A ideologia do Nacionalismo surgiu no século XIX, período de afirmação dos Estados-Nações europeus. Compreender esse conceito é essencial para diferenciá-los de contextos históricos como o Fascismo, por exemplo. Continue lendo e tire as suas dúvidas a respeito de um tema bastante cobrado nas provas do Enem e vestibulares.
A ideologia do Nacionalismo tem sua origem no século XIX, como já citamos, esse foi um período de intensa afirmação dos Estados-Nações na Europa. Esse termo diz respeito ao sentimento e atitude por parte de integrantes de uma nação no tocante à existência de uma identidade nacional.
É interessante observar que o conceito surgiu após o processo de invasões empreendido por Napoleão Bonaparte na Europa. Não podendo resistir aos avanços do general, as nações conquistadas focaram em fortalecer suas próprias características como uma forma de ressaltar suas diferenças em relação ao invasor.
O Nacionalismo surge após Napoleão conquistar grande parte da Europa. Contra a resistência ao general francês surge a ideia de fortalecer características próprias de cada país, a fim de se diferenciar do invasor.
Para compreender o conceito de nacionalismo é essencial conhecer melhor os conceitos de Estado e Nação.
O termo nação diz respeito a uma comunidade étnica, cultural ou linguística de indivíduos que estão unidos por uma tradição comum.
O Estado consiste em uma entidade administrativa que tem como função guardar o território. Logo, dentro de um estado pode haver diferentes nações.
Os Estados são nações em todos os sentidos. Porém, existem nações que não são estados soberanos.
Um exemplo que torna mais fácil entender esse conceito é o das nações indígenas brasileiras. Elas mantêm sua língua, cultura e diferenças étnicas. Contudo, não têm autoridade e nem soberania para tomar decisões a respeito de assuntos externos. Essas decisões cabem ao Estado brasileiro, que possui soberania.
Os curdos podem ser citados como um exemplo também, pois se trata de um povo disperso em diferentes países como Síria, Iraque e Turquia que não tem um Estado próprio.
A palavra nacionalismo apresenta duas concepções principais que são: ideologia e ação política. Vamos entender melhor ambas.
O nacionalismo enquanto ideologia diz respeito à identidade nacional que está definida em termos de origem comum, etnia, laços culturais e língua. Desse ponto de vista se considera a formação de uma nação como um Estado independente ou que está dentro de outro.
Na esfera do nacionalismo como ação política se incluem questões como a autodeterminação, englobando a soberania a respeito de assuntos nacionais e internacionais.
O nacionalismo, enquanto ideologia, teve um papel essencial na Unificação Alemã e na Unificação Italiana. Os dois territórios eram formados por estados independentes entre si, mas que compartilhavam o mesmo passado.
É interessante citar que o nacionalismo foi o principal tema do Romantismo, que se caracterizou por exaltar as raízes nacionais de cada país.
No Brasil, o nacionalismo foi amplamente utilizado por governos, intelectuais e artistas como base para justificar determinadas atitudes políticas. A ideia de República foi desenvolvida de forma a criar um conceito de “país moderno” que estava se contrapondo a uma monarquia atrasada. Essa narrativa foi usada para justificar o golpe republicano.
O conceito de nacionalismo voltou a ser utilizado durante o período do Estado Novo (1937-1945) para a construção de empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional e a Petrobras. Também podemos citar o nacionalismo utilizado pela Ditadura Militar (1964-1985) que se baseava em uma ideia totalmente autoritária com slogans como “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Ao falar sobre nacionalismo, é importante conceituar, ainda, o que é patriotismo. Basicamente, se trata do amor e identificação de um indivíduo para com a sua pátria, somado à preocupação com o bem-estar dos compatriotas. Refere-se à necessidade que um indivíduo tem de fazer parte de um grupo e ter uma relação com o seu passado, políticas, condições sociais e cultura de uma nação.
O nacionalismo se difere do patriotismo, os termos não devem ser usados como sinônimos. Um dos estudiosos que diferencia esses termos é Lord Acton (1834 -1909), responsável por definir nacionalidade como sendo uma conexão do indivíduo com raça e patriotismo e consciência acerca de deveres morais para com a comunidade política. Além disso, vale dizer que o patriotismo se diferencia do nacionalismo por não carregar em si elementos militaristas.
O ufanismo é conhecido também como sendo um nacionalismo exacerbado ou exagerado. Em linhas gerais, cria uma visão em que as qualidades da pátria tendem a ser exageradas. Geralmente, esse exagero não tem embasamento. Essa palavra vem da língua espanhola, em que significa ter orgulho ou se vangloriar da sua terra ou do seu grupo.
O ufanismo pode ter um viés agressivo ao considerar que apenas a própria pátria é digna e merece ser próspera e ter paz. Esse conceito apareceu em uma publicação brasileira de 1900, a obra “Porque me Ufano do meu País”, escrito pelo conde Afonso Celso. O conceito também foi trabalhado por Lima Barreto em sua obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”.
Na primeira geração modernista brasileira também foi usado o conceito de ufanismo como inspiração para obras que propunham pensar o país que estava entrando na era industrial.
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