As funções da linguagem são categorias dentro da área de estudos da linguagem e comunicação. Todo tipo de linguagem tem como função comunicar algo para alguém.
Dessa forma, considerando os elementos que formam a comunicação (emissor, receptor, canal, código, contexto e mensagem) dividimos as funções em: conativa, emotiva, fática, metalinguística, referencial e poética.
Cada uma dessas funções têm relação com um elemento da comunicação. Continue lendo para entender melhor.
O papel das funções da linguagem é analisar o discurso levando em consideração a sua utilidade para que a comunicação seja efetiva. Confira a seguir mais detalhes sobre as diferentes funções existentes.
Nessa função, o sujeito emissor da mensagem é priorizado, evidenciando, assim, os aspectos subjetivos e emocionais de quem fala. Buscando caracterizar os sentimentos do autor, na função emotiva, é comum o uso de predicativos e outros qualificadores. Confira o exemplo:
“Eu não suporto mais! Todo dia aparece um problema e toda semana fico ocupado com os outros! Eu preciso de mais tempo para mim!”
Nesse exemplo nos deparamos com um verdadeiro desabafo emocional de quem fala. Os verbos aparecem em primeira pessoa e demonstram emoção negativa. É comum que as funções trabalhem em conjunto. A função emotiva costuma ser associada a função poética.
Na função poética, a mensagem é priorizada, este é o foco central de textos em que essa função é predominante. A linguagem dessa função tem aspecto simbólico e subjetivo.
A transmissão da mensagem é o mais importante nessa função. A língua é usada como uma ferramenta estilística e estética de maneira a produzir mais impacto. Confira o exemplo abaixo:
“Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.”
Em sentido literal, ninguém pode andar “completo de vazios”. Essa expressão se refere a uma sensação interna. O autor fala sobre como se sente sem fazer isso de forma tradicional. A construção simbólica tem mais significado do que simplesmente fazer uma declaração afirmativa. Fica evidente que as escolhas feitas pelo autor objetivam potencializar a mensagem poética.
Nessa função, a prioridade é o contexto, isto é, fala sobre a realidade material, os seres e as coisas existentes. Essa linguagem se vale da precisão das palavras e não abre espaço para visões subjetivas. Dessa forma, podemos associar a função referencial com um aspecto de verdade, inclusive é bastante usada em textos jornalísticos, confira o exemplo:
“Fruto típico de climas temperados como o do Chile, o morango (Fragaria spp), é pequenino, vermelho brilhante, de aroma agradável e sabor levemente ácido. Bastante versátil, é usado para preparar smoothies, sucos, bolos, doces, sorvetes, biscoitos e pratos agridoces (especialmente saladas).”
O objetivo desse trecho é apresentar o morango, um fruto que existe na realidade material. Logo, fala sobre características e informações que possuem valor real e científico. O autor em nenhum momento expõe o seu juízo de valor sobre o morango.
Consiste em uma comunicação focada no canal, geralmente empregada como teste de eficácia do veículo em si. Expressões como “alô?”; “Oi?!”; “Tá aí?!”, entre outras, são usadas para verificar se a transmissão está sendo feita com efetividade. Confira o exemplo abaixo:
“— Não acredito que algo assim possa ser verdade! Sim, estou ouvindo.”
O foco dessa função é o código utilizando-o para falar sobre si mesmo. Exemplos dessa função são: usar o texto para falar sobre o texto, a língua para falar sobre a língua, a poesia para falar sobre a poesia. Confira o exemplo abaixo:
“Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade
“Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.”
Nesse exemplo, a metalinguagem se dá através do eu lírico decidindo produzir o poema falando a respeito da composição.
Essa linguagem se concentra no sujeito que recebe a mensagem e tem como objetivo instruí-lo, persuadi-lo ou induzi-lo a alguma coisa. A sua principal característica é ter foco no aspecto persuasivo. Confira o exemplo:
“Compre agora e só comece a pagar daqui a 60 dias!”
A linguagem conativa é bastante utilizada pela linguagem publicitária para convencer os clientes a comprar um produto ou serviço. Essa linguagem é voltada para o receptor e usa verbos imperativos como “compre”, “pague”, junto de modificadores como “agora”, “só” e “daqui a 60 dias” para persuadir quem está lendo.
Funções da linguagem consistem em elementos de comunicação. A comunicação, por sua vez, consiste no ato de transmitir mensagens e de dialogar. Há seis elementos constituintes que envolvem a efetividade da comunicação de acordo com os estados de Roman Jakobson:
Emissor – Quem fala ou escreve, aquele que transmite a mensagem.
Receptor – Quem ouve ou lê, aquele que recebe a mensagem.
Contexto – A realidade, o contexto material que se relaciona com a produção do texto.
Código – Símbolos usados para a transmissão da mensagem.
Mensagem – Conteúdo que será veiculado pelo emissor.
Canal – Transmissor ou ferramenta através dos quais é possível realizar a comunicação.
Todos esses elementos são considerados essenciais para a comunicação. Sendo assim, para realizar um bom estudo e análise das funções da linguagem é importante levar em consideração esses tópicos. Identifique qual deles está em evidência para determinar qual é a função da linguagem que predomina.
Agora você conhece as funções da linguagem!