Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi o nome dado a um movimento ocorrido em Minas Gerais no final do século XVIII, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal. O objetivo dos membros do grupo era acabar com o domínio de Portugal e tornar Minas independente. Continue lendo para entender melhor o que foi a Conjuração Mineira e quais foram as suas consequências.
Na época do Brasil Colônia, surgiram vários movimentos de pessoas insatisfeitas com a exploração por parte de Portugal. A Conjuração Mineira é considerada como o movimento mais importante e o que se tornou mais marcante na história, mesmo que não tenha alcançado seu objetivo e os planos não tenham sido, sequer, colocados em prática.
Tudo começou por causa do descontentamento da elite de Minas Gerais, que era a Capitania mais rica da época. Por causa da atividade mineradora, em que se extraía ouro, prata e pedras preciosas, Minas atraía muita atenção por parte de Portugal, que queria se beneficiar dessa riqueza.
Em 1755, a capital do país colonizador, Lisboa, havia sido devastada por um terremoto e o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro, resolveu aumentar os impostos da colônia como forma de conseguir recursos para a reconstrução. Assim, os colonos, que já estavam insatisfeitos, começaram a se revoltar e buscar maneiras de tornar Minas independente de Portugal.
A elite mineira resolveu se unir para conspirar contra a coroa portuguesa. No grupo, havia membros da Igreja Católica, fazendeiros, comerciantes e vários profissionais de prestígio. O membro que acabou se tornando o símbolo dessa iniciativa, contudo, não fazia parte da elite, era o militar Joaquim José da Silva Xavier, que ficou conhecido como Tiradentes por já ter trabalhado amadoramente como dentista.
Insatisfeitos com a alta dos impostos, os conjuradores (ou inconfidentes) perceberam que Minas Gerais tinha condições econômicas de se manter sem a interferência de Portugal. Partindo desse pensamento, seus planos incluíam transformar a Capitania em uma república independente.
Na década de 1780, Minas foi governada por Luís da Cunha Meneses, que beneficiava amigos, praticava corrupção e abusava do poder. Esses fatos serviram para fazer com que a elite mineira, que já estava insatisfeita com os abusos de Portugal, se revoltasse ainda mais.
No fim da mesma década, o Visconde de Barbacena se tornou o governador de Minas. Na época, havia um imposto chamado “quinto”, que consistia em 20% de todo o ouro extraído. Ele assumiu o cargo com a missão de arrecadar um piso mínimo anual de 100 arrobas de ouro. Caso a meta não fosse alcançada, a Coroa ordenou que ele realizasse uma medida chamada “derrama”.
A derrama funcionava da seguinte forma: caso o teto mínimo de 100 arrobas não fosse alcançado através da cobrança do quinto, a população deveria arcar com o valor faltante. Foi exatamente a possibilidade dessa cobrança que fez com que os conjuradores decidissem agir em prol da independência. O plano deles era agir exatamente no dia da cobrança em Vila Rica.
Como mencionado anteriormente, a Conjuração Mineira nem chegou a acontecer de fato. O que o grupo fez eram apenas reuniões em que discutiam suas insatisfações e os planos que seriam colocados em prática. Os principais pontos levantados eram:
Um ponto que gerava discordância entre os conjuradores era a libertação de escravos. Como muitos deles eram donos de minas de extração de ouro, utilizavam mão de obra escrava e não desejavam perdê-la. Por conta dessa divergência, acabaram deixando essa pauta de lado.
Joaquim Silvério dos Reis, que frequentava as reuniões dos conjuradores, denunciou o movimento em 1789. Em troca, foi beneficiado com o perdão das dívidas que tinha. Todos os membros denunciados foram presos e três anos depois saiu a sentença, que determinou a pena de morte a onze dos envolvidos.
Algum tempo depois, não se sabe exatamente o motivo, dez deles foram perdoados e condenados ao exílio. Apenas um foi morto, o Tiradentes, que, em 1792, foi enforcado, esquartejado e teve as partes de seu corpo espalhadas por Vila Rica, como forma de gerar medo na população e desestimular o surgimento de novos movimentos.
Acredita-se que Tiradentes tenha sido o único conjurador a ter recebido pena de morte por não fazer parte da elite e nem ter amigos poderosos que pudessem interceder por ele. Além disso, há relatos de que apenas ele não negou sua participação no movimento durante os interrogatórios.
Em 1889, quase cem anos após sua morte, a imagem de Tiradentes foi usada pelos republicanos para a construção de um herói nacional que lutou pela independência.
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