O movimento artístico conhecido como Dadaísmo, ou simplesmente “Dadá”, tinha como seu lema “a destruição também é criação”. Integrante das vanguardas europeias do século XX, foi o impulsionador de ideias surrealistas e se caracterizava por ser antirracionalista, ilógico e de protesto. Continue lendo para saber mais.
O clima entre as principais nações europeias era de grande tensão no começo do século XX. Havia uma forte política de expansão neocolonialista, que foi iniciada um século antes. Cada país acreditava ser superior e ter o direito de dominar os demais.
Essa rivalidade alimentou a corrida armamentista, afinal cada nação queria garantir para si o poder sobre as outras. Acordos foram firmados entre as nações para que pudessem acumular entre si material bélico. O conflito eclodiu efetivamente, em 1914, dando início a Primeira Guerra Mundial que teve fim somente em 1918.
Paralelamente à tensão política, havia também euforia em relação às inovações tecnológicas do começo do século passado. Dentre essas inovações estavam o telégrafo sem fio, o telefone, o aparelho de raio-x, o cinema, o avião e o automóvel. O novo século estava predominado pela velocidade e pela tecnologia.
Parte dos artistas se mostrava descrente da civilização, pois havia grande contraste entre o progresso social alardeado e as mortes na guerra. Esses artistas eram alimentados por uma chama anárquica e questionadora, o que levou ao movimento dadaísta.
O Dadaísmo foi um movimento artístico integrante das chamadas vanguardas europeias do século XX. Também chamado de “Dadá”, tinha como seu lema: “a destruição também é criação”.
O movimento é considerado como o propulsor das ideias surrealistas e apresenta caráter de protesto, antirracionalista e ilógico. Por meio da ironia, questionava a arte, especialmente o seu contexto histórico.
Algumas das principais características do Dadaísmo são:
Em 1916, o Cabaret Voltaire foi fundado pelos artistas e agitadores:
A ideia dos artistas era ter um lugar próprio para manifestações políticas e artísticas em Zurique, na Suíça. Um grupo de artistas refugiados inaugurou uma manifestação de arte. Os pintores, poetas e escritores que compunham esse grupo tinham tendências anarquistas.
Foi nesse contexto, que o poeta romeno Tristan Tzara (1896-1963) criou o Movimento Dadaísta juntamente com os artistas Hugo Ball (1886-1927) e Hans Arp (1886-1966). A criação se deu em meados da Primeira Guerra Mundial.
A proposta desse movimento artístico era irreverente e espontânea estando pautada na irracionalidade, ironia, absurdo, liberdade e pessimismo. O objetivo principal era chocar a burguesia e promover a crítica da arte tradicionalista assim como o sistema e a guerra.
O nome “dadaísmo” foi escolhido de forma aleatória. Os artistas reunidos decidiram escolher um termo do dicionário que indicasse algo ilógico. No francês, o termo “dadá” significa “cavalo de madeira”. O dadaísmo é considerado como um movimento antiartístico por questionar a arte e por buscar o caótico e o imperfeito.
O dadaísmo, juntamente com outras vanguardas artísticas europeias do começo do século passado, teve influência no movimento modernista brasileiro. Essa influência se deu especialmente após a Semana de Arte Moderna.
Essa influência pode ser notada na literatura através de alguns escritores como Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Também podemos observar essa influência no “teatro de experiência” de Flávio de Carvalho e nas pinturas de Ismael Nery.
O movimento dadaísta também se difundiu nas artes plásticas e na literatura. Os poetas dadaístas tinham como principal característica de seu trabalho, a disposição aleatória das palavras.
Essa forma de construção dos poemas denota a falta de lógica e a irracionalidade próprias do dadaísmo. Rimas e a construção da poética eram banalizadas. Tristan Tzara, destacava a importância de dar ênfase para a sonoridade das palavras em detrimento do seu significado.
De acordo com Tristan Tzara, para fazer um poema dadaísta era necessário:
Seguindo esses passos o escritor produziria uma obra única e totalmente original, mesmo que fosse incompreensível para o público.
Confira abaixo alguns artistas plásticos e poetas que integraram o movimento dadaísta:
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