Georg Wilhelm Friedrich Hegel é um dos principais nomes da Filosofia do século XIX, ele foi adepto do Idealismo. Essa teoria filosófica tem como base a ideia de que o mundo material só poder inteiramente conhecimento de forma subjetiva. Continue lendo para saber mais.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770, em Stuttgart, Alemanha. O filósofo foi obrigado a deixar a Universidade de Jena devido à invasão da cidade por Napoleão Bonaparte. Nesse momento, ele apenas conseguiu salvar a sua obra “A Fenomenologia do Espírito” que revolucionou a Filosofia alemã.
Hegel faz parte do chamado Idealismo Alemão, um movimento que promoveu intensos debates entre filósofos no final do século XVIII e começo do século XIX. A base que levou a essas discussões foi a publicação Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant. Hegel faleceu em 14 de novembro de 1831, em Berlim, Alemanha.
O pensamento de Hegel tem como base a ideia de que tudo o que existe no mundo faz parte de uma única coisa que se modifica. Dessa forma, os fenômenos à nossa volta consistem em concepções distintas de um mesmo espírito. No decorrer do tempo, esse espírito reintegra essas concepções em si.
O filósofo alemão Immanuel Kant abordou o Idealismo Transcendental. Hegel, bastante influenciado por Kant, abordou o Idealismo. Os dois desenvolveram suas linhas de pensamento na área da Metafísica.
Anteriormente a Hegel, Kant tinha proposto uma teoria sobre o mundo que combinava a visão empirista de David Hume com a visão Racionalista de René Descartes. O idealismo alemão nasceu para fazer oposição às ideias de Kant. O foco era derrubar o idealismo transcendental.
Hegel reconhecia os avanços que Kant fez quando tentou eliminar a ingenuidade filosófica. No entanto, acreditava que o fracasso das ideias kantinianas estava na sua forma de explicar o mundo através de categorias.
Hegel buscou entender o mundo sem que houvesse suposições, como Kant fizera. Seu foco estava especialmente na ideia de categorias já que elas eram exclusivas, isto é, não poderiam derivar-se de outras.
Segundo o pensamento hegeliano, o mundo (as categorias) estava sujeito a mudanças. Dessa forma, Hegel afirmava exatamente o oposto de Kant. Hegel defendia que tudo está constantemente em transformação, as coisas estão sujeitas a mudar.
As categorias de Kant tinham como base a imutabilidade das coisas. Hegel, em oposição a essa forma de pensamento, propôs a Dialética. Para isso ele partiu da ideia de Heráclito de que tudo flui.
Heráclito foi um filósofo Pré-Socrático que entrou para a história como o pai da Dialética. Seu apelido era “Obscuro” em decorrência da sua obra “Sobre a Natureza” que tinha um estilo sinistro.
A dialética está presente na Filosofia desde a Antiguidade, surgiu com Zenão, filósofo grego que fez parte da Escola de Eléia. Muitos filósofos utilizaram essa ferramenta da Lógica, até mesmo Kant. Contudo, foi Hegel quem a elevou a outro patamar propondo o que se tornou conhecido como Dialética hegeliana.
Diferentemente de Kant, Hegel propõe uma interpretação imanente do mundo, uma realidade transcendente. Ser imanente diz respeito a algo que possui princípio e fim. Por sua vez, a interpretação transcendente refere-se a algo que tem finalidade exterior e que supera ela mesma.
De acordo com Hegel, a sua interpretação imanente garantia quatro coisas:
Seguindo a linha de raciocínio de Hegel podemos concluir que toda tese tem nela mesma uma antítese. Para que esse conflito seja solucionado é necessário haver a superação desse problema, ou seja, uma síntese. Então, a contradição de tese e antítese passa a ser somente uma limitação criada pela compreensão do problema original.
Para explicar essa parte do seu pensamento, Hegel utilizava como exemplo o conceito de Ser (tudo que existe) e do Não Ser (tudo que não existe). Apesar de opostos, eles são aspectos de um mesmo conceito.
O conceito de síntese resolve a problemática entre o ser e o não ser. Ao afirmar que algo vem a ser, dizemos que se move da condição de não ser para uma condição de ser. Basicamente Hegel demonstra que conceitos opostos possuem a resolução.
O conceito de Ser não é um conceito exclusivo e imutável, apenas uma das três partes que formam o conceito de vir a ser. Por sua vez, o conceito de vir a ser não é um conceito que vem de fora.
Para solucionar a questão do ser e do não ser precisamos compreender que se tornar foi o significado da contradição entre o ser e o não ser. O exemplo de Hegel em que a tese (Ser) e sua antítese (Não Ser) geravam uma síntese (Vir a Ser) é o princípio do processo da Dialética.
Esse processo se repete numa espiral de conceitos que vai se refinando, cada síntese é uma nova tese que tem sua antítese e leva a uma nova síntese. Hegel afirmava que as estruturas do pensamento são mutáveis e não irredutíveis como Kant afirmava. As ideias de Hegel inspiraram diversos pensadores como Karl Marx e Jean-Paul Sartre.
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