As migrações atuais no Brasil se baseiam em fluxos nos quais os migrantes saem de uma região menos favorecida para outra mais favorecida financeiramente. No artigo a seguir iremos apresentar com mais detalhes o conceito de migração e como ela tem se desenvolvido atualmente.
A história do Brasil é repleta de episódios de migração dentro do território nacional. Os brasileiros, em diferentes momentos, buscaram por outras regiões do país, geralmente em busca de melhores condições financeiras. Continue lendo para saber mais!
Para compreender os movimentos migratórios atuais, é fundamental entender o conceito de migrações internas. Em linhas gerais, as migrações internas consistem em fluxos migratórios que acontecem dentro do território nacional. Normalmente, esses fluxos têm relação com fatores econômicos e sociais.
Para entender como funciona a dinâmica dos movimentos populacionais internos é necessário considerar as zonas em fase de crescimento econômico. Em geral, são essas regiões que recebem maior volume de pessoas. Ao longo da história do país, é possível identificar esse modelo de movimento.
Historicamente, a concentração populacional tende a se fixar nas regiões em que estão localizadas as atividades produtivas. Confira a seguir as concentrações populacionais, de acordo, com os ciclos econômicos:
A partir da década de 1930, os fluxos migratórios passaram a caminhar no mesmo ritmo da industrialização do país. Esse movimento econômico contribuiu para o aumento das migrações do ambiente rural para o ambiente urbano, o chamado êxodo rural.
Houve a intensificação das migrações em direção à região Sudeste do Brasil, especialmente aquelas provenientes da região Nordeste. Essa passagem histórica foi decisiva para que o país deixasse de ter sua economia totalmente focada em atividades agropecuárias.
Atualmente, é possível identificar o esgotamento da migração rural-urbana, no Brasil. Os centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentam problemas decorrentes da saturação das suas estruturas. Há diversos problemas sociais de grande escala nesses grandes centros, decorrentes dessa inflação populacional.
Esse panorama não vem se mostrando atraente para novos migrantes. Devemos citar ainda, o processo de desconcentração industrial em curso no Brasil. Essa mudança colabora para um reordenamento dos fluxos migratórios. Há reflexos interessantes nas migrações a partir desse novo cenário.
A região Nordeste, por muito tempo, foi a principal fonte de migrações internas, ou seja, indivíduos dessa região migravam para outras. Contudo, nos últimos tempos, essa região vem apresentando saldo positivo. O número de pessoas que imigraram é superior ao número de pessoas que emigraram da região, na primeira década do século XXI.
De acordo com o Censo do IBGE de 2010, a região Nordeste foi a única que apresentou saldo positivo de migrantes no período de registro. As regiões Sul. Norte e Centro-Oeste se mantiveram estáveis. Por sua vez, a região Sudeste foi a grande exportadora de pessoas para outras regiões.
Os números que mostram que a região Nordeste vem recebendo mais pessoas do que “perdendo” para outras regiões demonstram a descentralização industrial brasileira. A população de outras regiões, que havia se instalado no Sudeste, está retornando para suas localidades de origem.
O retorno dessa população, outrora migrante, não indica uma opção, mas sim uma condição. Trata-se de uma consequência das más condições de vida que essa população encontrou no Sudeste. Os indivíduos que migraram para essa região, até o fim do século XX, encontraram desemprego, preconceitos regionais, entre outros.
De maneira geral, o que os migrantes buscam ao sair de seu local de origem para uma nova região é ter melhores condições de vida. O retorno dessas populações para suas regiões de origem demonstra que esse objetivo não foi alcançado como se esperava.
Essa é uma consequência da inflação populacional que nem sempre é sustentável em relação à estrutura. Além disso, há questões, como o preconceito e o racismo, que muitas vezes impedem o pleno estabelecimento desses cidadãos em outras localidades. Há um desencontro em relação às expectativas e a realidade.
A solução que muitas pessoas vêm encontrando, nesses casos, é retornar para suas regiões de origem. Assim existe um movimento de busca por melhores condições financeiras e sociais de vida para os migrantes. A migração tem início no desejo de viver melhor e pode gerar retorno com base no mesmo anseio.
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