Ao longo do século XIX, o Romantismo se desenvolveu na literatura portuguesa, tendo três fases distintas. Em cada fase uma temática ganhou destaque. Neste artigo falaremos sobre a figura do herói nacional que foi bastante forte na fase inicial. Boa leitura!
Em 1820, eclodiu na cidade de Porto, em Portugal, a Revolução Liberal. Os revolucionários eram chamados de vintistas. Eles venceram o embate e então convocaram assembleias para que houvesse a redação de uma nova Constituição. Foram adotados os ideais democráticos da Revolução Francesa.
No ano de 1821, a família real voltou para Portugal. Em 1822, a primeira Constituição portuguesa foi promulgada. Por meio desse documento, o país deixou de ser uma monarquia absolutista e se tornou uma monarquia constitucional.
Em 1826, D. João VI, rei de Portugal, faleceu e esse acontecimento levou a uma intensa disputa pelo trono. A Guerra Civil Portuguesa (1832-1834) eclodiu devido à tensão entre conservadores e liberais.
Esse conflito é também chamado de Guerra Miguelista, Guerra dos Dois Irmãos ou Guerras Liberais. Foi nesse período, bastante turbulento, que o Romantismo se desenvolveu, a partir de 1822.
As principais marcas dessa fase são as temáticas nacionalistas e os ideais do liberalismo. A história de Portugal é retomada nessa fase especialmente por meio de personagens medievais. Destacou-se nesse período:
Portugal vivia, naquele período, um contexto político turbulento que dificultou o surgimento de uma nova literatura. É possível identificar forte presença dos padrões do classicismo nas produções dessa fase. O nome de maior destaque desse período do Romantismo foi Almeida Garrett.
O marco inicial dessa fase é o poema “Camões” de Garrett. O poeta Luís Vaz de Camões é apresentado como um herói romântico, que está envergonhado do seu país. Vale mencionar ainda Antonio Feliciano de Castilho e Alexandre Herculano.
Essa fase é marcada por obras dotadas de mais sensibilidade, os enredos são quase sempre trágicos e passionais. O exagero confere as produções ares de melancolia e um toque soturno. Nesse período, houve forte influência de autores estrangeiros como o inglês Lord Byron e do alemão Johann Wolfgang von Goethe.
Os autores portugueses da segunda fase do Romantismo se afastaram dos ideais liberais e revolucionários. As obras literárias eram desenvolvidas com foco em agradar o gosto da burguesia, classe já consolidada.
O principal nome dessa fase foi Camilo Castelo Branco e sua obra mais conhecida é “Amor de Perdição”, de 1846. O autor apresentou ao leitor uma tragédia passional nesse livro. Dentre as suas características mais marcantes está o vocabulário intenso e excessivo. A temática do herói nacional foi abandonada.
Essa geração do Romantismo apresentou algumas características que se desenvolveriam mais no Realismo. Os personagens idealizados e os exageros foram deixados de lado. Ainda havia a busca por liberdade e autonomia artística, mas as hipérboles e o pessimismo dos autores da geração anterior foram abandonados.
A terceira geração é chamada também de “Romantismo Social” por romper com a estética narcisista anterior. O autor francês Victor Hugo exerceu grande influência sobre os autores desse período.
O nome de maior destaque dessa fase do romantismo português foi Antero de Quental, considerado o segundo maior sonetista do país. Ele desejava retomar o espírito revolucionário da primeira geração. Buscou combinar o cientificismo e o racionalismo com a produção artística.
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