Hífen: saiba como utilizar

O hífen costuma estar no centro de muitas dúvidas a respeito da ortografia da língua portuguesa, especialmente após o novo acordo ortográfico. No artigo a seguir, iremos explicar como utilizar esse elemento corretamente. 

O hífen

Em linhas gerais, o hífen é empregado em palavras compostas que têm elementos de ligação como, por exemplo, “arco-íris”. Por sua vez, nas palavras compostas que não tem elemento de ligação, o hífen não é utilizado. Um exemplo é a palavra “mão de obra”. Também é interessante prestar atenção ao uso do hífen após os prefixos

Funções do hífen

Confira abaixo as principais funções do hífen:

  • Realizar a união de verbos e pronomes oblíquos átonos: ênclise (ama-os, deu-lhe) e mesóclise (dar-lhe-ei, dir-se-ia);
  • Marcar a justaposição de termos em certas palavras formadas por processo de composição como terça-feira, mata-borrão, entre outros. 
  • Marcar a separação silábica: cla-ra-men-te; rús-ti-co, entre outros. 

Saiba como usar o hífen 

Confira abaixo quando usar o hífen:

  • Nas palavras compostas que não tem elemento de ligação como guarda-chuva, quarta-feira, arco-íris, entre outras. Exceções: paraquedas, mandachuva. 
  • Nas palavras compostas que não têm elemento de ligação e são formadas por elementos parecidos ou repetidos como pingue-pongue, reco-reco, entre outros. 
  • Nos termos compostos em que há apóstrofo no segundo item como caixa-d’água, entre outros. 
  • Depois dos termos “bem”, “além”, “sem”, “aquém” e “recém”. Exemplos: aquém-mar, além-túmulo, recém-chegado, sem-teto, entre outros. 
  • Depois do prefixo “mal” seguido por vogal, “l” ou “h” como mal-educado, mal-limpo e mal-humorado. 
  • Nos adjetivos gentílicos como boa-vistense, mato-grossense-do-sul, entre outros. 
  • Em vocábulos compostos, com ou sem elemento de ligação, que indiquem seres da flora ou da fauna como: joão-de-barro, comigo-ninguém-pode, entre outros. 
  • Em encadeamentos vocabulares como: ponte Paraguai-Brasil, social-democracia, entre outros. 
  • Após prefixos terminados com a mesma vogal do começo do segundo elemento da palavra composta como anti-inflamatório, contra-ataque, entre outros. 
  • Depois de prefixos terminados com a mesma consoante inicial do segundo elemento da palavra composta: sub-base, entre outros. 
  • Depois dos prefixos “pré-”, “pós-” e “pró-” como pré-histórico, pós-mestrado, pró-democracia, entre outros. 
  • Após prefixos “pan-“ e “circum-“, quando seguidos por termos iniciados com voga, “m”, “n” ou “h” como circum-navegação, pan-americano, pan-helênico. 
  • Depois de prefixos “sota-“, “soto-“, “ex-“, “vice-“ como soto-piloto, ex-namorado, sota-vento, vice-presidente, entre outros. 
  • Após prefixo terminado em vogal, “b” ou “r” e segundo elemento da palavra iniciado por “h”, como super-homem, anti-herói, sub-humano, entre outros. 
  • Nas palavras compostas onde os dois termos referem-se a etnia como franco-belga, afro-brasileiro, entre outros. 

Saiba quando NÃO usar o hífen

Confira os casos em que não se deve utilizar o hífen:

  • Nas palavras compostas em que somente um dos termos indica etnia como afrodescendente, eurocêntrico, entre outros. 
  • Depois do prefixo “mal” quando não é seguido por vogal, “l” ou “h” como em maltratar, malquerer, entre outros. 
  • Em palavras compostas com elementos de ligação, como pé de moleque. Exceções: água-de-colônia, cor-de-rosa, pé-de-meia (economia), arco-da-velha. 
  • Após prefixos terminados em vogal diferente da vogal inicial do segundo elemento da palavra composta como autoescola, infraestrutura, entre outros. 
  • Depois dos prefixos átonos “pro-”, “co-”, “pre-” e “re-” como coordenado, preestabelecer, coautoria, reeditar entre outros. 
  • Após os termos “não” e “quase” com valor de prefixo como não agressão, quase processo, entre outros. 
  • Após o prefixo terminado em vogal com segundo elemento iniciado com “s” ou “r” como antissocial, microrregião, ultrassom, entre outros. 

Regras do hífen no novo acordo ortográfico

Em adjetivos gentílicos

  • Antes do acordo não recebiam hífen.
  • Depois do acordo passaram a ser hifenizados. 

Após prefixos terminados com a mesma vogal

  • Antes do acordo não tinha hífen.
  • Após o acordo tem hífen. 

Palavras compostas com elemento de ligação

  • Antes do acordo tinha hífen.
  • Depois do acordo não tem mais hífen. 

Após prefixos seguidos de termos iniciados por vogal, “s”, “h” ou “r”

  • Antes do acordo tinha hífen.
  • Após o acordo não há mais hífen com vogal inicial diferente e os termos são unidos. Quando o segundo termo inicia com “r” ou “s”, a consoante é dobrada. 

Após termos “quase” e “não” com valor de prefixo

  • Antes do acordo recebia hífen.
  • Após o acordo não há mais hífen. 

Hífen, meia-risca e travessão: quais são as diferenças? 

Os três são traços, porém, possuem dimensões e aplicações diferentes: 

  • Hífen [-];
  •  Meia-risca [–];
  • Travessão [—].

Hífen [-]

Trata-se de um sinal gráfico empregado em palavras compostas de acordo com algumas regras. 

Meia-risca [–]

Esse é um traço de ligação, contudo, nas gramáticas da língua portuguesa não são especificadas as regras de seu uso. Geralmente, a meia-risca é empregada para indicar uma sequência como “Amanhã, a variação de temperatura será: -5–7°C”. Sem a meia-risca ficaria confuso. 

Travessão [—]

Usado, especialmente, para indicar a fala de personagens dentro de uma narrativa. Contudo, pode ter também a função de parêntese. Exemplo: “O disco (um clássico britânico) chegou mês passado” ou “O disco — um clássico britânico — chegou mês passado”. 

Agora você conhece as regras de uso do hífen. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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