O período histórico conhecido como Guerra Fria consistiu em uma luta político-militar entre o capitalismo, liderado pelos Estados Unidos, e o socialismo, encabeçado pela União Soviética. O conflito entre os blocos capitalista e socialista teve início logo após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A denominação desse período tem relação com o fato de que os dois países nunca se envolveram diretamente em um conflito bélico. Continue lendo para entender melhor o período e como chegou ao fim.
Considera-se o início da Guerra Fria o discurso de 1947 do então presidente dos Estados Unidos, Henry Truman, em que ele afirma diante do Congresso americano que o país pode intervir em países com governos não democráticos. Nesse discurso, o governante deixou claro que se posicionaria a favor das nações que desejassem resistir às tentativas de domínio externo.
Ainda em 1947, foi lançado o Plano Marshall pelo secretário de Estado americano George Marshall. Esse plano oferecia ajuda econômica para países da Europa Central com o objetivo de conter o avanço da URSS. Como essas nações europeias viviam uma grande crise econômica e tinham elevadas taxas de desemprego, eram lugares propícios para o desenvolvimento de partidos de esquerda alinhados com a União Soviética.
A resposta da União Soviética foi a criação do Kominform, organismo responsável por conseguir unir os principais partidos comunistas da Europa. Os soviéticos desejavam conter a supremacia dos Estados Unidos nos países que estavam sob sua influência. Assim foi gerado o bloco “cortina de ferro”. Em 1949, foi criado o Comecon, um tipo de Plano Marshall para países socialistas.
As negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial dividiram a Europa em duas partes correspondentes ao limite de avanço dos norte-americanos e soviéticos durante o conflito bélico.
A União Soviética passou a ter influência sobre a parte oriental. Os países dessa região passaram a ser comandados pelos partidos comunistas locais com o apoio da URSS. Foram estabelecidas as denominadas democracias populares na Polônia, Albânia, Hungria, Romênia, Bulgária e Checoslováquia. Somente a Iugoslávia, na Europa, estabeleceu um regime socialista com independência da URSS.
A parte ocidental, por sua vez, passou a ter influência dos Estados Unidos. Durante a guerra, esse território foi ocupado principalmente pelas tropas inglesas e norte-americanas. Nesses territórios, as democracias liberais se consolidaram, exceto no caso das ditaduras de Portugal e Espanha. Tanto Estados Unidos quanto a URSS buscavam ampliar suas áreas de influência através de intervenções diretas e indiretas em assuntos internos desses países.
Durante a Guerra Fria, duas alianças político-militares se formaram: OTAN e Pacto de Varsóvia.
Em 1949, foi fundada a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Inicialmente, faziam parte da OTAN os seguintes países: Estados Unidos, Bélgica, Países Baixos, Portugal, Luxemburgo, Dinamarca, Canadá, Reino Unido, Itália, França, Finlândia e Noruega. Juntaram-se, mais tarde, a esse grupo as seguintes nações: Grécia, Alemanha Ocidental e Turquia. Toda a Europa Ocidental estava em oposição à União Soviética.
Visando impedir o avanço capitalista em sua área de influência e como represália, a União Soviética criou em 1955 o Pacto de Varsóvia. No seu ano de fundação, faziam parte desse pacto: URSS, Bulgária, Tchecoslováquia, Albânia, Alemanha Oriental, Romênia, Hungria e Polônia.
Ambos os pactos – OTAN e Pacto de Varsóvia – objetivam a proteção mútua entre os seus membros. A agressão a um dos países do bloco representaria uma agressão a todos.
O fim dos regimes socialistas no Leste Europeu levou também ao desaparecimento do Pacto de Varsóvia entre 1990 e 1991. Consequentemente, a OTAN perdeu o sentido de existir.
Confira abaixo as principais disputas durante a Guerra Fria.
Em 1961, foi construído o Muro de Berlim com o objetivo de dividir a capital da Alemanha em Berlim Ocidental (capitalista) e Berlim Oriental (socialista). Esse muro foi construído para conter a saída de trabalhadores qualificados do lado oriental para o ocidental. Esses profissionais se mudavam com o objetivo de conquistar melhores condições de vida no lado capitalista.
A chamada crise dos mísseis se deu quando a União Soviética demonstrou sua pretensão de instalar bases de lançamento de mísseis em Cuba. Esse posicionamento estratégico geraria uma constante ameaça para os Estados Unidos.
A resposta dos Estados Unidos foi um bloqueio naval sobre Cuba. Após negociações tensas, os dois países chegaram a uma resolução, a União Soviética desistiu da base e os Estados Unidos também recuou de suas bases na Turquia.
No final da década de 1950, Estados Unidos e União Soviética investiram consideravelmente na Corrida Espacial. Em 1957, os soviéticos saíram na frente com os satélites Sputnik.
Os americanos correram atrás do prejuízo e, em 1969, levaram o primeiro homem à lua. Essa corrida espacial não objetivava somente levar o homem ao espaço, mas também desenvolver armas de longo alcance.
A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, e o fim da União Soviética, em 1991, foram dois acontecimentos essenciais para o término da Guerra Fria. Ronald Reagan e Mikahil Gorbachev estabeleceram importantes negociações ao longo da década de 1980 para que o conflito ideológico chegasse ao fim.
Quando o Muro de Berlim caiu, deu início ao fim dos regimes socialistas do Leste Europeu. Logo em seguida a esse acontecimento, esses regimes caíram, um a um. Em outubro de 1990 houve a unificação das duas Alemanhas. O capitalismo foi implantado aos poucos na antiga União Soviética.
A Guerra Fria foi um período de grande tensão entre Estados Unidos e URSS, capitalismo x socialismo.