O que é fascismo e quais são as suas características?

Você sabe o que é fascismo? O termo que vem ganhando mais espaço na mídia no mundo todo, devido ao crescimento de movimentos de extrema direita, ainda não é amplamente compreendido por todos. Continue lendo para entender o conceito e suas características.

O que é fascismo?

Em 1919, ano do fim da Primeira Guerra Mundial, surgiu, na Itália um sistema político nacionalista, antissocialista e antiliberal conhecido como Fascismo. Esse modelo baseado na exclusão das minorias ainda tem influência e gera impactos nos dias atuais. 

O fascismo era liderado por Benito Mussolini. Esse sistema influenciou regimes políticos de outros países europeus como Alemanha e Espanha no período entre guerras (1919-1938). No Brasil, o fascismo influenciou movimentos políticos como o Integralismo, durante a Era Vargas.

O que significa fascismo?

O contexto de surgimento do fascismo foi o período pós-Primeira Guerra Mundial. Num momento de fragilidade da Itália, Benito Mussolini se apresentou como a figura de um líder forte e destemido que nutria grande amor pela pátria.

Esse regime se baseou em um governo autoritário cujo líder buscava, incessantemente, reforçar a sua imagem de força perante o povo. Para reforçar a sua postura de liderança, Mussolini proferia discursos extremistas e de ódio às etnias minoritárias. 

O termo fascismo se origina do latim fascio (feixe), em referência a um dos principais símbolos fascistas, o fascio littorio. Esse símbolo consiste em um machado envolvido num feixe de varas que era usado em cerimônias do Império Romano simbolizando a união. 

Conforme a violência e os abusos do regime fascista se tornaram conhecidos, o termo fascismo foi adquirindo novos significados. Atualmente, os termos fascismo e fascista são empregados em relação a indivíduos ou movimentos que pregam pressão ou segregação étnica como solução para problemas sociais. 

Principais características do fascismo

O fascismo é um sistema político oposto ao socialismo. Caracteriza-se por ser imperialista, autoritário, antiliberal, antissocialista, anticomunista, antiburguês e fortemente nacionalista. Confira a seguir mais detalhes sobre as principais características. 

Estado totalitário

No fascismo o Estado tem o controle total das manifestações da vida pública e privada dos indivíduos. 

Autoritarismo

A liderança tem autoridade inquestionável. Considera-se que o líder é o mais preparado e por isso suas decisões não são colocadas em dúvida. 

Nacionalismo

O fascismo se baseia em forte sentimento de amor à nação. Sendo a pátria um bem supremo, tudo deve ser feito e aceito em nome dela. Os indivíduos devem aceitar os sacrifícios em nome da pátria. 

Antiliberalismo

Embora o fascismo fosse alinhado com ideias capitalistas, como a livre iniciativa de pequenos e médios negócios e a propriedade privada, também defendia intervenção do Estado na economia. Inclusive, há correntes fascistas que defendem a nacionalização de grandes empresas. 

Expansionismo

Aumentar o território ampliando as fronteiras era entendido como uma necessidade pelo regime fascista. A justificativa era a necessidade de conquistar “espaço vital” para o desenvolvimento da nação. 

Militarismo

Atribuía-se à organização militar a capacidade de salvação nacional. O expansionismo, a luta e a guerra seriam as ferramentas para essa salvação. 

Anticomunismo

O fascismo é totalmente contrário ao comunismo porque rejeita ideias como o fim da propriedade, igualdade social e luta de classes. 

Corporativismo

O fascismo não acreditava na lógica de “um homem, um voto”. Para os fascistas, as corporações profissionais deveriam eleger os representantes políticos. Também reforçavam que as classes deveriam cooperar entre si para assegurar a estabilidade social. 

Hierarquização da sociedade

No fascismo existe a crença de que os mais fortes devem conduzir o povo para o bem da segurança e da prosperidade. 

O fascismo surgiu num contexto pós-guerra prometendo construir uma nação forte, rica e sem partidos políticos que gerassem antagonismos. 

O fascismo na Itália

Após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Itália se viu enfraquecida uma vez que suas reivindicações não foram atendidas pelo Tratado de Versalhes. A economia passava por um momento bastante delicado. O contexto fortalecia o sentimento de revolução e assim cresceram movimentos de esquerda e de direita. 

O jornalista Benito Mussolini, em março de 1919, criou os “Fasci di Combatimento” (grupos de combate) e os “Squadri” (esquadrão). O objetivo era combater os adversários políticos através do uso da força e com grande violência. Em novembro de 1921, o Partido Nacional Fascista foi fundado.

Em 1919, o movimento contava com 200 mil adeptos e em 1921 já eram 300 mil filiados no partido. É interessante observar que esse movimento contava com pessoas de diferentes orientações políticas como antiesquerdistas, nacionalistas, ex-combatentes, contrarrevolucionários e desempregados. 

Em 1920, a Itália enfrentava uma greve de 2 milhões de trabalhadores. Um grupo de mais de 600 mil metalúrgicos estava ocupando fábricas no norte e planejando dirigi-las de acordo com ideias socialistas. 

O governo parlamentar era formado pelo partido socialista e o partido popular. Os dois não conseguiram chegar a um acordo e isso abriu caminho para que os fascistas ascendessem ao poder. 

Marcha sobre Roma

Em outubro de 1922, ocorreu a “Marcha sobre Roma”, em que 50 mil camisas-negras (como eram chamados os fascistas por causa do uniforme) marcharam até a capital da Itália partindo de Nápoles. 

O Fascismo no poder e o seu fim

Entendendo que nada poderia fazer diante dessa manifestação, o rei Vítor Emanuel III, convidou Mussolini para formar o Ministério. Em 1924, por meio de eleições fraudulentas os fascistas tiveram 65% dos votos. No ano seguinte, Mussolini se torna o Duce (líder em italiano). 

Mussolini logo deu início a seu programa que acabou com as liberdades individuais, anulou o poder da Câmara dos Deputados e do Senado, censurou a imprensa e deu início a forte repressão. O regime ditatorial foi gradualmente instalado. 

Mesmo sob a aparência de uma monarquia parlamentarista, Mussolini tinha plenos poderes. O fascismo perdurou no poder até o fim da Segunda Guerra Mundial. Em 28 de abril de 1945, Mussolini foi preso e executado ao tentar fugir para a Suíça. 

Agora você conhece as principais características do fascismo. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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