Desafios para o combate à dengue no Brasil

Ao longo dos últimos anos, os desafios do combate à dengue no Brasil foram mudando. A escalada do número de casos da doença em diferentes regiões do Brasil, em 2024, acendeu o sinal de alerta. É crucial buscar formas de enfrentamento ao vírus e ao mosquito vetor da doença.

A importância do combate à dengue no Brasil

A dengue se tornou um problema de saúde pública em nível nacional, pois a doença apresenta crescente número de casos em diferentes regiões. Para que o problema seja devidamente sanado é emergencial a adoção de medidas de combate ao mosquito transmissor e ao vírus.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em 2024, foram mais de meio milhão de casos de dengue. Nesse ranking, o Paraná está em quarto lugar entre os estados com maior incidência da doença. 

Dengue: problema global

Em fevereiro de 2024, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), visitou o Brasil. Nessa oportunidade, ele enfatizou que o Brasil faz parte de um aumento alarmante de casos em escala global. No decorrer de 2023, foram mais de 500 milhões de casos e 5 mil mortes em quase 80 países.

Um dos possíveis fatores apontados como agravantes da situação, por Tedros, é o fenômeno El Niño que levou ao aumento das temperaturas globais. O desequilíbrio ambiental é um agravante na proliferação dos mosquitos, os vetores da doença. 

Vacina

A implementação da vacina no Programa Nacional de Imunização é um passo bastante importante, porém, essa ação deve ser complementada por outras, como:

  • Prevenção;
  • Vigilância;
  • Participação popular massiva no combate e eliminação do vetor.

Atualmente, a dengue ainda representa um desafio para a saúde pública brasileira. 

Desafios do combate à dengue no Brasil

O combate à dengue exige a combinação do esforço do poder público e participação popular para eliminar os focos de Aedes aegypti. O mosquito vetor da doença pode estar presente em áreas residenciais e quintais, assim como parques, praças e outras áreas de uso comum. Esse mosquito coabita ambientes com humanos.

Há estratégias em curso para reduzir o impacto que esse mosquito tem na propagação da doença. Uma das ações é a modificação genética de alguns mosquitos e o uso da técnica de Wolbachia. Além disso, também existe a medida de incorporação da vacina no Programa Nacional de Imunizações. 

Um ponto importante de observar em relação ao combate do Aedes aegypti é o viés social que há na proliferação do mosquito. Há mais casos em regiões com menor acesso a recursos. Populações mais vulneráveis socialmente estão mais suscetíveis à ação do mosquito, por isso é essencial aliar medidas educativas com práticas de prevenção. 

Combate ao Aedes aegypti e outras estratégias de prevenção

O mosquito Aedes aegypti é vetor não somente da dengue, mas também de outras doenças como chikungunya e zika. Porém, no contexto atual, há outros desafios além da proliferação do mosquito. A drástica redução da biodiversidade e o aquecimento global vêm alterando o ciclo dos vetores e também a dinâmica de transmissão do vírus.

Essas mudanças impactam diretamente no ciclo biológico dos mosquitos que têm sua sobrevivência dependendo de fatores como:

  • Pluviosidade – disponibilidade de locais com água para a postura de ovos;
  • Temperaturas elevadas para que esses ovos eclodam dando origem a mais mosquitos adultos.

Os dois fatores contribuíram para a dispersão dos mosquitos vetores e o consequente espalhamento da doença para áreas que antes estavam livres. Tais áreas contavam com condições adversas para a proliferação do mosquito, mas agora podem atender às suas demandas.

Mudanças nos vetores

Os vetores da dengue, assim como outras arboviroses, possuem potencial de chegar a distâncias mais longas e a altitudes mais elevadas. A propagação do vírus passa a ocorrer em maior escala. Os fatores supramencionados podem alterar o tempo de replicação do vírus no mosquito, o chamado período de incubação extrínseco. 

O mosquito se torna competente para infectar pessoas em um período mais curto. Além disso, temos como agravante a resistência do mosquito ao uso de inseticidas. Mais um recurso usado como combate ao mosquito, e consequentemente a dengue, que se torna menos eficaz. 

Vacina

Ainda não temos uma forma definitiva de erradicação da dengue. Essa é uma doença complexa que pode ser causada por quatro vírus com relação entre si, mas diferentes, sendo: dengue 1, 2, 3 e 4. Os quatro vírus podem co-circular numa mesma região. 

A doença é uma imunopatologia, ou seja, os seus sinais clínicos têm relação com a resposta do hospedeiro à infecção, um fator que aumenta o desafio. Nesse cenário, a vacina é um aliado poderoso. 

Porém, como o fabricante consegue produzir um número bastante reduzido de doses, as mesmas foram destinadas a grupos com maior vulnerabilidade e áreas mais impactadas. Então a vacina ainda é um aliado limitado. 

Medidas de combate ao mosquito

Confira abaixo as principais medidas de combate ao mosquito, vetor de transmissão da dengue:

  • Eliminar os criadouros; 
  • Uso de barreiras físicas como telas e repelentes;
  • Ações do poder público; 
  • Uso de ferramentas para enfrentar a dengue e outras arboviroses transmitidas por artrópodes. 

Para o combate da dengue é essencial adotar uma abordagem mais ampla e realizar ações coordenadas. É crucial que haja conscientização da gravidade da situação e como o aumento da doença é desastroso. 

Agora você sabe mais sobre os desafios de combate à dengue no Brasil. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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