O movimento sufragista surgiu no século XIX, na Inglaterra, e se espalhou pelo mundo no século seguinte. Em linhas gerais, reivindicava os direitos políticos para as mulheres, como o direito de votar e ser votada.
Continue lendo para entender mais sobre esse importante capítulo na história da luta pelos direitos das mulheres.
O movimento sufragista desenvolveu-se durante a chamada primeira onda do feminismo, juntamente com outras reivindicações das mulheres como direitos sociais e jurídicos. Durante a segunda metade do século XIX, a Europa passava pelo processo de consolidação dos Estados modernos.
Esse período foi marcado por profundas mudanças culturais, políticas e sociais, principalmente no tocante ao trabalho. Após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, o grupo de ativistas que liderou a primeira onda feminista buscava por igualdade jurídica entre homens e mulheres.
Dentre suas principais bandeiras estavam conquistar:
O direito ao voto se tornou a principal reivindicação das mulheres que fizeram parte desse período.
Chamadas de feministas liberais, essas mulheres pertenciam a classe média e classe média alta. O objetivo central das feministas de classe média alta era a de não serem oprimidas pelos homens de sua classe social. Já as mulheres da classe média visavam igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.
Mulheres das classes mais pobres tinham uma vida muito difícil com jornadas exaustivas em fábricas e salários baixos. Com uma vivência diferente, elas tinham outro ponto de partida para a reivindicação de direitos. Independente dessas diferenças, o movimento sufragista uniu mulheres de diferentes grupos.
Em 1792, na Inglaterra, Mary Wollstonecraft publicou um artigo intitulado “Reivindicação dos direitos da mulher”. Foi um período em que Craft e outras teóricas publicaram textos a respeito da necessidade da participação política feminina.
Em 1897, a educadora Millicent Fawcett fundou a União Nacional Pelo Sufrágio que se tornaria uma agremiação de grande importância na luta sufragista. A luta sufragista uniu-se à luta do movimento operário, no Reino Unido.
A agremiação Women’s Social and Political Union foi fundada, em 1903, por Emmeline Pankhurst, uma das principais líderes das suffragettes. Esse grupo chamado suffragettes era uma dissidência do movimento sufragista britânico. A diferença entre os movimentos era que o britânico era pacífico.
Enquanto as sufragistas do movimento britânico não estavam dispostas a serem presas e nem mortas pelas reivindicações, as suffragettes apostavam em estratégias mais impactantes. Um evento marcante na história da luta sufragista foi a morte de uma professora chamada Emily Davison, em 1903.
Durante uma corrida, ela se jogou na frente do cavalo montado pelo rei Jorge V, o que ocasionou seu falecimento. Davison se tornou mártir do movimento. Assim o movimento sufragista se tornou conhecido e se espalhou por outros países europeus e pelos Estados Unidos.
A Nova Zelândia foi o primeiro país a assegurar o direito ao voto para as mulheres, em 1893. Kate Sheppard foi uma das principais líderes sufragistas do país. Em 1906, a Finlândia se tornou o segundo país a garantir o direito ao voto. Na eleição seguinte, as primeiras parlamentares foram eleitas.
Na Inglaterra, país onde o movimento sufragista teve origem, estabeleceu o direito ao voto feminino somente em 1918. Porém, podiam votar somente as mulheres que fossem donas de propriedade. Apenas em 1928, o sufrágio universal foi adotado na Inglaterra. Em 2015, a Arábia Saudita foi o último país a garantir o voto feminino.
Em 3 de março de 1913, ocorreu a primeira Marcha das Mulheres em Washington, nos Estados Unidos, pelo direito ao voto. No país, a luta sufragista se aliou com a luta contra a escravidão.
Harriet Tubman, que se tornou conhecida como Black Moses, foi uma das principais líderes abolicionistas dos Estados Unidos e grande oradora do movimento sufragista. Dentro do movimento havia a divisão entre mulheres brancas e mulheres negras. Em 1920, o voto feminino foi aprovado nos Estados Unidos.
As ativistas atuantes no movimento sufragista realizavam diversas atividades, dentre as quais estão:
Houve algumas tentativas de inibição do movimento sufragista com o objetivo de que as mulheres se conformassem a ocupar apenas o ambiente doméstico. Dentre os argumentos usados por aqueles que eram contrários ao movimento estavam o de que as mulheres seriam muito emotivas e pouco racionais.
Dessa forma elas não seriam confiáveis e capazes de administrar e fazer parte de pautas públicas. A intimidação e coação do movimento se deram através de diferentes frentes como anedotas na imprensa, charges, prisão e repressões violentas.
Nísia Floresta, em 1832, publicou um artigo intitulado “Direitos das mulheres e injustiças dos homens”. Nesse texto ela defendia o acesso igualitário de homens e mulheres à educação e aos direitos políticos.
Em 1910, foi fundada a primeira associação de busca pelos direitos políticos das mulheres, no Rio de Janeiro. Na década seguinte foi fundada a segunda associação com essa finalidade, a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher.
O Parlamento brasileiro recebia propostas de lei e emendas constitucionais favoráveis ao voto feminino, desde 1917. Em 1927, o estado do Rio Grande do Norte se tornou o primeiro a aprovar o voto feminino.
Bertha Lutz, uma das principais líderes do movimento sufragista brasileiro, foi designada no governo de Getúlio Vargas, em 1930, para fazer parte da proposta de reforma eleitoral.
Em 1932, a nova lei eleitoral foi aprovada e o voto foi garantido para mulheres brasileiras alfabetizadas, assalariadas e maiores de 21 anos de idade. Em 1965, ocorreu o sufrágio para todas as mulheres e em 1985 para as pessoas analfabetas.
Agora você conhece mais sobre o movimento sufragista. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!