tratamento pode desenvolver sequelas permanentes.
Confira abaixo os principais sintomas da elefantíase:
A elefantíase é uma doença que tem cura, o tratamento é feito através de medicamentos que matam o verme causador do inchaço. O tratamento do paciente pode incluir ainda o uso de analgésicos e técnicas que melhorem a drenagem do corpo como:
Contudo, se o paciente demorar para iniciar o tratamento iniciado pode desenvolver sequelas permanentes no corpo.
O W. bancrofti é o responsável por mais de 90% dos casos de elefantíase no mundo, o resto é decorrente da ação do B. malayi. Especificamente nas Américas, somente a espécie W. bancrofti causa essa doença.
O ciclo de vida da doença tem início com a inserção de larvas na pele humana através da picada de um mosquito.
A transmissão dessa doença no Brasil é feita pela espécie Culex quinquefasciatus, popularmente conhecida como pernilongo ou muriçoca. Somente as fêmeas dessa espécie são hematófagas, assim somente elas são vetores.
O ser humano é o único reservatório desse parasito por apresentar microfilárias no sangue. Assim que penetra na pele, o parasita entra nos vasos linfáticos, onde as larvas se desenvolvem tornando-se vermes adultos maduros.
A fêmea adulta desse verme mede de 7 a 10 cm enquanto o macho mede entre 3,5 e 4 cm. Após o acasalamento, são produzidas microfilárias com bainha e revestimento no decorrer do período noturno.
O mosquito Culex ingere as microfilárias ao se alimentar do sangue de indivíduos infectados. Em seguida, as larvas do mosquito são desenvolvidas e podem infectar outra pessoa através da picada desse agente.
Algo importante a mencionar é que o indivíduo infectado pode transmitir microfilárias por longos períodos. Isso acontece porque os vermes adultos apresentam longevidade, entre 4 e 8 anos, podendo até ser mais em alguns casos.
A elefantíase é diagnosticada através da observação das manifestações clínicas do paciente e testes de laboratório para identificar o parasito. O teste de antígeno é a principal ferramenta laboratorial para diagnosticar a doença.
Outro exame que pode ser utilizado é o de esfregaços de sangue. Essa é uma possibilidade menos sensível, mas utilizada quando o teste de antígeno não está disponível.
O exame de ultrassonografia pode ser utilizado para identificar pessoas infectadas com formas adultas vivas do parasito. Os movimentos realizados pelos vermes são chamados de “dança da filária” e pode ser importante para fazer o diagnóstico após falsos negativos de testes laboratoriais.
Acredita-se que quase 120 milhões de pessoas estiveram infectadas pela doença até o final da década de 1990. Contudo, foi organizado e colocado em prática um programa global de administração em massa de medicamentos para a eliminação e erradicação da elefantíase.
Os casos da doença diminuíram consideravelmente entre os anos de 2000 e 2018. O número baixou de 199 milhões para cerca de 50 milhões. Mas, as taxas de infecção continuam elevadas em áreas endêmicas que ainda não colocaram o programa em funcionamento.
No Brasil, essa parasitose possui distribuição urbana e focal. Observa-se a transmissão ativa dessa enfermidade apenas em Recife e sua região metropolitana como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. Essa é uma doença com potencial de ser erradicada.
Agora você conhece mais sobre a elefantíase. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!