Entenda a difícil relação entre Rússia, Putin e Belarus

Há anos que a relação complexa e difícil que existe entre a Rússia, Putin e Belarus vem se tornando pauta no debate geopolítico. No artigo a seguir iremos explicar esse tema com detalhes para que você possa ter uma melhor compreensão. 

Rússia, Putin e Belarus: contexto histórico 

No período da Guerra Fria (1947-1991), a antiga União Soviética fazia oposição aos Estados Unidos (EUA). As duas nações rivalizavam tanto em termos bélicos quanto na corrida espacial. 

Os constantes e amplos investimentos necessários nessas áreas comprometeram a qualidade de vida da população russa. O sistema, iniciado pela revolução de 1917, colapsou. 

A Rússia levou anos para se reerguer e voltar a ter relevância no cenário geopolítico. Atualmente, o país se tornou estratégico na venda de armamentos e se destaca como grande fornecedor de energia. 

Inclusive, esse último fator foi significativo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Países que dependiam do fornecimento precisaram encontrar outras soluções para se alinhar às sanções estabelecidas à Rússia e deixar de comprar seus recursos. 

Criméia

Em 2014, a Rússia anexou a região da Criméia que pertencia à Ucrânia. Houve forte tensão envolvendo a legislação russa que prevê a proteção de pessoas culturalmente ligadas à nação. Países ligados aos Estados Unidos fizeram forte oposição a essa movimentação russa. 

Vladimir Putin

Vladimir Putin, durante a Guerra Fria, ocupou cargos relevantes dentro da KGB, o Serviço de Segurança Secreta da União Soviética. Há mais duas décadas ele se mantém no poder como presidente da Rússia. 

Em 1999, ele assumiu a presidência interinamente e em 2000 venceu as eleições para esse cargo. Para se manter nessa posição, Putin já alterou algumas regras. Ainda que seja um governo popular, possui como uma de suas marcas a perseguição a seus opositores. 

Belarus

Em 1991, Belarus (também chamada de Bielorrusia) conquistou a sua independência, anteriormente era integrante da União Soviética. Putin interfere constantemente sobre Belarus, seja por meio da cultura, da economia ou de termos militares. 

O território ainda carrega traços culturais do período soviético. Após o pedido de empréstimo para o FMI (Fundo Monetário Internacional) ter sido suspenso, a Rússia ajudou o país vizinho. Em 2020, foram realizados exercícios militares russos em Belarus sob a chamada “Fraternidade Eslava”. 

Essa situação em Belarus teve como seu estopim o processo eleitoral de 2020. No entanto, tem uma base mais profunda que remonta à desintegração da União Soviética, em 1991. 

A posição estratégica de Belarus

Como citamos acima, em 2020, foi realizado um exercício militar em Belarus denominado “Fraternidade Eslava” (tópico de grande apelo cultural). É importante entender a relevância da posição geográfica estratégica da nação vizinha à Rússia.

Belarus é chamada de Estado Tampão porque é a fronteira entre a Rússia e os países membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Lembrando que essa organização foi criada para defender as nações participantes da antiga União Soviética. 

O país também é o limite entre a Rússia e Caliningrado (território russo entre a Lituânia e a Polônia) que dá acesso ao Mar Báltico. No âmbito do comércio, uma saída para o mar ou oceano é sempre essencial.

Alexander Lukashenko

A Rússia e seu exército já haviam se envolvido em tensões na região. Em 2008, a nação comandada por Putin participou dos conflitos separatistas na Geórgia, no Cáucaso e na anexação da Criméia. No entanto, a atenção do mundo se voltou para Belarus devido aos protestos realizados após a eleição presidencial de 2020.

Alexander Lukashenko, presidente de Belarus desde 1994 e aliado de Putin, foi reeleito com cerca de 80% dos votos. Como mencionamos, houve protestos e pesquisas que demonstravam a forte desaprovação popular do candidato vencedor. 

Dentre as irregularidades do processo eleitoral de 2020, podemos citar:

  • A prisão de diversos oponentes de Lukashenko no período pré-votação;
  • O resultado da eleição que não condiz com as manifestações do povo;
  • A abertura de urnas antes do período da conclusão do tempo disponível para voto;
  • Contagens suspeitas de votos. 

A derrubada da internet

O governo de Belarus respondeu através de repressão, controle e derrubada da internet. No contexto atual, controlar e derrubar a internet é bastante significativo uma vez que é através da rede que as pessoas se organizam. Também é através da conexão que as informações ganham o mundo ultrapassando limites territoriais. 

Participação feminina 

Com o passar do tempo, os protestos no país foram adquirindo novas modelagens. As mulheres passaram a participar mais ativamente criando barreiras físicas entre a polícia e os manifestantes homens. Essa medida visava reduzir a violência das forças policiais do governo, no entanto, isso não ocorreu. Mulheres de todas as idades foram agredidas.

Rostos femininos ganharam mais destaque em comícios como, por exemplo, o de Veronika Tsepkalo. Ela continuou em Belarus mesmo depois de seu marido e seus filhos terem fugido devido à perseguição do governo. Pavel Latushko, que já recebeu o Nobel de Literatura, também se envolveu. 

Belarus atualmente

Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia. Belarus, que ainda permanece sob o comando de Alexander Lukashenko, vem sendo utilizada como território estratégico para essa empreitada militar. A nação também faz fronteira com a Ucrânia. Em termos gerais, a situação do país continua sendo a mesma. 

Agora você tem um panorama da relação entre Rússia, Putin e Belarus. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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