A figura de linguagem conhecida como polissíndeto é um recurso estilístico de escrita que está categorizado como uma figura de sintaxe. Caracteriza-se pelo uso de síndetos, isto é, de elementos conectivos (conjunções) em períodos compostos. No artigo a seguir explicaremos mais sobre essa figura de estilo.
O polissíndeto é uma figura de linguagem classificada como figura de sintaxe ou de construção. Tem como principal característica o uso de síndetos, isto é, elementos conectivos (conjunções) em períodos compostos.
As orações coordenadas sindéticas são formadas pelo polissíndeto. Destacam-se dentre os elementos mais usados: e, ou, nem. É uma figura de sintaxe muito usada por adicionar riqueza estilística, especialmente em poesias e músicas.
A repetição das conjunções gera uma sensação de acréscimo, continuidade e sucessão. O texto ganha mais expressividade com a aplicação desse recurso. Trata-se de um recurso que pode intensificar o discurso.
São também conhecidas como figuras de construção e estão relacionadas à estrutura das frases. Esses recursos estilísticos subvertem propositalmente as normas da língua culta. Dentre as principais ocorrências estão desvios semânticos, ortográficos e sintáticos. O polissíndeto é uma dessas figuras, mas não a única.
Conheça outras figuras de sintaxe:
Reunimos abaixo alguns exemplos de polissíndeto em músicas e poesias:
Assim como o polissíndeto, a anáfora é uma figura de sintaxe que se baseia na repetição. A diferença entre os dois recursos estilísticos é que a última consiste numa repetição de palavras ou expressões e não apenas de elementos conectivos. Normalmente, a anáfora é usada no começo das frases.
Confira a seguir um exemplo:
“E o olhar estaria ansioso esperando
E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando…”
(“O olhar para trás”, Vinícius de Moraes)
No trecho acima temos um exemplo do uso das duas figuras de linguagem através da repetição da conjunção “e”.
O assíndeto é o oposto do polissíndeto, trata-se de uma figura de linguagem que se caracteriza pela omissão da conjunção coordenativa. Confira abaixo alguns exemplos:
Confira outro exemplo de assíndeto:
“Acordo para a morte.
Barbeio-me, visto-me,
calço-me”
(Carlos Drummond de Andrade)
Observe que a omissão de conectivos nessa frase transmite a sensação de que as ações se repetem indefinidamente. É um recurso estilístico interessante para dar ritmo ao texto que está sendo apresentado. O fim das ações desse trecho chegará apenas quando o eu lírico morrer.
Confira outro exemplo de polissíndeto:
Aquele dia foi um desastre, nem o buffet chegou, nem os principais convidados compareceram, nem havia bebidas, nem as luzes funcionaram, nem as flores eram bonitas.
Perceba que a repetição do termo “nem” dá ênfase à constância dos acontecimentos ruins e da carga dramática. Fica evidente que o dia foi um grande fiasco, se o autor optasse pelo uso de pontuações talvez não conseguisse expressar esse sentimento.
A palavra polissíndeto tem sua origem no termo grego “polysýndeton”. É formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e verbo “syndéo” (ligar, unir). Dessa forma, polissíndeto significa “muitas ligações”. Esse nome faz todo sentido, pois essa figura se caracteriza pela repetição de conjunções para fazer conexões.
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