O que foi a Guerra de Independência do Brasil?

A Guerra de Independência é um episódio da história do Brasil de grande importância, mas que nem todo mundo conhece. A proclamação da independência do Brasil da Coroa portuguesa não foi celebrada por todas as províncias. O imperador D. Pedro I precisou conter diversas revoltas. Continue lendo para entender.

Contextualização

Muitas pessoas acreditam que a proclamação da independência do Brasil de Portugal foi amplamente comemorada em todo o território nacional. Contudo, não foi bem assim, a notícia foi mal recebida por algumas províncias. O imperador D. Pedro I enfrentou um período bastante turbulento após cortar laços com Portugal. 

Houve uma série de revoltas contra o processo de independência, pois em muitas províncias havia fortes laços com a Coroa portuguesa. Esses laços foram estreitados ao longo do governo de D. João VI (1808-1822). Nesse período o monarca concedeu diversos direitos e privilégios aos súditos brasileiros.

Os parlamentares das Cortes portugueses viram com apreensão a forma de governo de D. João e então exigiram o retorno do rei a Portugal. Assim o governo das províncias ficou sob o controle direto de Portugal.

Entenda a Guerra de Independência

A Guerra de Independência se desenrolou entre os anos de 1822 e 1824. Tratou-se basicamente do embate entre aqueles que desejavam consolidar a independência da Coroa portuguesa e os que não desejavam o corte de laços. 

Os governadores de algumas províncias se mostraram resistentes a aceitar a proclamação da independência do Brasil. Essa resistência contou com o apoio de tropas portuguesas. 

Os conflitos gerados pela independência do Brasil

Quando a independência do Brasil foi proclamada, governos e tropas de algumas províncias precisaram expressar sua fidelidade incondicional ao governo português. Nessas províncias havia muitas tropas e comerciantes portugueses dispostos a se engajar na luta contra a independência.

Confira abaixo alguns dos principais conflitos que eclodiram nesse momento:

  • Bahia – Ocorreu um intenso e violento conflito entre os dias 7 de setembro de 1822 e 2 de julho de 1823. A vitória do império nesse conflito foi essencial para que os demais fossem mais facilmente dissolvidos. 
  • Região do Grão-Pará – Houve cerca de 1300 mortos no conflito de resistência ao domínio do império. Boa parte dos óbitos se deu por asfixia em porões de navios capturados pelas forças imperiais. 
  • Maranhão, Alagoas, Piauí, Ceará e Sergipe – Em províncias desses estados ocorreram outras tentativas de resistir à independência, mas elas não chegaram a representar uma ameaça. 
  • Cisplatina – Os moradores da região, que atualmente é o Uruguai, aproveitaram esse momento de instabilidade para se livrar da dominação brasileira. Os favoráveis à independência do Brasil chegaram a ser expulsos de Montevidéu. No entanto, o cerco feito pelos navios de Lord Cochrane (leia mais abaixo) levou à vitória sobre as tropas portuguesas. 

Mercenários

A Guerra da Independência foi composta por diversos conflitos que aconteceram ao mesmo tempo e em diferentes pontos do país. Controlar a situação não era uma tarefa fácil para D. Pedro I e para conquistar tantas vitórias militares ele precisou de mais do que as forças do exército.

O primeiro imperador contou com a ajuda financeira da Inglaterra para contornar a situação. Além disso, foram contratados mercenários ingleses que tiveram grande participação nas vitórias. Os dois nomes britânicos de maior destaque nesse recorte da história do Brasil são: John Pascoe Grenfell e Lord Cochrane.

John Pascoe Grenfell

A população e a junta governativa do Grão-Pará já viviam em conflito antes da independência do Brasil. Em 1823, as coisas pioraram muito quando o navio Maranhão, comandado por John Pascoe Grenfell, chegou à costa com a notícia da chegada da esquadra de Lord Cochrane.

O palácio do governador foi invadido pela população que demitiu toda a junta governativa. Os líderes populares assumiram o poder da província. Grenfell, por sua vez, reagiu reprimindo com grande violência tanto a população quanto os seus líderes. 

Houve diversos fuzilamentos e em torno de 300 prisioneiros foram presos no porão de um navio com as escotilhas fechadas e com cal jogada sobre eles. Todos esses prisioneiros morreram devido à asfixia. 

Lord Cochrane

Lord Cochrane teve participação decisiva para o fim do conflito na Bahia. A esquadra comandada por ele chegou à Bahia em maio de 1823. As tropas portuguesas que já não tinham como conseguir alimento se viram cercadas, então deixaram Salvador em 2 de julho de 1823. 

O fim da Guerra de Independência

No final de 1823, as tropas portuguesas foram expulsas, em grande parte pelo cerco promovido pelos navios de Lord Cochrane. Porém, embora a guerra tivesse chegado ao fim, isso não significou o arrefecimento da rivalidade entre as forças favoráveis a Portugal e os patriotas a favor da independência. 

Conclusão

A Guerra ou Guerras de Independência representam um importante capítulo da história brasileira. A formação de uma nação autônoma não foi uma ideia bem recebida em todo o território nacional. 

Também podemos identificar mais um momento histórico brasileiro em que a Inglaterra participou visando a garantia dos seus interesses econômicos. Quando os conflitos terminaram, D. Pedro I já havia contraído uma dívida enorme com a Inglaterra. Assim o país era economicamente dependente. 

Gostou de saber mais sobre a Guerra de Independência? Para conferir mais conteúdos sobre História do Brasil, além de dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

Retornar ao blog

Gostaria de ajuda ou precisa
falar com a nossa equipe?