As figuras de pensamento fazem parte da nossa comunicação diária e se caracterizam por enfatizar ideias por meio da expressão. Continue lendo para entender melhor o conceito e conhecer quais são essas figuras. Boa leitura!
Sabe quando você quer contar algo importante para outra pessoa e percebe que apenas descrever o ocorrido não é o bastante? É natural buscar apoio no uso de metáforas e exemplos que, geralmente, se encontram fora do contexto ou da realidade do interlocutor. Esses recursos são utilizados para transmitir o máximo de informações e detalhes a respeito da experiência que está sendo relatada.
As figuras de pensamento estão abrangidas no campo conhecido como semântica, onde existe relação entre o literal e o figurado. É interessante pontuar que as figuras de pensamento se encontram juntamente com figuras de construção ou sintaxe, figuras de palavras ou semânticas e figuras de som ou harmonia. Em suma, elas são parte das figuras de linguagem.
Normalmente, as figuras de pensamento apresentam sentido conotativo e simbólico. São elas: eufemismo, antítese, hipérbole, personificação ou prosopopeia, gradação, ironia, apóstrofe e paradoxo. Entenda melhor a seguir.
Essa é uma figura de pensamento utilizada quando se atribui ações, sentimentos ou qualidades humanas para seres irracionais. Confira o exemplo abaixo.
“A lua me traiu, acreditei que era para valer.”
Nessa frase é atribuída à lua, que é um satélite natural do Sistema Solar, uma ação humana, a traição. Sendo a lua um corpo celeste, ela não pode trair ninguém, somente os seres humanos podem fazer isso. Nesse exemplo, a lua é empregada de maneira simbólica para falar a respeito de uma situação.
Bastante utilizada no dia a dia, a ironia se caracteriza por significar o oposto do que está sendo dito. O objetivo dessa figura de pensamento é realizar uma sátira. O uso da ironia pode trazer em si uma carga de diferentes sentimentos.
Imagine a situação em que uma pessoa cortou o cabelo e a outra pergunta a ela:
“Cortou o cabelo?”
Então, tem a seguinte resposta:
“Não! Tirei para lavar.”
A menos que a pessoa use uma extensão capilar, não é possível retirar os fios para lavar. Então, nesse caso, o objetivo foi responder “Claro que eu cortei”.
Comunicar uma notícia triste para outra pessoa nunca é uma tarefa fácil. Na tentativa de amenizar o impacto são escolhidas palavras mais leves. Essa mudança de palavras é o que se chama eufemismo.
Trata-se de uma figura de pensamento que usa o recurso da sutileza. Pode ser usado para falar de algo triste, mas também para substituir uma palavra de baixo calão ou disfarçar uma informação.
Confira o exemplo:
“Lúcia se apropriou da ideia da irmã de maneira indevida.”
A mensagem dessa frase é: “Lúcia roubou a ideia da irmã.”
Essa figura de pensamento se caracteriza por expressar o exagero de maneira intencional. Faz o oposto do eufemismo, pois deseja intensificar a situação.
Confira o exemplo:
“Eu já repeti as instruções mais de mil vezes e você não conseguiu concluir a tarefa até agora.”
Nesse exemplo, a hipérbole foi utilizada para enfatizar que a pessoa já explicou a tarefa muitas vezes e a outra ainda não conseguiu entender.
Uma figura de pensamento menos óbvia do que as anteriores. Caracteriza-se por uma sequência de palavras ou expressões. Se a sequência está na ordem crescente se chama clímax, se está na ordem decrescente se chama anticlímax.
Exemplo
“Vim, vi e venci” – Frase atribuída a Júlio César.
Nessa frase, temos uma sequência de acontecimentos em ordem crescente.
Essa figura de linguagem consiste em aproximar ideias de sentidos contrários.
Confira o exemplo:
“Quem perder sua vida por amor de mim, achá-la a.”
A frase que Jesus disse aos seus discípulos é uma antítese porque aproxima as ideias de perder e achar a vida ao mesmo tempo. Trata-se de uma figura de pensamento em que a mensagem consiste no abandono da vaidade, maldade e inveja. O objetivo é viver apenas de amor, assim como fez Jesus.
Trata-se de uma figura de pensamento facilmente identificada. Basicamente, ela está sempre chamando por alguém e normalmente está acompanhada do vocativo. Esse vocativo não apresenta nenhuma relação com nenhum termo na frase, ele somente está lá para direcionar a mensagem para alguém ou algo.
Confira o exemplo:
“Fábio, por que você está parado na frente da janela?”
Nesse exemplo “Fábio” é o vocativo, pois é a ele que a mensagem se dirige. A ação de invocar é o que se chama de apóstrofe.
Da mesma forma que a antítese, o paradoxo relaciona termos opostos. No caso da antítese, há duas ideias diferentes, opostas e que não se anulam, elas geralmente até possuem relação. Contudo, no paradoxo a ideia em si é incoerente.
A diferença principal está no fato de que na antítese duas ideias distintas se opõem e no paradoxo a mesma se opõe. Basicamente, as palavras contraditórias são associadas a um mesmo pensamento. É na incoerência que o paradoxo dá a ênfase na ideia.
Confira o exemplo:
“Só sei que nada sei.” – Frase atribuída a Sócrates.
Nesse exemplo, há a contradição entre a afirmação de que a única coisa que Sócrates sabe é que nada sabe. Essa figura de pensamento apresenta falta de lógica ou nexo. Contudo, ao proferir essa frase, o filósofo admitiu qual era a sua única certeza.
O paradoxo pode ser bastante complexo e estar fora dos princípios básicos da compreensão humana. No entanto, esse exercício de questionamento e contradição é uma ferramenta necessária para refletir e amadurecer o pensamento humano.
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