O PIB do Brasil foi bastante impactado pelos efeitos da pandemia do coronavírus em 2020, assim como o restante do mundo. O isolamento social que manteve milhões de pessoas em suas casas ao redor do globo está contribuindo para uma verdadeira recessão que já apresenta seus reflexos em nosso país e tende a ainda gerar várias outras consequências nos próximos anos.
A sigla PIB refere-se a Produto Interno Bruto e nada mais é do que a soma (usando valores monetários) dos bens e serviços produzidos internamente no país em um determinado período com os impostos. Desse valor, é subtraído os subsídios que não foram adicionados ao valor dos produtos.
Não fazem parte da conta os serviços cujo consumo é intermediário, apenas produtos e serviços finais. Isso é importante para evitar uma dupla contagem. A metodologia de cálculo do PIB foi desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o cálculo do PIB do Brasil são considerados:
Nesta categoria estão os produtos vendidos diretamente para o consumidor final, indo desde o pãozinho do café da manhã até um carro.
Todos os que são prestados e devidamente remunerados, desde o trabalho da empregada doméstica até o banco.
Gastos realizados pelas empresas para elevar a sua produção futuramente.
Todos os gastos realizados para atender demandas da população, incluindo desde o pagamento do salário dos professores da rede pública até a aquisição de remédios para distribuição gratuita.
Para o cálculo do PIB do Brasil não são considerados:
Bens que são utilizados para a produção de outros bens.
Como o trabalho da dona de casa.
Não são consideradas no cálculo do PIB vendas de carros usados e de casas já construídas, por exemplo.
Não entram no cálculo os trabalhadores sem carteira assinada e o jogo do bicho, por exemplo.
O objetivo do PIB é mensurar a atividade econômica de uma região, assim como o seu nível de riqueza. Quanto maior a produção em um período, mais se está consumindo, investindo e realizando a venda. O cálculo do PIB não leva em consideração a distribuição de renda desigual.
Outro indicativo bastante relevante para conhecer a situação financeira do país é o do PIB per capita, que consiste na identificação de quanto do total produzido caberia para cada brasileiro, caso fosse realizada uma divisão igualitária.
É importante esclarecer que esse não é um dado considerado definitivo, mas que, quanto mais um país apresenta PIB per capita elevado, melhor tende a ser o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Basicamente, há três métodos para calcular o valor do PIB do Brasil, a seguir vamos apresentá-los com mais detalhes.
Neste método, é realizada a soma de tudo o que é produzido, ficando assim:
Resultados da indústria + resultados dos serviços + resultados da agropecuária.
Esta metodologia faz a soma de tudo o que é comprado, ficando assim:
Consumo do governo + consumo das famílias + investimentos do governo/exportações.
Método em que são somadas todas as remunerações, ficando assim:
Salários + juros + lucros distribuídos + aluguéis.
Atenção: os três métodos de cálculo devem chegar ao mesmo resultado.
De acordo com dados do IBGE, o PIB do Brasil apresentou queda histórica de 9,7% no segundo trimestre de 2020, em decorrência da crise do coronavírus. Esse resultado coloca o nosso país em uma situação de recessão econômica por ter apresentado dois trimestres consecutivos de retração.
Para se ter uma ideia, essa é a maior queda do PIB do país desde que o IBGE deu início ao cálculo trimestral, em 1996. A maior queda, até então, havia ocorrido no quarto trimestre de 2008 (-3,8%). Comparando com o segundo trimestre de 2019, a redução foi de 11,4%.
O primeiro trimestre de 2020 fechou com queda de 2,5%. No acumulado, temos uma queda do PIB de 5,9% no primeiro semestre, comparando com o mesmo período de 2019. O PIB do segundo trimestre de 2020 fechou em valores correntes de R$ 1,653 trilhão.
A crise da pandemia de Covid-19 é mundial, no entanto, no Brasil apresenta impactos mais profundos pelo fato de não ter havido tempo hábil para a recuperação da recessão anterior ocorrida entre os anos de 2014 e 2016.
Especialistas da área econômica definem que o PIB do Brasil regrediu ao patamar do final de 2009. Lembrando que nesse ano havia os reflexos da crise global causada pela quebra da economia norte-americana.
Indústria e serviços somados representam em torno de 95% do PIB do Brasil e foram os setores mais afetados pela pandemia. A queda na indústria foi de -12,3% e nos serviços foi de -9,7%. Já o setor agropecuário apresentou alta de 0,4%. Essa retração foi a maior da série histórica registrada desde 1996.
O consumo das famílias já foi um dos principais motores de crescimento do PIB do Brasil, mas, com a crise do coronavírus, sofreu queda acentuada de 12,5%, mesmo com o auxílio emergencial pago pelo governo.
A retração poderia ter sido muito maior se não houvesse a injeção do capital pago na forma de auxílio para as famílias e a maior concessão de crédito por instituições financeiras para pessoas físicas.
A recessão de 2020 já é considerada a mais profunda pela qual o Brasil passou desde os anos 80. A queda recorde do primeiro trimestre de 2020 é superior à perda acumulada deixada por qualquer uma das nove recessões pelas quais o país passou nas últimas quatro décadas.
Os economistas projetam a recuperação do patamar pré-pandemia somente em 2022. Ainda que, na reta final de 2020, seja possível identificar um respiro em setores como comércio e indústria, é bastante complicado fazer uma projeção a respeito da recuperação dos impactos da recessão.
Há muitas incertezas, como a imprevisibilidade da evolução da pandemia, a alta taxa de desemprego, grande preocupação em relação ao rumo das contas públicas, entre outras. Possivelmente, esse será o pior desempenho do PIB do Brasil já observado.
A pandemia do coronavírus gerou uma grande crise financeira em todo o globo e, também, no Brasil. Por ser um tema bastante discutido atualmente, vale a pena ficar por dentro, caso seja cobrado no Enem e nos vestibulares.
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