Expectativa de vida pós-pandemia – Entenda os efeitos da Covid-19 no Brasil

A expectativa de vida pós-pandemia da Covid-19, no Brasil, foi reduzida em 4,4 anos, aproximadamente. Essa conclusão foi obtida por um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo foi publicado em 2022. Continue lendo para entender melhor a questão.

Redução da expectativa de vida pós-pandemia

Como citamos no início do artigo, a expectativa de vida dos brasileiros no pós-pandemia, sofreu uma redução média de 4,4 anos. Em 2019, antes da pandemia do novo coronavírus, a média de longevidade dos brasileiros era de 76,6 anos. Apenas no período entre março de 2020 e dezembro de 2021, essa expectativa caiu para 72,2 anos.

O tempo prolongado de ápice da crise sanitária foi decisivo para reduzir a expectativa de vida dos brasileiros. A sobrecarga dos hospitais e o número elevado de mortes contribuíram para essa redução, que tende a se manter enquanto houver resquícios da pandemia. 

Para reverter essa situação de queda da expectativa de vida no Brasil, é necessário eliminar a crise sanitária por completo. Depois da superação da pandemia de Covid-19, será preciso fazer um forte investimento na área da saúde, visando o longo prazo.

Redução da População Economicamente Ativa (PEA)

Além de identificar a redução da expectativa de vida dos brasileiros, o levantamento do Ipea também ajudou a compreender como ficará o cenário socioeconômico do Brasil. De acordo com esse estudo, a crise sanitária irá desacelerar o crescimento de mão de obra por pelo menos uma década.

Na prática, isso significa que o país terá um número menor de pessoas compondo o grupo da População Economicamente Ativa (PEA). A consequência dessa diminuição é ter menos trabalhadores ativos. 

Durante a pandemia, houve milhares de mortes e os casais passaram a adiar os planos de ter filhos. Logo, a taxa de natalidade sofreu grande queda. Ao que indica o estudo, a população brasileira deve diminuir consideravelmente nos próximos anos. A tendência é que a população envelheça e a taxa de natalidade continue em queda.

Em 2020, o Brasil contava com uma população de 204,6 milhões de cidadãos. Segundo o levantamento do Ipea, é previsto um crescimento tímido até 2025 com a expectativa de chegar à casa de 212,2 milhões de cidadãos. 

Em contrapartida, em 2030 estima-se que a população brasileira deve ser de 209,7 milhões. Acredita-se que ao longo dos anos haverá ainda mais queda na taxa de natalidade. A consequência é que o Brasil terá uma população mais velha que não será renovada com o mesmo ritmo de antes da pandemia. 

Efeito catastrófico

Segundo especialistas, o efeito catastrófico de uma pandemia, como a de Covid-19, é bastante acentuado na redução da expectativa de vida. Inclusive, quem atua nessa área reforça que é necessário um acontecimento realmente grandioso para afetar essa média.

A expectativa de vida é gradativa ao longo das décadas anteriores, contudo, quando ocorre um efeito catastrófico, essa média pode ser influenciada. A pandemia gerou um número acentuado de óbitos em uma faixa etária precoce. Assim, a média de anos potenciais de vida é puxada para baixo. 

Incertezas 

A pandemia de Covid-19 gerou uma série de dificuldades e trouxe à tona várias dúvidas da população a respeito do futuro. Nesse contexto, é compreensível que os casais pensem mais antes de tomar a decisão de aumentar a família. O momento de luto reduz a predisposição de pensar em novas vidas e construção de um futuro. 

Além disso, devemos observar que a população das faixas etárias mais jovens sofreu uma redução inesperada. Os efeitos de uma pandemia perduram por mais tempo além do fim da crise sanitária. As consequências deixadas pela ação do coronavírus serão sentidas por muitos anos. 

A diferença da redução entre os estados brasileiros 

As regiões Norte e Nordeste do Brasil apresentaram as maiores reduções na expectativa de vida pós-pandemia. Observa-se os resultados mais críticos nos estados que possuem os piores indicadores sociais, como falta de acesso à infraestrutura e desigualdade de renda. 

Essas conclusões de diferenças entre os estados foram obtidas pela pesquisa Reduction in Life Expectancy in Brazil after covid-19 (Redução da expectativa de vida no Brasil após Covid-19). 

O estado do Amazonas foi o que apresentou a maior redução de idade, absoluta e relativa, entre os estados de acordo com a pesquisa. Nesse estado, a queda foi de 3,46 anos. O Amapá aparece em seguida, com uma redução de 3,18 anos. Na terceira posição está o estado do Pará, com redução de 2,71 anos. 

Os estados da região Sul do Brasil foram os menos afetados e, dessa forma, apresentam uma redução menos acentuada da expectativa de vida. Esse levantamento indicou que a disponibilidade de médicos e leitos hospitalares foram essenciais para essa realidade. 

Os efeitos do pós-pandemia de Covid-19 ainda serão sentidos por muitos anos. Para conferir mais conteúdos como este, navegue pelo blog do Hexag!

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