A história da Penicilina

A descoberta da penicilina representou um grande avanço para a medicina. A partir dela foi possível desenvolver os antibióticos e assim evitar a morte por infecções que atualmente são consideradas sem relevância. No artigo a seguir você poderá conhecer a história dessa substância. 

Como a penicilina foi descoberta?

Em 1928, o médico e bacteriologista Alexander Fleming descobriu a penicilina. Ele atuou no cuidado dos soldados durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Ver de perto o sofrimento causado por feridas infectadas fez com que Fleming desejasse encontrar uma solução para tais infecções. 

Ao retornar ao trabalho regular no St. Mary’s Hospital, em Londres, o bacteriologista se dedicou ao estudo da bactéria Staphylococcus aureus. Naquele período histórico, essa bactéria era a principal causa de infecções em ferimentos decorrentes de armas de fogo. 

Após uma rotina intensa de estudos, Fleming, resolveu tirar alguns dias de folga. Alguns recipientes de culturas de bactéria ficaram sem a devida supervisão. No retorno das férias, o médico percebeu que as culturas apresentavam mofo. 

Tendo ficado decepcionado consigo mesmo pelo descuido chegou a cogitar jogar tudo fora. Porém, quando olhou melhor percebeu haver um halo transparente no local com bolor. Nesse halo não havia Staphylococcus em atividade. 

O primeiro antibiótico da história

Fleming entendeu que o mofo produzido pelo fungo Penicillium continha uma substância nociva para as bactérias. Algo que as impedia de se proliferar. Casualmente, o primeiro antibiótico da história foi descoberto. 

A penicilina, nome dado à substância, entrou para a história como o primeiro antibiótico da história. Inclusive, para muitos, a medicina somente se tornou uma ciência realmente após a descoberta dos antibióticos.

O que aconteceu após a descoberta da penicilina?

A partir da descoberta de Fleming foram realizadas diversas pesquisas. Em 1938, na Inglaterra, Ernst B. Chain e Howard W. Florey isolaram a penicilina. O Dr. Florey foi um patologista renomado da Universidade de Oxford, que se dedicou à pesquisa da penicilina e sua eficácia. 

Florey foi o responsável por testar a penicilina em 80 tipos de bactérias. Esse teste teve papel essencial para provar o potencial da substância. A eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) tornou necessário produzir penicilina em larga escala para tratar as feridas dos militares no campo de batalha. 

Reconhecimento

Em 1940, o primeiro paciente humano foi tratado com penicilina, um policial que havia sido acometido por uma grave infecção de corrente sanguínea. Os bons resultados da penicilina conferiram ao seu descobridor o título de Sir Alexander Fleming. Trata-se do título de sagrado cavaleiro da coroa britânica.

Em 1945, Fleming, Chain e Florey receberam o Prêmio Nobel de Medicina pelos trabalhos realizados com a penicilina. Em 11 de março de 1955, Fleming faleceu subitamente em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. 

A penicilina para uso de civis

Apenas na década de 1940, a penicilina foi disponibilizada para uso civil. A substância passou a ser empregada no tratamento de infecções como:

  • Pneumonia;
  • Sífilis;
  • Meningite;
  • Difteria entre outras.

Essas infecções eram potencialmente letais antes da descoberta da penicilina, então a substância representou significativo ganho para o exercício da medicina. Durante um longo período, a penicilina foi entendida como a solução definitiva para o tratamento de doenças bacterianas.

No entanto, atualmente, sabemos que não é exatamente assim. A humanidade ainda tem um grande trabalho de pesquisa pela frente para combater as mazelas causadas por doenças bacterianas. Os antibióticos precisam evoluir paralelamente à evolução das próprias bactérias para poderem ser eficientes. 

Como as penicilinas funcionam?

As penicilinas são antibióticos bactericidas cuja ação se baseia em inibir a síntese da parede celular das bactérias. Essa ação interfere na transpeptidação. Torna-se capaz de agir após se ligar às proteínas da membrana plasmática das bactérias chamadas PBP (Penicilin Binding Protein).

A ação das penicilinas é a de evitar que ocorram ligações essenciais da síntese do peptídeoglicano (um componente importante da parede celular bacteriana). Essa substância revolucionou a medicina e a humanidade. A expectativa do homem aumentou consideravelmente com essa descoberta. 

A descoberta da penicilina foi uma coincidência?

Uma curiosidade interessante sobre a descoberta da penicilina é que provavelmente o resultado de Fleming foi obtido devido a inúmeras coincidências. Ronald Hare, colega de Fleming, tentou inúmeras vezes reproduzir o cenário onde a descoberta ocorreu. Todas as tentativas foram sem sucesso.

Dentre todas as espécies do gênero Penicilium, aquele que estava na placa de cultura contaminada era o que melhor produzia penicilina. Acredita-se que o fungo veio da escada do andar debaixo em que estavam sendo realizadas pesquisas sobre fungos. 

O crescimento dos fungos e das bactérias aconteceu lentamente. Esse foi um fator decisivo para que se pudesse observar a ação dos primeiros sobre os últimos. O mês de agosto de 1928 (verão em Londres) teve uma inesperada onda de frio que foi determinante para que a cultura crescesse lentamente. 

Gostou de conhecer mais sobre a história de como a penicilina foi descoberta? Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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