Elaboramos este artigo para que você entenda a diferença entre epidemia, pandemia e endemia, termos bastante mencionados pela mídia ao longo de 2020, em decorrência do surgimento do coronavírus, causador da COVID-19. Basicamente, essas classificações têm o objetivo de apontar a escala atingida em situações de eminente contágio. Continue a leitura para saber mais.
A seguir, vamos apresentar os conceitos de epidemia, pandemia e endemia, para que seja mais fácil compreender quando uma situação sai de uma classificação para outra. Para um entendimento mais amplo, iremos conceituar também surto, um degrau na escalada para que uma doença se torne uma pandemia.
A classificação de surto aplica-se a situações em que há um aumento inesperado de infectados por uma doença em uma única região. Um exemplo é o surto de sarampo ocorrido paralelamente à pandemia de coronavírus. Os casos da doença, até então erradicada no Brasil, tiveram início em 2018, especialmente nos estados do Amazonas e Roraima.
No período transcorrido entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019, foram registrados 10.274 casos de sarampo, entre os quais 9.778 estavam concentrados no estado do Amazonas. Os números cresceram alarmantemente durante o ano de 2020, tornando-se mais uma grande preocupação sanitária em nosso país, além da COVID-19. Nesse caso, medidas como campanhas de vacinação de crianças, adolescentes e adultos têm grande eficácia para o controle futuro da expansão do surto através da imunização.
Outro exemplo de surto é quando há um grande número de casos de dengue em um único bairro, por exemplo. Diante disso, as autoridades de saúde tratam o problema como um surto, tomando medidas para conter esse avanço regional da doença.
Campanhas de conscientização a respeito de como evitar a proliferação do mosquito aedes aegypti têm um papel fundamental para conter o avanço da dengue e outras doenças relacionadas a esse vetor, como chikungunya, febre amarela e zika vírus.
Considera-se epidemia quando há aumento do número de surtos em regiões distintas. Para que fique mais fácil de entender, vamos imaginar que o número de infectados por uma doença X estava concentrado em um único bairro da capital de um estado, essa situação configura um surto.
No entanto, se o número de infectados pela doença X começa a aumentar em outros bairros da capital, a situação passa a ser classificada como epidemia, mesmo que em escala estadual ainda se tenha um surto. Caso a doença X se espalhe para outras cidades do estado, a classificação será de epidemia em nível estadual e surto na escala regional.
Um exemplo real é o da epidemia de ebola de 2014, que recebeu status epidêmico ao atingir diferentes países do continente africano, ou seja, não ficou restrito a uma única nação. Uma dica para entender um pouco melhor o caso do ebola é assistir ao filme “93 Dias”, de 2016, que apresenta a luta dos profissionais de saúde para conter a expansão da doença.
A classificação de pandemia é a mais grave, em termos de áreas afetadas por uma doença. Esse status é atribuído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quando há casos confirmados de uma mesma doença em países de todos os continentes. Dessa forma, pandemia é quando uma epidemia alcança escala global.
Atingindo países de todo o globo, a COVID-19 recebeu o status de pandemia em 2020. A última vez que uma doença havia sido classificada dessa forma foi em 2009 com a gripe A (conhecida também como gripe suína), que se espalhou por todos os continentes. Uma das maiores pandemias já ocorridas foi a de gripe espanhola (1918 a 1920), que deixou um saldo superior a 50 milhões de mortos.
Uma pandemia é mais difícil de administrar e conter porque há governos de vários países envolvidos, tomando suas próprias medidas de contenção. De acordo com historiadores, há duas formas de uma pandemia chegar ao fim, a primeira é através de respostas no campo médico, seja por meio de vacinas, medicamentos eficazes no tratamento da enfermidade ou a redução do número de casos naturalmente.
A outra forma é através de um fim social, ou seja, as pessoas aprendem a conviver com a doença e com a possibilidade de se infectar eventualmente. Ao longo do ano de 2020, muito se ouviu falar a respeito da possibilidade de abertura da economia e volta da convivência social. É importante ressaltar que aguardar soluções científicas e médicas é a forma mais segura de preservar os mais suscetíveis.
Por fim, endemia é uma classificação atribuída à frequência de casos confirmados de uma doença em uma região específica, sem relação com a quantidade de afetados. Um exemplo é o da febre amarela, que é classificada como endêmica na região Norte do Brasil pela frequência de registro de casos.
Ações médico-sanitárias têm um papel essencial no controle e eliminação de endemias. Campanhas de vacinação, orientações a respeito de cuidados de higiene, ampliação do acesso à rede de esgoto, conscientização de ações para conter o surgimento de vetores, como o aedes aegypti, entre outras medidas, se mostram efetivas para a eliminação de doenças, como febre amarela, poliomielite e leishmaniose.
Agora que você já sabe qual é a diferença ente surto, epidemia, pandemia e endemia, poderá usar essas informações ao responder questões do Enem e vestibulares e até citá-las em sua redação, caso o tema permita.