Mário de Andrade e Oswald de Andrade: figuras centrais do Modernismo Brasileiro

O Modernismo Brasileiro foi um movimento artístico, literário e cultural com foco nacionalista e na liberdade estética. Os escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram duas figuras centrais desse movimento. Continue lendo para saber mais.

O que foi o Modernismo Brasileiro?

No Brasil, o modernismo foi um movimento artístico, literário e cultural que teve como principais características:

  • Liberdade estética;
  • Crítica social;
  • Nacionalismo. 

O modernismo brasileiro se desenvolveu com inspiração em vanguardas artísticas europeias como:

  • Futurismo;
  • Cubismo;
  • Expressionismo;
  • Dadaísmo;
  • Surrealismo. 

Contexto histórico do modernismo no Brasil 

O marco inicial do modernismo foi a Semana de Arte Moderna. Esse evento foi realizado no Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de 1922. Havia profunda insatisfação da população com a realidade do país. Muitos brasileiros consideravam que a cultura, a economia e a política do país estavam estagnados.

Em parte, essa sensação estava relacionada ao modelo político vigente, a política do café com leite. O poder era intercalado entre as oligarquias do café (São Paulo) e do leite (Minas Gerais). Esse cenário se manteve até o golpe de estado de 1930 que depôs o então presidente Washington Luís e colocou fim na República Velha. 

Grupo dos cinco

Nesse período conturbado, um grupo de artistas se uniu buscando renovar a estética da arte. Eles desejavam oferecer um olhar mais livre para a produção artística, que fugisse do tradicionalismo histórico e estético. 

A Semana de Arte Moderna foi realizada sob a liderança do que se chamou de “Grupo dos cinco”, que era formado por:

  • Mário de Andrade;
  • Oswald de Andrade; 
  • Tarsila do Amaral;
  • Anita Malfatti; 
  • Menotti del Picchia. 

A seguir iremos focar em duas figuras centrais do Modernismo Brasileiro: Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

Mário de Andrade

Um dos nomes mais importantes do Modernismo Brasileiro, Mário de Andrade, nasceu em São Paulo, em 1893. Foi um dos líderes da Semana de Arte Moderna, em 1922. Em sua produção literária, o autor buscou difundir elementos da cultura brasileira, ele desejava desenvolver um sentimento de identidade nacional.

A obra mais conhecida de Mário de Andrade é Macunaíma que possui o subtítulo de “o herói sem nenhum caráter”. O escritor apresenta elementos do folclore nacional nesse livro e traça um perfil crítica a respeito do povo brasileiro. 

O texto de Macunaíma possui características diferentes do português formal, ele tinha como objetivo divulgar o que chamava de “língua brasileira”. Já em seu livro Pauliceia desvairada, ele escreveu “escrevo brasileiro”.

Mário de Andrade faleceu em 1945, em São Paulo. 

Características literárias de Mário de Andrade

A obra de Mário de Andrade está associada à primeira geração modernista (1922-1930). As suas principais características são:

  • Criação de uma arte mais livre – sua obra tenta “destruir” os padrões da arte conservadora. 
  • Oposição aos valores artísticos do passado – rompimento com esses valores, em especial com as características do Romantismo e Parnasianismo. 
  • Critica a idealização romântica que se afasta da realidade.
  • Critica o rigor formal parnasiano que se preocupa com a metrificação. 
  • Busca por uma identidade própria, uma literatura que não reproduz simplesmente a estética europeia. 
  • Releitura crítica dos símbolos nacionais como o indígena romantizado. 
  • Quebra da estrutura convencional do romance.
  • Quebra com o rigor formal da poesia, passa a escrever versos livres. 
  • Língua brasileira – empenho para aproximar a fala da escrita. 

Obras de Mário de Andrade

Poesias: 

  • Há uma gota de sangue em cada poema (1917); 
  • Pauliceia desvairada (1922); 
  • O losango cáqui (1926);
  • Clã do jabuti (1927);
  • Remate de males (1930);
  • Poesias (1941). 

Ensaios: 

  • A escrava que não é Isaura (1925); 
  • O Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935). 

Contos:

  • Primeiro andar (1926); 
  • Belazarte (1934);
  • Contos novos (1947). 

Romances:

  • Amar, verbo intransitivo (1927);
  • Macunaíma (1928). 

Modinhas: 

  • Modinhas imperiais (1930).

Críticas:

  • Música, doce música (1934).

Memórias:

  • O movimento modernista (1942).

Artigos: 

  • O empalhador de passarinho (1944). 

Oswald de Andrade

Oswald de Andrade foi uma das figuras centrais do Modernismo brasileiro, ele foi romancista, poeta, jornalista, dramaturgo e professor. Ele nasceu em São Paulo, em 1890. O escritor conheceu as vanguardas europeias, no começo do século XX, em Paris e as incluiu em várias de suas obras. 

Oswald foi o idealizador dos manifestos modernistas do Brasil e se destacou por ser irônico e um militante político. Foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. No ano de 1926, casou-se com a pintora Tarsila do Amaral. O casal realizou diversas viagens à Europa entrando em contato com os intelectuais de Paris.

A crise de 1929 e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, levaram Oswald a perder muitos dos seus bens. Filiou-se então ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e passou a produzir textos focados nas questões sociais. 

Em 1931, já divorciado de Tarsila, se envolveu com a escritora Patrícia Galvão. Em 1945, rompeu com o PCB. Nesse mesmo ano conquistou o título de livre-docente pela Universidade de São Paulo. Faleceu, em São Paulo, em 1954. 

Características literárias de Oswald de Andrade

  • Experimentalismo. 
  • Multiplicidade.
  • Forte ligação com a figura cosmopolita que Oswald era. 
  • Sátiras da sociedade em transformação.
  • Forte influência de vanguardas europeias como Dadaísmo e Cubismo. 
  • Ironia e humor relacionados a percepção histórica divertida.
  • Rupturas sintáticas, uso de linguagem coloquial. 

Obras de Oswald de Andrade

Poesia

  • Pau-Brasil (1925);
  • Primeiro caderno de poesia do aluno Oswald de Andrade (1927);
  • Poesias reunidas (1945).

Manifestos:

  • Manifesto Pau-Brasil (1924);
  • Manifesto antropofágico (1928).

Prosa:

  • Memórias sentimentais de João Miramar (1924);
  • Serafim Ponte Grande (1933);
  • A trilogia do exílio: Os condenados (1922), Estrela de absinto (1927) e A escada vermelha (1934);
  • Marco zero I – revolução melancólica (1943);
  • Marco zero II – chão (1946).

Teatro:

  • O homem e o cavalo (1943);
  • A morta; O rei da vela (1937).

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