A poluição radioativa ou nuclear é tida como a mais perigosa forma de poluição existente, de acordo com estudiosos do ramo. No artigo a seguir explicaremos no que consiste essa poluição, qual é a sua origem e como lidar com esse risco iminente.
A poluição radioativa é oriunda da radiação, que por sua vez, é um efeito químico derivado de ondas de energia, sejam elas de luz, calor ou outras. Embora a radiação exista naturalmente no meio ambiente, ela vem sendo excessivamente liberada pela ação humana. Em demasia, a radiação pode gerar mutações em diferentes espécies de seres vivos, inclusive no ser humano, podendo causar câncer.
Por não existir maneiras eficientes de descontaminação de áreas afetadas pela poluição radioativa, o protocolo nesses casos é isolar o local. Outro ponto crítico a respeito dessa poluição é que os átomos radioativos têm duração bem longa. O plutônio possui tempo de meia vida de cerca de 24,3 mil anos, por exemplo.
Em 1938, foi descoberta a fissão nuclear que consiste na quebra do núcleo de um átomo instável, liberando calor. Na sequência dessa descoberta foram realizados diversos estudos científicos a respeito da radioatividade, levando ao desenvolvimento de uma série de tecnologias, algumas benéficas para o ser humano.
A radioatividade pode ser utilizada na medicina (exames, radioterapia, entre outras finalidades); produção alimentícia e agricultura (conservação e proteção de alimentos da ação de pragas); geração de energia nuclear e para produzir armamentos bélicos.
Como mencionamos anteriormente, não há soluções efetivas para a poluição radioativa. Sendo assim, mesmo tendo aplicações positivas, ainda é uma tecnologia que oferece grande perigo. O uso dessa tecnologia demanda rigoroso controle para evitar danos como os decorrentes do acidente ocorrido na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
O acidente ocorreu devido a uma explosão de vapor ocorrida num reator. Houve o derretimento nuclear que ocasionou a contaminação da área devido à liberação de uma quantidade letal de material radioativo. Estima-se que a poluição radioativa causada por esse acidente foi em torno de 400 vezes superior ao que foi produzido pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki.
O acidente de Chernobyl ocasionou um prejuízo de US$ 18 bilhões, além de levar à contaminação da população e do solo. A região foi abandonada. Mais recentemente outro acidente ocorreu em Fukushima, no Japão, também gerando a contaminação da região. Acredita-se que os danos serão sentidos ao longo de muito tempo.
Humanos e animais podem ser contaminados de forma interna ou externa pela poluição radioativa. No primeiro caso, o material radioativo entra no organismo fazendo com que os átomos radioativos se incorporem a ele. A contaminação interna se dá através da ingestão de alimentos com substâncias radioativas, inalação ou através de cortes.
Já a contaminação externa pode ser ocasionada pela exposição a uma fonte de radiação presente no ambiente, a seguir explicaremos quais são elas:
Trata-se da radiação oriunda do espaço como a que é produzida pelo sol. O sol emite radiação ultravioleta (UV) que passa pela atmosfera terrestre – e devido à degradação da camada de ozônio – pode ocasionar câncer de pele em muitas pessoas, por exemplo.
Os raios X são produzidos artificialmente a partir de um feixe de elétrons num metal, normalmente o tungstênio. Ocorre a liberação de energia na forma de raios X. Trata-se de uma radiação com grande potencial de penetração. Bastante utilizado para exames médicos, os raios X representam um perigo quando emitidos em quantidade descontrolada, podendo causar câncer.
Essa onda eletromagnética é emitida a partir de um núcleo instável, geralmente libera partículas beta paralelamente. Possui alto grau de penetração e pode levar a sérios danos nos órgãos internos se for ingerido ou inalado.
Consiste numa partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. No ar tem alcance pequeno (1-2 cm), no entanto, se for inalado ou ingerido pode levar a sérios danos nos tecidos e órgãos internos.
Trata-se de um elétron (carga negativa) emitido por um núcleo instável. Sendo partículas menores do que as alpha, podem penetrar mais profundamente nos tecidos. Representam grande risco se forem ingeridas ou inaladas, podem causar queimaduras na pele.
Acontece quando um nêutron é emitido por um núcleo instável. Tipo de radiação que acontece especialmente em reações no reator nuclear. Muito penetrante, essa radiação libera concomitantemente partículas gama e beta.
A poluição radioativa pode ser proveniente de fontes naturais, como minerais radioativos presentes na natureza e radiação por raios cósmicos. Há também as fontes antropogênicas (causadas pelo homem) como os raios X e raios gama provenientes de atividades médicas como exames e tratamentos.
Nessa categoria também estão incluídos os testes nucleares, em particular quando feitos na atmosfera. Esses testes estão por trás do aumento dos níveis de radiação do planeta. Durante a realização de um teste nuclear são liberados inúmeros radionuclídeos na atmosfera.
O vento dispersa essa poeira radioativa por longas distâncias e os radionuclídeos se misturam à água da chuva, penetrando no solo, nos rios e podendo contaminar nossos alimentos. Outras importantes fontes antropogênicas são os reatores nucleares (a radiação deles pode escapar) e os acidentes nucleares.
Visando diminuir os efeitos negativos da poluição radioativa e prevenir acidentes, diversas medidas de segurança são adotadas quando há o manejo dessa tecnologia. Há uma série de normas internacionais e órgãos reguladores para garantir a segurança da operação de reatores nucleares. O treinamento dos funcionários também é um dos focos dessas medidas.
Além do manejo seguro do material radioativo, é fundamental se atentar para a correta destinação do lixo atômico. O fim desse material deve ser em instalações próprias de armazenamento de longo prazo ou definitivas. É necessário um longo período para que o material radioativo se torne inofensivo.
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