As mudanças climáticas deixaram de ser uma ameaça e passaram a ganhar contornos mais reais através de uma série de desastres ambientais que vêm ocorrendo no mundo.
Em um momento em que podemos sentir, literalmente, na pele o aquecimento global e outros efeitos dessa mudança é difícil permanecer indiferente. Foi nesse contexto que surgiu um novo problema de saúde mental que precisa ser considerado, a eco-ansiedade.
No artigo a seguir iremos explicá-la em detalhes, acompanhe!
Nos últimos anos, a saúde mental passou a fazer parte de diversos debates midiáticos. Tem se falado mais sobre problemas como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Juntou-se recentemente a essa lista de problemas de ordem mental a chamada eco-ansiedade. Diferentemente dos outros itens mencionados, ainda não é tão conhecida do grande público.
A eco-ansiedade tem como característica principal o medo crônico de que aconteça algum desastre ambiental resultante das mudanças climáticas. Esse novo tipo de ansiedade já foi observada em diferentes faixas etárias. As pessoas afetadas costumam ter um comportamento irrequieto no que diz respeito ao futuro e a vida das próximas gerações.
Mesmo o mundo passando realmente por sérios problemas ambientais, é essencial estar no controle dos próprios sentimentos. Alinhar as responsabilidades e medos com a realidade é imprescindível para não se desesperar.
Obviamente, que a contribuição de cada um é essencial para construir uma sociedade mais sustentável, mas não podemos nos esquecer de que são as grandes empresas as maiores responsáveis pela crise climática. Cabe às lideranças políticas tomarem decisões com impacto significativo para mudar essa realidade.
A preocupação com o seu futuro e o futuro das próximas gerações é legítima, no entanto, não pode levar a uma culpa que não te pertence. Estar bem informado sobre as mudanças climáticas é relevante, mas tenha cuidado para não permanecer focado apenas nesse tema. Busque por fontes confiáveis de informação e leia também a respeito de ações positivas que estejam sendo feitas nesse sentido.
A eco-ansiedade está cada vez mais presente na sociedade atual, tornando-se urgente o reconhecimento de seus sintomas e potenciais complicações para os indivíduos. A partir do entendimento de que outros problemas ambientais surgirão, é necessário estar pronto para orientar os acometidos por essa ansiedade.
Infelizmente, as consequências das mudanças climáticas estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. A região central do país, por exemplo, vem observando uma redução significativa de chuvas.
O nível do mar, resultado do derretimento das geleiras, também vem se elevando. Algumas cidades litorâneas e países insulares irão desaparecer. Olhando para esse cenário, realmente fica um pouco difícil manter-se apático. A possibilidade de que a vida como conhecemos deixe de existir é relativamente alta.
A Universidade de Bath, no Reino Unido, realizou um estudo com dez mil voluntários de dez países diferentes. Nesse estudo, a conclusão foi a de que praticamente metade deles percebia em algum grau os impactos da preocupação com as mudanças climáticas na sua vida.
O futuro era considerado assustador para 75% dos participantes. O medo do que nos espera e a sensação de impotência desencadeiam uma ansiedade de viés ecológico que nos tira do eixo.
Certamente, um dos fatores que contribuíram para a difusão da eco-ansiedade é a onipresença das mudanças climáticas nas mídias. Todos os dias, somos expostos a reportagens e conteúdos sobre como a vida do ser humano está mudando e sobre como o planeta está se transformando. Os desastres ambientais são divulgados com riqueza de detalhes e em tempo real, causando ainda mais impacto nos espectadores.
A partir do momento em que as pessoas consomem esses conteúdos ininterruptamente, podem passar a desenvolver uma sensação de culpa e desespero. Indivíduos que pouco sabiam ou que adotavam uma postura passiva diante das questões ambientais passam a despertar seu senso crítico para o tema. Um número maior de pessoas está sendo impactado pela conscientização da situação ambiental delicada do planeta.
O termo saúde mental vem sendo bastante debatido em diferentes mídias, deixando no passado alguns estigmas. Embora ainda existam pessoas que questionem a seriedade de doenças como a depressão, precisamos reconhecer que há uma conscientização bem mais ampla.
A difusão da informação a respeito de problemas de saúde mental fez com que quadros depressivos e ansiosos saíssem de um lugar discriminatório para um lugar de preocupação médica.
A eco-ansiedade é mais uma doença da esfera da saúde mental que aos poucos está sendo desmistificada. Em parte porque muitas pessoas já convivem com as consequências diretas das mudanças climáticas.
Populações inteiras têm se deslocado devido aos desastres ambientais ou por não ter acesso a recursos básicos, como água potável. Esse é um problema real que está tendo consequências no presente.
Algumas pessoas se encontram em uma situação mais vulnerável à eco-ansiedade do que outras. Geralmente, essa preocupação se mostra mais forte naquelas que já têm algum tipo de transtorno mental ou que estão inseridas nas camadas menos favorecidas da sociedade. Quanto mais expostas às mudanças climáticas, mais os indivíduos têm chances de desenvolver a eco-ansiedade.
É normal ter alguma preocupação em relação às mudanças climáticas e às consequências delas. No entanto, quando esse sentimento ultrapassa os limites do controle emocional pode comprometer a qualidade de vida dos indivíduos, impedindo-os de seguir em frente.
Quando uma pessoa identifica que está com um sentimento enraizado e muito difícil de resolver, é essencial procurar ajuda profissional. O acompanhamento psicológico é determinante para reassumir o controle da sua vida. Em paralelo, você pode fazer a sua parte para ajudar o meio ambiente.
A eco-ansiedade é uma realidade desse contexto atual e precisa ser encarada com seriedade.