Dentro da gramática, a morfologia é um dos temas mais relevantes por se aprofundar no estudo da estrutura das palavras. Esse campo investiga como as palavras se formam e qual é a sua classificação na língua portuguesa.
Nessa área, as palavras são estudadas isoladamente, ou seja, sem um contexto de frase ou período. Continue lendo para entender melhor.
A origem da palavra morfologia é o grego, sendo uma combinação das partículas “morphe” (morfo = forma) e “logia” (logos = estudo). Pertencente à área da linguística, refere-se ao estudo da forma, formação, estrutura e classificação das palavras isoladamente. A morfologia é dividida em dez classes gramaticais.
Há a classe das palavras variáveis, em que se encaixam substantivos, verbos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes. Também há a classe das palavras invariáveis, com destaque para as interjeições, advérbios, preposições e conjunções.
Na morfologia, as palavras que sofrem variações na sua estrutura recebem o nome de desinências. As desinências podem ser nominais de gênero e de número ou verbais de modo, tempo, número e pessoa. Entenda melhor abaixo.
Quando se unem ao radical os morfemas determinam as flexões ocorridas nas palavras. Usaremos como exemplo a palavra “garotinhos”. Nesse caso, temos uma palavra do gênero masculino no plural (o “s” no fim serve para indicar isso) e que também é uma desinência de número.
O modo e o tempo é que determinam os elementos mórficos da palavra na desinência verbal. Explicamos melhor abaixo.
Serve para indicar o modo e o tempo em que a ação verbal acontece. Tomaremos como exemplo a palavra “cantava”. Nesse caso “-va” é uma desinência modo temporal que indica o pretérito imperfeito do indicativo.
Serve para indicar o número e a pessoa a que a ação do verbo se refere. Tomaremos como exemplo: “canto”. Temos “-o” como desinência número pessoal indicativa da primeira pessoa do singular.
Refere-se às formas nominais dos verbos no infinitivo, gerúndio e particípio. Usaremos como exemplos:
“Cantar” – Desinência verbo nominal que indica o infinitivo.
“Cantando” – Desinência verbo nominal que indica o gerúndio.
“Cantado” – Desinência verno nominal que indica o particípio.
Recebem o nome de elementos mórficos ou morfemas os elementos da morfologia responsáveis por formar a palavra. A seguir explicaremos mais sobre os elementos: radical, afixos e vogal temática.
Trata-se do morfema comum que faz parte das palavras de uma mesma família. Exemplo: menin-o; menin-a; menin-inho; menin-ada; menin-ona.
Divididos em sufixos e prefixos, são auxiliares na construção das palavras. Quando o afixo aparece antes do radical é chamado de prefixo. Já quando o afixo aparece após o radical recebe o nome de sufixo. O acréscimo dos afixos se dá com o objetivo de formar novas palavras. Daremos como exemplo a palavra “enterrar” em que “en” é o prefixo e “ar” é o sufixo.
Trata-se da vogal que junto ao radical forma uma palavra. A vogal temática nos verbos indica qual é a conjugação em que ele se encontra. Há três vogais temáticas: “a”, “e” e “i”.
As vogais também podem se unir depois do radical, isto é, verbos que terminam em “ar” estão na primeira conjugação; os que terminam em “er” estão na segunda conjugação e os que terminam em “ir” estão na terceira conjugação. Confira os seguintes exemplos: brincar, comer, sair.
A composição das palavras na morfologia se dá por meio da formação de uma nova palavra com outra que já existe. Para a construção dessa palavra é necessário usar mais de um radical. A categoria se dá por justaposição, hibridismo, aglutinação, siga e onomatopeia.
Consiste na junção de palavras distintas para a construção de uma palavra nova sem a perda de fonemas ou letras. Confiro o exemplo:
Passa + tempo = passatempo
Beija + flor = beija-flor.
Nesse caso, ocorre a junção de palavras, porém, com a perda de fonemas e letras. Confira o exemplo:
Plano + alto = planalto
Perna + alta = pernalta.
As palavras são construídas através de dois radicais que possuem origens diferentes. Como ocorre nos exemplos abaixo:
Romancista = romano (latim) + ista (grego)
Automóvel = auto (grego) + móvel (latim).
As palavras são formadas por meio da repetição do seu som, um recurso bastante utilizado nas histórias em quadrinho. Veja os exemplos abaixo:
Reco-reco (som de um instrimento)
Tic-tac (som do relógio).
Expressões grandes podem ser reduzidas através da formação de palavras compostas pelas suas iniciais, como no exemplo:
UFPR (Universidade Federal do Paraná)
OMS (Organização Mundial da Saúde).
O processo de formação da palavra é conhecido como derivação de palavras, tem como base a adição de afixos a uma raiz (um radical ou uma palavra primitiva). Conheça os tipos de derivação existentes.
Prefixal – Quando se adiciona um prefixo originando outra palavra. Exemplo: “feliz” com a adição de “in” se torna “infeliz”.
Sufixal – Quando se adiciona um sufixo gerando outra palavra. Exemplo: “feliz” com a adição de “mente” se torna “felizmente”.
Prefixal e sufixal – Junção de dois elementos numa única palavra, retirando o sufixo ou prefixo não há perda de sentido. Exemplo: “feliz” com a adição de “in” e “mente” se torna “infelizmente”.
Parassintética – Nesse caso, quando se retira um dos elementos mórficos há perda de sentido da palavra. Exemplo: “entardecer” se o prefixo “en” for removido, a palavra fica “tardecer”. Já se retirar “ecer” teremos “entard”.
Regressiva – Quando se muda o fragmento da palavra, há mudança da classe gramatical por ela representada. O exemplo é a palavra “criticar” que é um verbo pela sua classe gramatical. Ao trocar o sufixo “ar” por “o” teremos a palavra “crítico” que é um substantivo.
Imprópria – Nesse caso, não se mexe na palavra somente nos elementos externos. A estrutura não é modificada, mas há mudança dentro do contexto da frase.
Agora você já sabe o que a morfologia estuda!