Saiba quem foram os iluministas e conheça suas obras

Os pensadores conhecidos como iluministas fizeram parte de um movimento intelectual chamado de iluminismo que teve início, na Inglaterra, do final do século XVII.

Alguns nomes de destaque são: Voltaire, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, Adam Smith, Denis Diderot, Immanuel Kant e Jean Le Rond d’Alembert. 

Quem foram os filósofos iluministas? 

Os filósofos iluministas, na França, eram chamados de enciclopedistas, esse nome faz referência à obra Enciclopédia. Editada por Denis Diderot e d’Alembert, a obra era constituída por 28 volumes dentre os quais estavam 17 volumes de textos e 11 de estampas. 

Mais de 100 pessoas colaboraram para a edição da Enciclopédia, com destaque para nomes como Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Houve também filósofos iluministas na Inglaterra e na Alemanha. John Locke, considerado o pai do movimento iluminista, nasceu na Inglaterra. 

John Locke

Considerado como o “pai do iluminismo”, John Locke (1632–1704), é o autor de “Ensaio”. Nessa obra, ele afirma que quando nascemos nossa mente é como um livro com páginas em branco. Ao longo da vida, palavras, desenhos e pinturas são gravados, construindo nosso conhecimento. 

Então, ao nascermos temos uma condição mental de vazio completo que vai se transformando ao longo da vida. O acúmulo de experiências sensoriais através do esforço da razão é o que nos permite adquirir conhecimento. Inclusive vem daí o nome empirismo, do grego empeiría, que significa experiência sensorial. 

No âmbito político, Locke era contrário à monarquia absolutista e ao poder divino (inato) dos reis. Também defendeu:

  • Respeito à liberdade dos cidadãos;
  • Tolerância religiosa;
  • Direito à propriedade privada;
  • Livre-iniciativa econômica. 

Voltaire

Voltaire era o pseudônimo do filósofo e dramaturgo francês François-Marie Arouet (1694–1778). Destaca-se em sua obra o pensamento liberal com viés politicamente ativo e polêmico. Criticava o clero católico, o fanatismo religioso assim como a prepotência dos mais poderosos. 

Embora fosse liberal, Voltaire não necessariamente era democrata. Na esfera política não era a favor da participação popular no poder, mas defendia que a monarquia respeitasse as liberdades individuais. Voltaire acreditava que o rei deveria ser “esclarecido”, ou seja, governasse com o auxílio de uma assessoria de iluministas. 

Defendia:

  • Liberdade para o ser humano;
  • Garantia para a propriedade privada; 
  • Tolerância, realizou campanha contra o fanatismo religioso. 

Montesquieu

Autor de “O espírito das leis”, o jurista francês Charles-Louis de Secondat Montesquieu (1689–1755), tornou-se conhecido posteriormente como barão de Montesquieu. Nessa obra defendia a separação dos poderes do Estado em: Legislativo, Executivo e Judiciário.

Defendia:

  • Liberdade individual;
  • Contrariedade contra abusos de poder por governantes;
  • Liberalismo aristocrático, não defendia um governo burguês;
  • Reconstrução das instituições do Antigo Regime;
  • Tolerância religiosa.

Curiosidade

As obras de Montesquieu, Locke e Voltaire foram incluídas no Índex, a lista de livros proibidos por decreto do papa.

Diderot e d’Alembert

Os iluministas franceses Denis Diderot (1713–1784) e Jean Le Rond d’Alembert (1717–1783) foram os principais organizadores da Enciclopédia. A obra tinha 33 volumes e objetivava resumir os principais conhecimentos daquele período de filosofia, ciência e arte. A enciclopédia influenciou muito o pensamento político burguês.

Rousseau

Nascido em Genebra, na Suíça, Jean-Jacques Rousseau (1712–1778) se mudou para a França em 1742. Colaborou consideravelmente com a enciclopédia de Diderot produzindo artigos sobre botânica, música, filosofia política e educação. 

A sua obra Emílio ou da Educação é considerada a obra mais relevante sobre educação desde A República, de Platão. Também é o autor de O Contrato Social em que diz que o soberano deveria conduzir o Estado seguindo a vontade do povo. 

Rousseau era o filósofo iluminista que mais acreditava que a natureza humana era originalmente benigna. Ele estava convencido de que a mudança de simples animais para homens ricos e pobres havia convertido os homens em vampiros e cordeiros. Assim nasceu o mito do bom selvagem presente em suas obras. 

Ele defendia:

  • Que o estabelecimento da propriedade privada e do governo deformou a natureza humana; 
  • A pequena burguesia, pequenos comerciantes e artesãos;
  • Ideias que inspiraram os mais radicais da Revolução Francesa. 

Outros filósofos iluministas: Fisiocratas

François Quesnay

Um dos fundadores da escola fisiocrata, o economista francês François Quesnay (1694–1774) pregou a implantação do capitalismo agrário. Esse tipo de capitalismo se baseava no aumento da produção agrícola. Esse termo se origina no grego e significa “poder da natureza”. Ele afirmava que o Estado não deveria interferir na economia. 

Adam Smith

O escocês Adam Smith (1723–1790) foi bastante influenciado pelas ideias fisiocratas e defendeu amplamente a liberdade de mercado. Ele é o autor da obra “A riqueza das nações”, de 1766, que forneceu as bases para o liberalismo econômico. Nessa obra, Smith critica a política mercantilista onde o Estado interfere na economia. 

O economista defendia que o Estado deveria expandir as atividades econômicas capitalistas para gerar riquezas. Os empresários deveriam ter liberdade para fazer seus investimentos e gerar riqueza. Todo homem deveria ser livre para competir no mercado desde que não violasse a justiça. 

Kant

Nascido na Prússia (Alemanha), Immanuel Kant (1724–1804) era bastante religioso e tinha uma vida metódica. Nunca deixou sua cidade natal Königsberg e se tornou um dos grandes nomes do iluminismo. Em sua obra “Crítica da razão pura” estudou as possibilidades e os limites da razão. 

Já em sua obra “Crítica da razão prática” analisou o mundo ético assim como as possibilidades do ato moral. De acordo com sua análise, apenas o ser humano tem uma vontade. Para agir racionalmente o homem precisa de princípios

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