Os movimentos de resistência à exploração e opressão da Coroa portuguesa, no período do Brasil Colonial, receberam o nome de revoltas coloniais. Houve, principalmente, dois tipos de movimentos: revoltas nativistas (lideradas pelos habitantes nativos) e revoltas separatistas (em busca de autonomia política e econômica).
O que foram as revoltas coloniais?
Receberam o nome de revoltas coloniais, os levantes e conflitos ocorridos no período de Brasil Colônia. Esses movimentos, ocorridos principalmente nos séculos XVI e XVIII, se caracterizaram por ser movimentos de resistência contra a opressão e a exploração das autoridades coloniais.
Conheça os tipos de revoltas coloniais
Basicamente, houve dois tipos de revoltas coloniais:
Nativistas;
Emancipacionistas (ou separatistas).
Apesar de terem objetivos diferentes, os dois tipos de revoltas refletem o desejo que havia na época de mudança e autonomia.
Revoltas nativistas
Revoltas lideradas por habitantes nativos das regiões.
Objetivavam defender os interesses locais contra a exploração colonial.
Essas revoltas eram, geralmente, motivadas por questões locais como cobrança de altos impostos, monopólio do comércio, abusos dos colonizadores.
Revoltas emancipacionistas (separatistas)
O objetivo central era a independência política do Brasil em relação à Coroa portuguesa.
Revoltas lideradas por grupos que desejavam autonomia e separação de suas regiões de Portugal.
Motivações das revoltas coloniais
A seguir listamos as principais causas das revoltas coloniais com destaque para:
Exploração econômica dos recursos naturais – Portugal explorava os recursos naturais brasileiros como o ouro, o diamante e o açúcar.
Monopólios comerciais – havia uma série de práticas abusivas de Portugal em relação ao Brasil Colônia no âmbito econômico.
Cobrança de altos impostos e tributos – os colonos eram sobrecarregados por impostos pesados cobrados pela Coroa Portuguesa.
Restrições comerciais – havia limitação das oportunidades comerciais brasileiras devido ao monopólio português.
Conflitos étnicos e sociais – havia grande tensão entre os portugueses, indígenas, mestiços e escravizados africanos.
Autoridade baseada em abusos – as autoridades coloniais eram conhecidas por abusar do seu poder impondo leis e interesses da Coroa Portuguesa.
Desejo de autonomia e liberdade – havia o desejo por parte de muitos colonos de ascender política e economicamente.
Principais revoltas coloniais nativistas no Brasil
Confira abaixo mais detalhes sobre as principais revoltas coloniais nativistas ocorridas no período do Brasil Colônia.
Revolta de Beckman (1684)
Aconteceu no Maranhão.
Teve a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman.
Eles protestavam contra o domínio exercido pelos senhores de engenho portugueses.
E também contra o monopólio comercial da Companhia de Comércio do Maranhão.
Revolta de Filipe dos Santos (1720)
Aconteceu na região de Minas Gerais.
Essa revolta foi um dos primeiros movimentos de resistência contra a exploração do ouro realizada por Portugal.
Filipe dos Santos foi o líder de uma insurreição popular contra a cobrança de altos impostos e políticas abusivas.
Revolta dos Mascates (1710-1711)
Revolta ocorrida em Pernambuco.
Baseou-se no conflito entre os comerciantes locais (mascates) e os senhores de engenho.
Os senhores de engenho detinham o poder econômico.
Os mascates desejavam mais autonomia política e econômica em relação à Coroa Portuguesa.
Revolta dos Emboabas (1707-1709)
Conflito entre bandeirantes paulistas e migrantes portugueses (emboabas) que chegaram à região buscando ouro.
Havia forte disputa pelas minas e pelo direito de exploração do ouro.
Revolta dos Malês (1835)
Ocorreu após o período colonial, mas essa revolta foi bastante relevante em Salvador, Bahia.
Os malês (escravos muçulmanos) lideraram o movimento que objetivava conquistar a liberdade e dar início a uma sociedade islâmica.
Principais revoltas coloniais separatistas no Brasil
Confira abaixo mais detalhes sobre as principais revoltas coloniais separatistas ocorridas no período do Brasil Colônia.
Inconfidência Mineira (1789)
Movimento conspiratório formado na capitania de Minas Gerais.
Era um período de grande descontentamento dos mineradores locais pela cobrança de altos impostos e monopólio comercial.
Havia ainda outras políticas opressivas impostas pela Coroa Portuguesa.
O objetivo dos conspiradores era proclamar a independência da região estabelecendo uma república.
O movimento foi descoberto pelas autoridades coloniais.
Houve prisões, julgamentos, extradições e execuções de líderes importantes como Tiradentes.
Conjuração Baiana (1798)
Conhecida também como Revolta dos Alfaiates.
Ocorreu na capitania da Bahia.
Teve influência das ideias iluministas e pela Revolução Francesa.
Houve protestos contra a opressão colonial, a cobrança de altos impostos e discriminação racial.
Os revoltosos eram, em geral, indivíduos da classe média e baixa.
Objetivavam a instauração de uma república democrática e igualitária.
O movimento foi reprimido violentamente pelas autoridades coloniais portuguesas.
Ocorreram prisões, torturas e execuções de lideranças do movimento.
Revolução Pernambucana (1817)
Movimento rebelde que aconteceu na capitania de Pernambuco.
Tinha como motivação uma série de fatores como as políticas econômicas, a cobrança de impostos e a influência do liberalismo.
Havia o desejo de maior autonomia política.
Foi proclamada a República de Pernambuco e houve o desejo de estabelecer um governo democrático e igualitário.
Foi reprimido como outros movimentos emancipacionistas.
Houve uma série de punições severas para as lideranças.
Agora você sabe mais sobre as revoltas coloniais. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!