O que foi a Revolta Sabinada?

A Revolta Sabinada foi um episódio marcante da história brasileira do século XIX. O levante armado ocorreu na província da Bahia, entre 1837 e 1838. Continue lendo para saber do que se tratou esse conflito e quais foram suas características mais marcantes.

Entenda o que foi a Revolta Sabinada

Entre novembro de 1837 e março de 1838, ocorreu um levante armado em Salvador. Essa revolta provincial foi realizada pelas classes médias soteropolitanas insatisfeitas com o governo central do Rio de Janeiro. Em parte esse descontentamento dizia respeito ao enfraquecimento da pauta federalista.

Não tendo o apoio nem das classes altas e nem da população em geral, a Revolta Sabinada foi derrotada pela Guarda Nacional. O nome “Sabinada” foi escolhido como referência ao líder do movimento, Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira. Sabino era médico, jornalista, republicano e revolucionário federalista.

Contexto histórico da Revolta Sabinada

Durante o Período Regencial (transição do Primeiro para o Segundo Reinado), ocorreram algumas revoltas provinciais como a Revolta Sabinada. A fase regencial teve início quando D. Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, que ainda era uma criança.  

Pedro de Alcântara, de acordo com a Constituição de 1824, somente poderia assumir o trono quando completasse ao menos 18 anos de idade. Até que o imperador tivesse idade suficiente para comandar o Brasil, o governo ficaria a cargo de regentes. 

Nesse período, ocorreu intensa disputa entre os três principais grupos políticos de maior destaque do país. Havia a exigência da autonomia das províncias. As revoltas desse período foram resultantes de alguns fatores como a falta de uma figura de poder (imperador), o desejo de autonomia e o surgimento de ideais republicanos.

As revoltas provinciais tiveram como pano de fundo a insatisfação de algumas camadas da sociedade com o governo do Rio de Janeiro. Algo interessante é que muitos historiadores entendem o Período Regencial como um tipo de experiência republicana no Brasil. 

O Ato Adicional de 1834 concedeu grande autonomia para as províncias. Além disso, o Brasil era governado por regentes eleitos. Os governadores de província ganharam poderes através do Ato Adicional. Tornou-se permitido o desenvolvimento do Poder Legislativo nas províncias. 

Contudo, os conflitos políticos que ocorriam no Brasil levaram a redução de algumas liberdades dadas às províncias a partir de 1837. Esse retrocesso ficou conhecido como “Regresso Conservador”. O enfraquecimento do projeto federalista na Bahia não foi bem recebido. 

Principais causas da Revolta Sabinada

Confira a seguir as principais causas dessa revolta. 

Falta de autonomia política e administrativa

Os revoltosos acreditavam que o governo regencial era ilegítimo. Assim havia grande insatisfação diante da falta de autonomia política e administrativa. 

Recrutamento obrigatório

Nesse período houve o recrutamento obrigatório dos baianos em função da Guerra dos Farrapos. 

Características da Revolta Sabinada

A Revolta Sabinada foi uma das revoltas provinciais que ocorreram no período regencial. Outras revoltas desse período foram: Balaiada (no Maranhão); Cabanagem (no Pará) e Farroupilha (Rio Grande do Sul). 

Contudo, há uma diferença importante entre a Sabinada e essas outras revoltas, o movimento liderado por Francisco Sabino não tinha caráter separatista. Os revoltosos desejavam instituir a “República Bahiense” até que D. Pedro II se tornasse apto a assumir o trono. Logo a insatisfação era apenas em relação ao governo regencial. 

Também é necessário observar que a Sabinada não visava romper com a escravidão uma vez que desejava ter o apoio dos escravocratas, contudo, isso não ocorreu. Esse fator acabou afastando a população escrava do conflito, pois eles não se convenceram com promessas de uma libertação para os que lutassem. 

O levante da Sabinada contou somente com a adesão das camadas médias urbanas, especialmente funcionários públicos, oficiais militares, comerciantes, profissionais liberais, artesãos e uma pequena parcela das camadas mais pobres. 

A Revolta

No dia 7 de novembro de 1837, Francisco Sabino liderou um grupo de revoltosos em Salvador que conquistou a simpatia das tropas do Forte de São Pedro. Essas tropas se juntaram ao movimento e ajudaram na conquista da cidade. 

Em resposta, foi enviada uma força legalista para conter os amotinados. Contudo, essa força acabou se unindo aos revoltosos, aumentando ainda mais o grupo. Tendo a Câmara Municipal ocupada, Sabino foi então nomeado secretário de governo da “República Bahiana”.

Sabino nomeou então dois líderes para seu governo: Daniel Gomes de Freitas como Ministro da Guerra e Manoel Pedro de Freitas Guimarães como Ministro da Marinha. Os revoltosos conquistaram vários quartéis militares nos arredores de Salvador em apenas quatro meses.

Em paralelo, as forças legalistas se reagruparam no Recôncavo Baiano, preparando o contra-ataque. No dia 16 de março de 1838, a ofensiva regencial teve início com o bloqueio terrestre e marítimo de Salvador. A emigração maciça da cidade teve início assim que ela foi sitiada. Não demorou para que se iniciasse a escassez de alimentos. 

Consequências da Revolta Sabinada

As forças governamentais, contando o auxílio do exército e de milícias locais, reconquistaram a cidade de Salvador. Severamente reprimida, a Sabinada, deixou um saldo de quase dois mil mortos e três mil presos. 

Os líderes de maior destaque do movimento foram condenados à pena de morte ou a prisão perpétua. Alguns foram executados e degredados. Houve também os que conseguiram fugir e se unir à Revolução Farroupilha.

Agora você já conhece mais sobre a Revolta Sabinada. Para conferir mais conteúdos como este, navegue pelo blog do Hexag!

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