As Grandes Navegações representavam uma grande oportunidade de aumento de riquezas para algumas monarquias durante os séculos XV e XVI. O ímpeto de buscar por terras ainda não exploradas e por recursos abundantes era grande, mas era imprescindível contar com recursos, ou seja, financiamento.
No artigo a seguir iremos abordar justamente esse viés desse momento histórico.
A Europa, do começo do século XV, estava deixando no passado anos de crises econômicas, sanitárias e guerras. Era um momento em que a ciência e a cultura estavam voltando a florescer.
Instrumentos de navegação e a construção de barcos estavam avançando, permitindo que as grandes navegações pudessem começar. A posição geográfica privilegiada de países como Espanha, Portugal, Inglaterra e Holanda fez com que eles saíssem na frente nessas iniciativas.
Portugal não se envolvia em guerras desde o final do século 14, tinha uma política interna estabilizada nesse período e seu território era unificado. Dessa forma, o país ibérico tinha grande vantagem para se colocar em movimento rumo à descoberta de novas terras.
O objetivo central das grandes navegações era encontrar uma nova rota para chegar às Índias e, assim, poder negociar especiarias sem ficar dependente do monopólio das rotas italianas. Portugal foi o pioneiro nesse processo e certamente a invenção de ágeis e leves caravelas contribuiu para que o país saísse na frente na corrida pelas navegações.
Em 1493, os turcos conquistaram Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente, o que representou um aumento repentino de todas as especiarias. Esse era um segmento lucrativo, uma vez que as especiarias eram reconhecidas por sua capacidade de prolongar o tempo de conservação das carnes, além de melhorar o sabor das comidas.
Ao longo do tempo, o Império Português foi navegando em torno do continente africano e conquistando novos territórios que o tornaram ainda mais poderoso. Vasco da Gama, em 1498, chegou à Índia e também ao Sri Lanka, Madagascar, Macau (na China) e em outros lugares estratégicos do Oriente. Portugal fechou acordos comerciais com a Índia, Japão e China. Inclusive, conseguiu até mesmo um acordo para ocupar Macau.
No dia 22 de abril de 1500, as embarcações portuguesas chegaram a um novo e promissor território, o Brasil. Nosso país se tornou a principal colônia portuguesa e a sede do Império com a chegada da Família Real em 1808.
A Espanha deu início às suas grandes navegações oito décadas depois de Portugal. Cristóvão Colombo foi o precursor desse processo, ele tinha o objetivo de encontrar um caminho para as Índias, porém, partindo para o oeste. O navegador chegou às Bahamas e outros territórios da América do Norte, contudo, faleceu acreditando que havia chegado às Índias.
Levou alguns anos para que se percebesse que na verdade se tratava de outras terras. Novas expedições espanholas foram feitas e levaram ao encontro do Oceano Pacífico e, por fim, à “descoberta” de um novo continente.
Podemos citar entre as grandes navegações empreendidas pela Espanha a chegada à Cuba, ao México, a passagem pelo Amazonas, a conquista do Peru, além da posse das Filipinas e a descoberta do Paraguai e Chile.
Os ingleses tiveram como resultado de suas grandes navegações o reconhecimento e colonização da América do Norte e da Austrália. Por sua vez, os franceses, descontentes com a divisão feita pelo Tratado de Tordesilhas (que dividia a América entre Portugal e Espanha), disputaram e colonizaram diversos territórios como a Guiana Francesa, o Haiti, o estado da Louisiana (EUA) e o Canadá. A França também colonizou territórios na África.
A Holanda também disputou territórios com Portugal e Espanha. O país chegou a fundar a Nova Amsterdã, a atual cidade de Nova York, contudo, os ingleses recuperaram o domínio. Os holandeses também foram expulsos dos estados de Pernambuco e Bahia, tendo dominado então o atual Suriname e Curaçao.
No período em que as grandes navegações se desenvolveram, as rotas marítimas eram os caminhos para alcançar a riqueza. Havia grande déficit comercial do Ocidente em relação ao Oriente. Afinal, era do Oriente que provinham especiarias, condimentos (cravo e pimenta), perfumes, ouro, porcelana, drogas medicinais, pedras preciosas, entre outros.
Essas riquezas eram levadas por caravanas árabes para cidades italianas que detinham o monopólio do comércio e, assim, tinham grande lucro. Logo, descobrir novas rotas – e posteriormente novos territórios fontes de riquezas – era um negócio bastante relevante para as monarquias, uma vez que gerava riqueza às coroas.
Além disso, os territórios recém-descobertos eram adicionados aos impérios, aumentando a sua riqueza. No entanto, lançar expedições marítimas com essa finalidade tinha um grande custo. A burguesia era o grupo que tinha recursos, mas não tinha prestígio político e social. Dessa forma, se tornou interessante para ambas as partes que a burguesia injetasse recursos nas grandes navegações em troca de mais vantagens.
A Igreja Católica também tinha interesse em financiar essas expedições para encontrar novos territórios e, assim, ter outros locais em que conquistar fiéis. O financiamento das expedições também potencializava o poder da Igreja. Em suma, a burguesia e a Igreja Católica financiaram as grandes navegações.
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