João Figueiredo foi o último presidente da Ditadura Militar, seu governo teve início em 1979 e terminou em 1985. Esse período ficou marcado por medidas de abertura controlada. A sociedade civil assumiu um papel de forte oposição ao regime antidemocrático.
Nascido em 15 de janeiro de 1918, no Rio de Janeiro, João Batista de Oliveira Figueiredo foi o último presidente da Ditadura Militar. Seu pai, Euclides de Oliveira Figueiredo, foi um renomado militar da primeira metade do século passado. Ele lutou contra os tenentistas e foi contrário à ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930.
Sua mãe se chamava Valentina Silva Oliveira Figueiredo, da união dela com Euclides nasceram seis filhos. João Figueiredo estudou em colégios militares, primeiro em Porto Alegre e posteriormente no Rio de Janeiro. Ingressou na Cavalaria do Exército durante o Estado Novo.
O processo de abertura democrática promovido pelos militares objetivava que o Brasil tivesse governos civis autoritários e centralizadores. Não se tentava retornar a democracia plenamente. A posição de Figueiredo no comando do SNI o tornou o favorito de Geisel para a sucessão presidencial.
Os presidentes da Ditadura Militar eram escolhidos indiretamente, ou seja, sem a participação popular. A escolha do novo presidente era realizada por um colégio eleitoral formado por membros do Congresso Nacional. Ernesto Geisel anunciou João Figueiredo como seu candidato, em 1977.
A oposição consentida indicou o nome do general Euler Bentes Monteiro. Figueiredo venceu com 355 votos a 226 de Euler. A eleição foi realizada em 1978 e Figueiredo assumiu o cargo em 15 de março de 1979. Ao tomar posse, ele reforçou que daria prosseguimento à abertura da Ditadura.
Marcas do governo de João Figueiredo:
No governo de Figueiredo foi aprovada a Lei da Anistia que permitiu que milhares de brasileiros retornassem ao país. Essas pessoas haviam fugido do Brasil devido a perseguição promovida pelos militares.
Contudo, nesse mesmo governo foi aprovado o perdão judicial para os agentes da repressão da ditadura. Dessa forma, esses agentes não poderiam ser julgados pelos crimes que cometeram durante o regime militar.
Também foi durante o governo de João Figueiredo que o bipartidarismo teve fim. O país passou a poder ter partidos políticos diferentes. O objetivo dessa ação era enfraquecer a oposição realizada pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Com novos partidos, os emedebistas provavelmente perderiam votos.
A população não estava satisfeita com os lentos movimentos da ditadura para a abertura. Diante ao aumento do engajamento popular pela democracia, a linha-dura dos militares decidiu reagir organizando atentados a bomba pelo país. O Atentado do Riocentro, no Rio de Janeiro, em 1982, é o caso mais emblemático.
A oposição se fortaleceu nesse período. Isso contribuiu para que, em 1983, fosse elaborada uma proposta de Emenda Constitucional, pelo deputado federal Dante de Oliveira. Nessa emenda era proposto o retorno da eleição presidencial direta no Brasil, o que deu início à campanha Diretas Já.
Essa campanha contou com grande engajamento popular e resultou em comícios de grande porte. As Diretas Já não foram aprovadas no Congresso Nacional e em 1985 houve uma eleição indireta.
A oposição foi derrotada na votação da Emenda Dante de Oliveira. A solução foi então escolher um candidato que tivesse chances de derrotar os militares na eleição indireta. Tancredo Neves, político mineiro, era bem-visto entre os militares brasileiros.
Por sua vez, os militares escolheram o nome do paulista Paulo Maluf, uma escolha impopular que dividiu o partido. A candidatura de Tancredo recebeu forte apoio popular. Tancredo venceu com 480 votos contra os 180 de Maluf. Em 1985, a ditadura militar foi encerrada, assim como o governo de Figueiredo.
Tancredo Neves foi internado devido a graves problemas de saúde. José Sarney, seu vice, assumiu interinamente e João Figueiredo se recusou a comparecer à cerimônia de posse. Sarney continuou no cargo de presidente, pois Neves faleceu.
Após o fim da Ditadura Militar, João Figueiredo se retirou da vida pública. Optou por viver isolado em um sítio no interior do estado do Rio de Janeiro. Porém, mesmo assim retornou à cena em algumas ocasiões com objetivo de ameaçar a democracia. Concedeu algumas declarações de viés golpista.
Em 1993, foi cogitada a possibilidade de Figueiredo se candidatar à presidência no ano seguinte. Ele foi contrário à ideia. Passou a enfrentar sérios problemas de saúde a partir de 1995. Passou vários dias internado na UTI e perdeu quase totalmente a visão.
Seus problemas cardíacos e na coluna se intensificaram nesse período. João Figueiredo relatava sentir muitas dores na coluna e se submeteu a uma cirurgia espiritual com um médium. Ele faleceu no dia 24 de dezembro de 1999.
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