Em 07 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono do Brasil em favor de seu filho de apenas cinco anos. Até 1840, ano em que D. Pedro II assumiu o trono, o país viveu um momento turbulento repleto das chamadas revoltas regenciais. No artigo a seguir, iremos explicar mais sobre esse tema bastante cobrado nas provas de vestibular.
O que foram as revoltas regenciais?
Quando D. Pedro I abdicou do trono do Brasil, em 1831, seu filho tinha apenas cinco anos de idade. Até que D. Pedro II atingisse a maioridade, os regentes do país eram escolhidos por membros do Congresso. Os escolhidos pertenciam à elite agrária e se opunham aos liberais do federalismo.
Não havia um governo forte e a crise se instaurou, a população sofria pela escassez de recursos básicos. Nesse cenário eclodiram as revoltas regenciais, rebeliões que ocorreram em diferentes partes do país.
Participaram dessas revoltas diferentes camadas sociais desde as mais altas da sociedade, passando pelos mais pobres, até mesmo os escravizados. Os problemas locais por trás das reivindicações diferenciaram as causas das rebeliões. Cada revolta teve seus motivos e participantes distintos.
Principais revoltas regenciais
A seguir apresentaremos, com mais detalhes, as principais revoltas regenciais do país.
Revolta dos Malês
Ocorreu em Salvador, província da Bahia, em 1835.
Havia na região muitos negros escravizados e libertos inconformados com a escravidão e a imposição da religião católica.
Boa parte dos africanos escravizados de Salvador tinha origem muçulmana.
Havia nesse período, os chamados “negros de ganho”, que vendiam produtos pelas redondezas e entregavam metade para seus donos.
Esse grupo tinha facilidade em organizar o movimento revoltoso por andarem “livres” pela capital.
Muitos desses escravizados conseguiam guardar dinheiro para comprar a própria alforria.
O movimento durou menos de um dia e não obteve êxito.
Houve muitos mortos, outros foram presos e em torno de quinhentos negros libertos foram exilados para a África.
Ainda que não tenha tido sucesso, o levante dos Malês se destacou pela organização dos povos menos favorecidos.
Revolta da Cabanagem
Ocorreu na província do Grão-Pará, entre os anos de 1835 e 1840.
O movimento foi realizado por negros, índios e cabanos (pessoas que moravam em cabanas).
As causas do movimento eram a luta pela melhoria da vida dos mais pobres e a perda do domínio político de produtores rurais.
Obtiveram algum êxito, pois conseguiram conquistar a capital Belém.
Inclusive, chegaram a declarar a independência do Pará.
Contudo, o sucesso foi repentino. Foram derrotados pelo governo, em 1840.
Houve em torno de 30 mil mortos.
Aqueles que conseguiram fugir eram perseguidos até serem mortos.
Em torno de 40% da população paraense da época foi dizimada.
Revolta da Sabinada
Essa revolta ocorreu na Bahia, dois anos após a revolta de Malês.
Os envolvidos nessa rebelião eram pessoas de classe média, ricos e militares.
O nome é uma referência ao líder do movimento, o médico Francisco Sabino.
Os militares reivindicavam salários mais altos e estavam insatisfeitos porque o governo regencial queria enviá-los para lutar em conflitos no Sul do Brasil.
Os outros integrantes dessa revolta desejavam maior participação política e acesso ao poder.
O grupo obteve algumas vitórias, chegaram até mesmo a proclamar uma república, algo que durou somente alguns meses.
Foram duramente reprimidos pelas autoridades da província.
Houve muitas mortes, incluindo o líder da revolta. Outros participantes foram executados ou deportados.
Revolta da Balaiada
Ocorreu no Maranhão, entre os anos de 1838 e 1841.
Aderiram a esse conflito, escravos, quilombolas, artesãos e pessoas da camada mais pobre.
O objetivo era dar fim a exploração feita pela classe dominante, formada por produtores rurais e grandes comerciantes locais.
No entanto, essa revolta começou devido à disputa das elites locais.
O nome da revolta é uma referência a um dos seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, comerciante de balaios.
Os rebeldes foram dominados pelo exército comandado pelo futuro Duque de Caxias.
Revolta Farroupilha
Essa revolta é também conhecida como guerra dos farrapos.
Ocorreu no Sul do Brasil, na província de São Pedro, do Rio Grande do Sul.
Os rebeldes desejavam mais autonomia econômica e política.
Destacaram-se dentre os revoltosos importantes personagens históricos como Bento Gonçalves, Anita Garibaldi e Giuseppe Garibaldi.
Em 1838, houve a aclamação da República de Piratini ou Rio-Grandense.
Foi escolhido como presidente, o líder Bento Gonçalves.
Apenas em 1845, os integrantes desse levante foram derrotados pelo governo regencial.
O fim das revoltas regenciais
A principal causa das revoltas regenciais foi a falta de um governo forte e centrado na figura do imperador. Para que essas revoltas chegassem ao fim, o Senado Federal antecipou a lei da maioridade para o príncipe poder tomar posse.
Antes de completar 14 anos de idade, D. Pedro II se tornou imperador do Brasil. A estratégia empreendida para conter as rebeliões recebeu o nome de “Golpe da Maioridade”.
Agora você conhece com mais detalhes as revoltas regenciais. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!