Literatura Portuguesa: conheça suas escolas literárias e seus principais representantes
A literatura portuguesa tem seus primeiros registros no século XII. Momento em que ocorreu a expulsão dos árabes da Península Ibérica e o Estado Português se formou. Ao longo dos oito séculos seguintes diversas obras foram produzidas. Continue lendo para conhecer as escolas literárias e seus principais representantes.
Literatura Portuguesa: escolas literárias e representantes
Era Medieval
A Era Medieval é dividida em:
Primeira Época (trovadorismo);
Segunda Época (humanismo).
O marco inicial dessa era é a publicação do texto “Canção Ribeirinha”, também chamada de “Canção de Guarvaia”, de Paio Soares de Taiverós. Essa é a obra considerada a mais antiga da literatura portuguesa.
Trovadorismo (Primeira Época)
Inicia em 1189 com a publicação da “Canção Ribeirinha”.
Encerra em 1434 com a nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor da Torre do Tombo.
Teve manifestações na prosa, poesia e teatro.
Subdivisão da poesia trovadoresca: Poesia Lírica (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Poesia Satírica (Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer).
Subdivisão da prosa medieval: Hagiografias, Novelas de Cavalaria, Nobiliários e Cronicões.
Subdivisão do teatro: Moralidades, Milagres e Mistérios.
Humanismo (Segunda Época)
Inicia em 1434 e termina em 1527;
É considerado um período de transição entre a cultura medieval e a cultura clássica;
A poesia é classificada como Poesia Palaciana.
Na prosa humanista o principal representante é o autor Fernão Lopes.
No teatro o representante é Gil Vicente.
Era Clássica
Era da literatura portuguesa que aconteceu entre os séculos XVI, XVII e XVIII. Contou com manifestações na poesia, na prosa e no teatro. É dividida em três períodos:
Classicismo;
Seiscentismo ou Barroco;
Setecentismo ou Arcadismo.
Classicismo (1527-1580)
O Classicismo se inicia quando o poeta português Sá de Miranda chega à Itália.
No Berço do Renascimento, Miranda encontra o chamado “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo).
Luís de Camões, autor de “Os Lusíadas”, é o principal representante do Classicismo.
Seiscentismo ou Barroco (1580-1756)
O Barroco se inicia com a morte de Luís de Camões em 1580.
O estilo perdurou até a ascensão do Arcadismo.
O maior representante desse período foi o Padre Antônio Vieira, com destaque para seus Sermões.
As obras foram escritas com o estilo conceptista, ou seja, trabalhar com os conceitos era mais importante.
Setecentismo ou Arcadismo (1756-1825)
É conhecido também como Neoclassicismo.
O marco inicial foi a fundação da Arcádia Lusitana em Lisboa, em 1756.
Tais locais eram usados para reunir artistas que desejavam apresentar uma nova estética.
O principal representante dessa escola literária é Bocage. Destaque para as obras: “Elegia”, “Morte de D. Ignez de Castro” e “Idílios Marítimos”.
Era Moderna
Essa era da literatura portuguesa se inicia em 1825 e se estende até os dias atuais. Está dividida em:
O marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação da obra “Camões” de Almeida Garrett em 1825.
Alguns estudiosos consideram que o marco inicial é, na verdade, em 1836 com a publicação da obra “A Voz do Profeta”, de Alexandre Herculano.
Esse período histórico foi marcado pelas transformações da Revolução Francesa e das Guerras Napoleônicas.
Há um profundo sentimento de insatisfação e incerteza nas obras.
Principais características do Romantismo português: subjetivismo, idealização, saudosismo, sofrimento, nacionalismo e medievalismo.
Os principais representantes são: Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, Alexandre Herculano, Júlio Dinis e Antônio Feliciano de Castilho.
Realismo (1865-1890)
O início do Realismo em Portugal foi a “Questão coimbrã”.
Foi uma disputa entre jovens escritores (Teófilo Braga, Antero de Quental e Vieira de Castro) e o escritor romântico Antônio Feliciano de Castilho.
Principais características do Realismo: negação dos sentimentos, objetivismo, materialismo e cientificismo.
Os principais representantes são: Antero de Quental e Eça de Queirós.
A obra “Os Sonetos”, de Quental, é considerada a principal do período.
Eça de Queirós é o autor de “O Primo Basílio”.
Naturalismo (1875-1890)
O início do naturalismo português se deu em 1875 com a publicação da obra “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós.
Eça de Queirós se destacou no realismo, porém, em algumas de suas obras podemos observar características naturalistas.
O movimento naturalista aconteceu paralelamente ao realismo.
Compartilha características do realismo como o cientificismo, negação dos sentimentos, objetividade e materialismo.
Também se caracteriza por ter personagens marginalizados e não está focado na burguesia (como ocorre com o realismo).
As características e instintos humanos se destacam.
Principais representantes: Eça de Queirós, Francisco Teixeira de Queirós, Júlio Lourenço Pinto e Abel Botelho.
Parnasianismo (1870-1890)
O Parnasianismo foi um movimento que aconteceu paralelamente ao Realismo e ao Naturalismo.
O precursor foi o poeta João Penha.
O lema desse movimento era “arte pela arte”.
Os escritores estavam mais focados na busca pela perfeição formal do que com o conteúdo.
O soneto (poema de forma fixa) se destacou.
Dentre os temas estavam a realidade do dia a dia e os clássicos.
Os principais representantes são: João Penha, Gonçalves Crespo, Cesário Verde e António Feijó.
Simbolismo (1890-1915)
O Simbolismo se iniciou em Portugal em 1890 com a publicação da obra “Oaristos” de Eugênio de Castro.
Esse movimento fez oposição aos anteriores rejeitando o materialismo, racionalismo e cientificismo.
Principais características: subjetivismo, musicalidade e transcendência.
Os escritores simbolistas utilizam como base para suas obras manifestações metafísicas e espirituais.
Os principais representantes são: Eugênio de Castro, Camilo Pessanha e António Nobre.
Modernismo (1915 até os dias atuais)
Iniciou em 1915, com a publicação da revista “Orpheu”.
Divide-se em três fases.
Primeira fase: Geração de Orpheu (1915-1927)
Inicia com a publicação da revista “Orpheu”.
Principais representantes: Mário de Sá-Carneiro, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e brasileiro Ronald de Carvalho.
Segunda fase: Geração de Presença (1927-1940)
Inicia com a publicação da revista “Presença”.
Principais representantes: Branquinho da Fonseca, José Régio e João Gaspar Simões.
Terceira fase: Neorrealismo (1940)
Inicia com a publicação de “Gaibéus” de Alves Redol.
Principais representantes: Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes e Ferreira de Castro.
A literatura portuguesa teve grande influência sobre a formação da literatura brasileira. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!