A linguagem culta e a coloquial têm importantes funções em contextos diferentes. Conhecer as suas ferramentas e formas de uso te ajudará a desenvolver diálogos produtivos e textos interessantes. No artigo a seguir, você poderá saber mais sobre cada uma dessas linguagens e quando utilizar.
Antes de falarmos especificamente sobre os usos das linguagens culta e coloquial é interessante conhecer os seus conceitos.
Resumidamente, a linguagem culta pode ser definida como aquela que se aprende em livros didáticos sendo aplicada em situações mais formais. É usada em contextos que demandam mais autoridade e eloquência. Confira exemplos de usos da linguagem culta no cotidiano:
No uso da linguagem culta há maior preocupação com a estética da linguagem. A fala tende a ser mais polida e se busca por uma dicção mais rebuscada. Essa linguagem está associada a maior prestígio social. Pessoas que apresentam domínio da linguagem formal, normalmente, despertam a admiração de outros indivíduos.
A língua pode ser usada como um instrumento de poder. Quando uma pessoa apresenta uma linguagem mais normatizada tende a transmitir uma imagem mais positiva. Além disso, é uma forma de reforçar a sua autoridade perante a comunidade.
A linguagem culta é a que deve ser utilizada nas redações do ENEM e de vestibulares. Inclusive, no ENEM essa exigência já está explícita no enunciado da proposta. No entanto, pode acontecer de algumas provas de vestibular pedirem uma redação com um texto menos normatizado.
No vestibular da Unicamp 2021, por exemplo, uma das pautas da redação pediu pela produção de um diário. Esse gênero textual permite mais liberdade de expressão e pensamento do escritor. A normal culta não é o foco principal da escrita nesse tipo de redação.
Na linguagem coloquial, os locutores têm mais liberdade para construir as suas frases. Não há necessidade de tanta rigidez como no caso da norma culta. A comunicação pode ser mais espontânea e as gírias são permitidas.
Além disso, podem ser adicionados coloquialismos, expressões típicas da língua portuguesa falada como:
Também é possível utilizar palavras de forma contraída como:
A seguir você pode conferir um exemplo de diálogo com linguagem coloquial:
“— Cê vai no ensaio hoje? — perguntou a esposa.
— Vou sim, a gente vai treinar a apresentação de sexta. Tipo assim, tô cansado, mas preciso ir — respondeu o marido, contente.
— Beleza, pera um pouco que vou pegar minha bolsa e também vou.”
Percebeu que nesse exemplo, a terceira pessoa do plural (nós), foi substituída por “a gente”? É um costume comum nesse tipo de comunicação.
A língua é um elemento dinâmico da comunicação, esse é um ponto essencial de se compreender. Em outras palavras, isso significa que ela se altera e se adapta ao momento em que o emissor está vivenciando.
Durante uma conversa em uma mesa de bar com amigos é aceitável o uso de “nós vai”. No entanto, essa construção não deve ser feita na redação do ENEM, pois pode custar muitos pontos.
A diferença básica entre os dois tipos de linguagem é que a culta segue uma regra formal enquanto a coloquial está fora desses padrões. Enquanto a primeira segue as normas gramaticais, a segunda segue variações regionais e sociais.
Numa entrevista de emprego não se deve utilizar palavras como “véio”, “mano” ou “vamo”, por exemplo. Porém, também não é interessante usar expressões como “por obséquio, caro amigo, alcance-me um copo d’água” em uma reunião com amigos.
Cada tipo de linguagem se adequa a situações específicas, é um código para momentos e ambientes. O problema está apenas na confusão entre os conceitos e o uso inadequado dos tipos de linguagem.
O reconhecimento das variações entre os usos e aplicações da coloquialidade ou formalidade é importante. Os preconceitos linguísticos podem ser reforçados quando não se nota o ambiente de fala.
Não se deve discriminar os jargões, gírias e modos de fala de diferentes regiões, grupos sociais ou religião. É essencial prestar atenção ao contexto de fala, interlocutor, mensagem e objetivo de quem se comunica.
A linguagem tem como função a transmissão de uma ideia. A forma como o indivíduo irá se comunicar não deve ser denominada nem como “certa” e nem como “errada”. O que se pode observar é se existe uma adequação ou inadequação diante ao meio.
Em resumo, o que realmente importa é a efetividade do indivíduo de se comunicar e transmitir suas ideias para os interlocutores. Quando há adequação não se considera uma linguagem inferior ou superior.
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