A convergência evolutiva consiste em um processo evolutivo também chamado de evolução convergente. Nele, se observam indivíduos que mesmo sem nenhum grau de parentesco possuem estruturas fisiológicas, morfológicas e, em alguns casos, comportamentais parecidas. Essa semelhança é resultado da exposição a condições ambientais semelhantes. Continue lendo para entender melhor.
Como explicado, o processo evolutivo chamado de convergência evolutiva tem como principal fator a exposição a condições ambientais e nichos ecológicos sobrepostos. Populações de diferentes organismos que se encontram sob condições semelhantes podem desenvolver estruturas fisiológicas, morfológicas e até comportamentais parecidas.
Charles Darwin relatou em seus estudos que as condições ambientais selecionavam os indivíduos mais aptos à sobrevivência em detrimento de outros. Isso nos leva à conclusão de que as condições ambientais – semelhantes para todos os indivíduos – são responsáveis por selecionar aqueles mais aptos num determinado local, ou seja, selecionam também as características mais relevantes para a sobrevivência.
Em muitos casos, as características mais relevantes são parecidas para diferentes organismos que vivem no mesmo habitat ou possuem hábitos de vida similares.
Golfinhos e tubarões se caracterizam por serem animais marinhos que não possuem um ancestral direto em comum, mas que compartilham algumas estruturas corporais, como as nadadeiras e as caudas. Essas características similares em ambos são decorrentes da exposição às mesmas condições aquáticas a que as espécies foram submetidas.
Basicamente, golfinhos e tubarões não apresentam parentesco próximo, mas pelo fato de terem sobrevivido às mesmas condições e por terem hábitos parecidos, possuem semelhanças corporais e fisiológicas.
A Teoria da Evolução é considerada como irrefutável por contar com evidências e provas. Há uma série de estudos e evidências que confirmam essa teoria. Em especial o estudo de registros fósseis que demonstra que a Terra já abrigou inúmeras espécies distintas daquelas que existem atualmente. A investigação dos fósseis permite, ainda, fazer estudos comparativos entre as espécies atuais e as que já foram extintas.
A investigação científica do grau de parentesco entre espécies atuais e outras já extintas é feita através da análise de estruturas homólogas presentes nesses organismos. Estruturas homólogas são aquelas semelhantes que possuem a mesma origem embrionária. Elas podem ou não ter a mesma função nas diferentes espécies, como, por exemplo, os membros inferiores de dois mamíferos diferentes.
O evento evolutivo que desencadeia o surgimento de estruturas homólogas é chamado de irradiação adaptativa ou evolução divergente. Os conceitos de adaptação são relevantes porque permitem identificar órgãos homólogos que têm funções distintas em dois organismos. Considerando os conceitos de adaptação, é possível reconhecer ainda a existência de órgãos análogos em diferentes indivíduos.
São chamados de órgãos análogos aqueles que, quando comparados, possuem origens embrionárias distintas, porém, têm a mesma função em cada organismo. Um bom exemplo é a asa de um artrópode e a asa de uma ave. As duas estruturas têm a função de garantir o voo para esses organismos, no entanto, apresentam origens embrionárias diferentes. Artrópodes e aves não têm um ancestral direto em comum.
As estruturas análogas surgem quando os indivíduos são submetidos a condições ambientais similares, assim como têm hábitos de vida parecidos. Se o ambiente exerce a sua força adaptativa em duas populações diferentes ocorre a seleção dos mais adaptados para a sobrevivência por meio da seleção natural.
Os mais adaptados às condições de vida prosperarão. Isso permite que indivíduos diferentes, mas que possuem a característica inerente de sobrevivência, se mantenham no ambiente. A analogia consiste em uma condição formada a partir da convergência evolutiva.
Confira abaixo alguns exemplos de analogia.
Você acredita que urubus e abutres têm parentesco? Se pensa assim, saiba que na verdade essas aves, evolutivamente, não são próximas embora tenham estruturas corporais bem semelhantes. Os urubus têm mais proximidade com as garças e cegonhas do que com os abutres.
Ambos possuem um sistema de ecolocalização como o sonar. Pesquisas identificaram que essa característica evoluiu de maneira independente em ambas as espécies.
Observando o focinho dos suínos é possível identificar certa semelhança com alguns tatus. As estruturas têm como função farejar e encontrar alimento debaixo da terra. A característica evoluiu de forma convergente em ambas as espécies.
Esse tipo de planta apresenta metodologias distintas para capturar seu alimento, demonstrando que as estruturas têm origens embrionárias distintas, mas que convergiram para a mesma função que é a da alimentação.
Plantas que estavam inseridas no mesmo ambiente – isto é, submetidas às mesmas condições – convergiram para estruturas parecidas ainda que não tenham parentesco próximo. Um exemplo disso é o das suculentas do gênero Euphorbia e Astrophytum. Esse processo evolutivo nos permite entender como a vida se desenvolve.
Agora você já sabe o que é convergência evolutiva! Quer conferir mais conteúdos de biologia e outras disciplinas? Navegue pelo blog do Hexag!