Vivemos a era dos produtos descartáveis e um dos reflexos desse modo de vida é a grande produção de lixo. Trata-se de um grande problema para o meio ambiente e para alcançar um caminho mais sustentável. Continue lendo para entender melhor essa situação.
Atualmente, grande parte do que utilizamos é descartável, uma situação que não surgiu de um momento para o outro. Há cinco décadas, o lixo produzido era bem diferente do lixo dos dias de hoje. Essa transformação está relacionada a como o ser humano maneja os materiais a sua volta, o que gera problemas ambientais.
Para se ter uma ideia, todos os dias, cada um dos 220 milhões de brasileiros, é responsável por produzir uma média de 1,5 kg de lixo. Esse lixo é formado por itens diversos como restos de comida, cascas de frutas, lixo eletrônico, embalagens, papel higiênico, entre outros.
A destinação desse lixo pode ser diversa e boa parte dela prejudica o meio ambiente e a saúde do homem. Uma das soluções encontradas para o tratamento desse grande volume de lixo em centros urbanos é a transferência do mesmo para lixões e aterros sanitários.
Atualmente, a legislação proíbe que existam depósitos de lixo ao ar livre, no Brasil. Nos lixões, há montanhas de lixo despejadas diretamente sobre o solo. O acúmulo desse lixo causa danos para o meio ambiente, em especial pela produção de chorume. Esse líquido malcheiroso é o resultado da decomposição de matéria orgânica.
Após ser produzido, o chorume penetra no solo levando a sua contaminação. Um dos grandes problemas em relação a esse líquido é a sua infiltração nos lençóis freáticos. Isso inutiliza as reservas de água. Além disso, o lixo ainda gera a proliferação de animais transmissores de doenças como moscas, ratos e baratas.
Uma das opções de armazenamento de lixo que representa menos prejuízo para o meio ambiente é a construção de aterros sanitários. Basicamente, num aterro sanitário, o lixo é depositado em um grande buraco que está totalmente impermeabilizado.
O chorume é então impedido de penetrar no solo sendo depositado nesse buraco em camadas intercaladas de solo e entulho. Essas camadas têm o papel de reduzir o mau cheiro e a proliferação de animais que podem se tornar vetores de doenças.
Para que um aterro sanitário seja construído é essencial ser realizada uma análise ambiental. É essencial que esteja longe de fontes de água para evitar uma contaminação que pode arruinar esses recursos.
A decomposição do lixo é um processo realizado por bactérias anaeróbias e o resultado é a liberação do gás metano. Esse gás tem importante papel na potencialização do efeito estufa. Dessa forma é importante que os aterros sanitários possuem ductos para liberação de gás, evitando explosões.
Uma curiosidade é que alguns aterros sanitários já contam com a canalização do gás metano, resultante da decomposição do lixo. Nesse caso, o gás é usado para a produção de energia elétrica. Porém, ainda é essencial que existam cuidados com a construção de aterros sanitários, ainda não é a forma ideal de tratar o lixo.
O descarta de materiais no aterro sanitário elimina a possibilidade de reutilização da matéria-prima. Perde-se a oportunidade de transformar parte da matéria orgânica (resultante do lixo) em adubos e fertilizantes através de processos de compostagem. Essa atitude contribuiria para o cultivo de alimentos.
Além disso, o lixo seco, formado por itens como vidros, metais e papéis poderia ser reaproveitado por meio de processos de reciclagem. Os materiais poderiam ser usados como matéria-prima para gerar outros produtos.
A reciclagem é um processo que mais do que reduzir a quantidade de lixo também contribui para diminuir a extração de matéria-prima para produzir novos produtos. Esse processo de extração pode ser muito danoso para o meio ambiente. Podemos citar como exemplo o alumínio, metal extraído de um minério chamado bauxita.
Para produzir um quilo de alumínio é necessário extrair em torno de quatro quilos de bauxita. Isso quer dizer que são produzidos, em média, três quilos de dejetos. Por ser um minério, existe a demanda de remoção das florestas para que se possa explorar o seu solo.
A reciclagem é uma forma de tornar a cadeia de tratamento do lixo mais sustentável. Porém, ainda não é o bastante. Segundo estimativas, o processo produtivo de alguns itens pode levar a produzir uma massa de lixo até 70% maior do que a do produto final. Então é determinante que haja mudanças em nossa sociedade atual.
A incineração é o processo de queima do lixo, uma forma de fazer o problema desaparecer. Inicialmente, pode parecer uma ótima ideia, mas o lixo queimado não “some”, ele é convertido em cinzas e fumaça.
Outro ponto que deve ser considerado é que a incineração gera gases que contaminam a atmosfera, isso potencializa o efeito estufa. Então contribui para o aumento do aquecimento global. Segundo a legislação brasileira, somente dejetos hospitalares (curativos, agulha, seringas e partes de corpos) podem ser incinerados.
A melhor forma de tratar o problema do lixo na era dos descartáveis é adotar processos cíclicos nos quais os materiais possam ser reutilizados na cadeia produtiva. A reciclagem é uma forma de realizar essa reinserção. Contudo, o consumo exagerado da sociedade atual pode levar a uma situação de esgotamento dos recursos naturais.
Há diferentes fatores que incentivam o consumo desenfreado, como:
Esse modo de vida, baseado no consumismo, leva a geração de montanhas de lixo que tornam os ecossistemas mais degradados.
Agora você sabe mais sobre o lixo na era dos descartáveis. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!