O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado em 1944 durante as Conferências de Bretton Woods. O objetivo era o de manter a ordem econômica internacional após o término da Segunda Guerra Mundial. Continue lendo para saber mais sobre a relação desse fundo com a economia brasileira.
Em 1944, nas Conferências de Bretton Woods, foi fundado o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse fundo foi pensado para a manutenção da ordem econômica internacional pós-Segunda Guerra Mundial. Esse objetivo seria alcançado através da cooperação entre os membros.
O FMI atua como um financiador que concede empréstimos para as nações para evitar maiores endividamentos. O Brasil já recorreu ao FMI em momentos de dificuldades econômicas, nosso país possui uma relação estreita com a instituição desde a sua formação.
Os Estados Unidos, estiveram à frente das discussões a respeito da criação desse fundo. O convênio constitutivo desse fundo foi assinado na Conferência de Bretton Woods, em 1944.
Porém, em 1942, Sumner Welle já havia recomendado a criação de um Fundo Internacional de Estabilização. Essa proposta foi feita durante uma conferência realizada no Rio de Janeiro.
O FMI, fundado em Bretton Woods, possui maior complexidade em comparação com a proposta de Welle. No entanto, é essencial reconhecer que o Rio de Janeiro foi o primeiro espaço desse debate.
O Brasil participou, desde o começo, das negociações. É um dos fundadores do que se tornaria o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
O Brasil possui uma relação que nem sempre foi amistosa com o FMI. A mudança de governos acarreta mudanças políticas internas e externas. Logo, a postura do país diante do fundo se transformou diante de diferentes cenários.
A seguir falaremos um pouco mais sobre esse relacionamento durante governos distintos.
Juscelino Kubitschek rompeu a relação entre o Brasil e o FMI, em 1959. JK acreditava que a entidade impedia o desenvolvimento econômico das nações, quase como algo maligno. Em 1960, o então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, visitou o Brasil e a relação com o FMI foi retomada.
O rompimento havia sido motivado pelas condições impostas pelo FMI para o empréstimo de 200 bilhões de dólares feito pelo governo de JK para a construção de Brasília. A principal condição para a liberação do fundo era a adoção de um pacote de medidas inflacionárias que mantivessem a inflação em no máximo 6% ao ano.
Para isso, o governo brasileiro deveria estabelecer uma taxa única de câmbio e restringir salários. Além de atrasar a inauguração da nova capital, essa medida tornava o empréstimo pouco vantajoso.
Em linhas gerais, a ditadura militar manteve boas relações com o FMI. Inicialmente, o Brasil se manteve independente do fundo. Porém, o volumoso investimento em infraestrutura e a crise mundial do petróleo, de 1979 desencadeou a redução das fontes de investimentos no país.
Houve o aumento da inflação e o crescimento da dívida externa do país, as reservas de dólares do Brasil passaram a cair consideravelmente. O custo da dívida externa brasileira aumentou exponencialmente, em 1981, quando os Estados Unidos subiram as taxas de juros do dólar. Inúmeras negociações ocorreram para novos empréstimos.
O Brasil e o FMI não tinham uma relação muito boa no momento da redemocratização do país, que começou em 1985. A crise da década de 1980, tornou fundamental buscar formas de estabilizar a economia nacional. Contudo, não era um interesse do governo recorrer a mecanismos de ajuste convencionais.
O Brasil tinha uma dívida de 121 bilhões de dólares, em 1987 e isso levou ao descumprimento de compromissos externos como o pagamento da dívida. Em 1994, o Plano Real foi instaurado levando a estabilização da economia.
O governo brasileiro não seguiu as sugestões do FMI para valorizar a moeda. Mas, mesmo assim, se estabeleceu um relacionamento harmônico entre o país e o fundo. Aproveitando esse bom momento, em 2002, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso solicitou um empréstimo de mais de US$ 30 bilhões.
A dívida do Brasil com o FMI foi quitada, em 2005, durante o governo de Luís Inácio Lula da Silva. Esse pagamento restabeleceu a confiança de que o país conseguia honrar seus compromissos com a dívida externa.
Após a negociação do pagamento da dívida, o Brasil iniciou uma nova etapa do seu relacionamento com o FMI. O país não está mais disposto a se manter na posição de dependência. Tornou-se participante ocasional de programas de ajustes fiscais de nações necessitadas.
Em 2009, algo inédito aconteceu, o Brasil emprestou dinheiro ao fundo, foram US$ 10 bilhões para auxiliar países emergentes durante a crise internacional. Um novo empréstimo de US$ 10 bilhões foi feito, em 2012, para a zona do euro. A condição era a de uma participação mais efetiva dos países em desenvolvimento nas decisões do FMI.
Os países membros do FMI são classificados conforme um sistema de cotas que verifica indicadores econômicos como o PIB, por exemplo. A posição do país na economia mundial é considerada para fazer essa classificação.
Nações com uma economia forte têm uma cota maior, o que lhes confere mais poder dentro do fundo. O Brasil possui 2,32% das cotas do FMI e ocupa o 9° lugar entre os cotistas. Existe a tentativa do Brasil de aumentar sua participação, o que vem gerando resistência de pequenas nações europeias que precisariam ceder cotas.
Em 2014, foi criado um banco de financiamento de projetos chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Esse mecanismo de empréstimos contingentes pode ser visto como um eventual concorrente do FMI.
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