Pré-modernismo no Brasil

O Pré-modernismo no Brasil consistiu em um período de grande movimentação literária, em que houve a transição entre o simbolismo e o modernismo. Esse período abarca as produções do começo do século XX e culmina na Semana de Arte Moderna de 1922.

Alguns estudiosos não consideram esse período como uma escola literária porque nele estão inseridas produções artísticas e literárias bem diferentes entre si. Basicamente, é um período de grande sincretismo estético, em que são identificadas características neoparnasianas, neorrealistas e neossimbolistas. Continue lendo para entender melhor.

Pré-modernismo no Brasil: conheça as suas principais características

Confira abaixo quais são as principais características do pré-modernismo:

  • Rompimento com moldes acadêmicos;
  • Rompimento com o passado e com a linguagem do parnasianismo;
  • Uso de linguagem simples, coloquial;
  • Exposição da realidade social do país;
  • Intenso regionalismo e nacionalismo;
  • Preferência por personagens marginalizados, como o caipira, o sertanejo e o mulato;
  • Opção por temas de cunho histórico, econômico, político e social.

O contexto histórico do pré-modernismo no Brasil

O começo do século XX foi marcado por diversas mudanças no Brasil e no mundo. Em nosso país essa foi a fase de transição entre a chamada República da Espada para a República Velha – marcada pela adoção da política Café com Leite, em que as oligarquias paulista e mineira se revezavam no poder.

Esse contexto fez com que o regionalismo brasileiro aflorasse e se expandisse na virada do século. Emergiram, então, conflitos entre a classe dominante e a dominada. Diversas revoltas eclodiram nesse período, como a Revolta da Chibata, a Revolta da Vacina, a Revolta de Canudos, a Revolta da Armada, entre outras.

O contexto direcionou os artistas da época para a realidade do país, de forma que eles passaram a utilizar uma linguagem mais simples e acessível. As obras produzidas nesse período tinham forte caráter social.

A Europa vivenciava, no começo do século passado, os movimentos artísticos de vanguardas, como o cubismo, expressionismo, surrealismo, dadaísmo e futurismo. Esses movimentos conduziam para a adoção de uma postura inovadora.

A arte apontava como um mundo novo em transição que acabaria se solidificando no Brasil com o movimento modernista de 1922. Diversos conflitos se espalharam e eclodiram pelo mundo, levando ao início da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Conheça os autores brasileiros do pré-modernismo

Os escritores do período pré-modernista tinham um posicionamento mais crítico no tocante à sociedade e, também, aos modelos que herdaram de movimentos literários anteriores. Boa parte desses escritores apostou no rompimento com a linguagem formal do arcadismo. Focaram na exploração de temas históricos, econômicos e políticos.

Dentre os nomes de destaque no pré-modernismo estão: Graça Aranha, Lima Barreto, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. Na poesia, o paraibano Augusto dos Anjos merece destaque. Vamos conhecer um pouco mais sobre esses escritores abaixo.

Euclides da Cunha (1866-1909)

Além de escritor, Euclides Rodrigues da Cunha foi poeta, jornalista, ensaísta, geógrafo, historiador, sociólogo e engenheiro. Foi ocupante da cadeira 7 na Academia Brasileira de Letras entre os anos de 1903 e 1906.

A sua principal obra é “Os Sertões: Campanha de Canudos”, de 1902, que está dividida em três partes: A Terra, o Homem, a Luta. É uma publicação de cunho regionalista em que é retratada a vida do sertanejo.

Graça Aranha (1868-1931)

José Pereira da Graça Aranha, mais conhecido apenas como Graça Aranha, entrou para a história como um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Além de escritor, o maranhense foi diplomata.

A obra mais relevante do autor é “Canaã”, publicada em 1902. O foco dessa obra é a migração alemã no Espírito Santo. Também merecem destaque obras como: Malazarte (1914) e A Estética da Vida (1921).

Monteiro Lobato (1882-1948)

José Bento Renato Monteiro Lobato foi um dos escritores de maior influência do século XX. Além de escritor, foi também tradutor, ensaísta e editor. O maior sucesso da carreira de Lobato com certeza são suas obras infantis de caráter educativo, como os livros da série “Sítio do Picapau Amarelo”.

No ano de 1918, publicou uma coletânea de contos e crônicas de caráter regionalista intitulada “Urupês”. No ano seguinte, publicou “Cidades Mortas”, um livro de contos sobre a queda do Ciclo do Café.

Lima Barreto (1881-1922)

O escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto tornou-se popularmente conhecido apenas como Lima Barreto. A obra desse autor rompeu com o nacionalismo ufanista e criticou o positivismo.

Sua obra mais emblemática é “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, que tem como principal característica ter sido escrita em linguagem coloquial. Lima Barreto critica a sociedade urbana do período.

Augusto do Anjos (1884-1914)

Augusto do Anjos é considerado como um poeta simbolista, no entanto, seu maior destaque se deu no período do pré-modernismo. Apelidado de “poeta da morte”, abordou em suas obras temas sombrios e inquietantes. Foi o ocupante da cadeira n° 1 da Academia Paraibana de Letras.

A única obra do poeta publicada durante a sua vida foi “Eu”, de 1912, em que estão reunidos vários poemas considerados chocantes por abordar temas violentos e agressivos com o uso de linguagem cotidiana e coloquial. O autor também empregou algumas palavras entendidas como sendo antipoéticas.

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