O consumo de ultraprocessados vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, cenário que representa um problema de saúde pública em potencial. Seja pela maior praticidade ou pelo sabor artificial marcante, esses alimentos são responsáveis por um número crescente de óbitos no mundo todo.
Os alimentos ultraprocessados são muito mais práticos de consumir, comparativamente com alimentos naturais que demandam processos de cozimento. No entanto, geram uma série de prejuízos para a saúde daqueles que os consomem. Há um número crescente de mortes prematuras associadas a esse consumo.
Estima-se que o número de óbitos decorrentes do consumo de ultraprocessados esteja próximo a 57 mil por ano, no Brasil. Esse dado é de um estudo realizado por pesquisadores das seguintes instituições:
Um ponto interessante de citar é que esse é o primeiro estudo que estima o número de mortes prematuras ligadas ao consumo de ultraprocessados em um país. O objetivo dessa pesquisa era definir a porcentagem de mortes por causas ligadas ao consumo de ultraprocessados.
Essa pesquisa usou como base os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a ingestão calórica de ultraprocessados. Também houve a avaliação do impacto do consumo desse tipo de alimento na vida dos brasileiros. Os pesquisadores puderam observar não somente nutrientes críticos, mas o padrão alimentar.
Os alimentos categorizados como ultraprocessados são aqueles cuja composição é feita de substâncias derivadas de alimentos com pouca ou nenhuma porção daquela comida. Trata-se de um tipo de comida bastante artificial.
Para atender objetivos comerciais são adicionados sal, açúcar e gorduras aos aditivos desenvolvidos em laboratório como corantes artificiais, emulsificadores e aromatizantes.
Produzidos em escala industrial, esses alimentos se destacam por oferecer satisfação ao paladar. Tem ainda o fato de serem mais fáceis de consumir no dia a dia, em uma rotina atribulada. Muitos ultraprocessados são embalados em porções individuais.
Uma das características mais marcantes dos ultraprocessados é o fato de apresentarem baixíssimo teor nutritivo como fibras e vitaminas. Paralelamente, esses alimentos possuem grande quantidade de nutrientes críticos como sódio, gorduras trans, gorduras saturadas e açúcar.
Esses alimentos passam por um método de processamento que visa aumentar a palatabilidade e a durabilidade da comida, o que acarreta:
O consumo frequente de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Confira abaixo uma lista de doenças que tem seu risco potencializado por esses alimentos:
Entre os anos de 2002/2003 e 2017/2018, a ingestão calórica proveniente de ultraprocessados, cresceu de 14,3% para 19,4%. No mesmo período, de acordo com dados do IBGE, o percentual de obesidade entre pessoas de 20 anos ou mais aumentou de 12,2% para 26,8%.
Há grande preocupação em relação ao consumo de alimentos ultraprocessados pela população brasileira. Como citamos anteriormente, uma alimentação baseada em baixos teores nutritivos pode acarretar numa série de doenças, que por sua vez se tornam um problema de saúde pública.
É fundamental que a alimentação seja analisada não somente sob um viés nutritivo, mas também de acordo com o padrão alimentar brasileiro. O consumo de ultraprocessados vem aumentando nos últimos anos entre um grupo específico, as famílias mais pobres. Trata-se de um dado bastante preocupante.
O ideal é que haja a busca por um padrão alimentar mais saudável com a redução do consumo dos alimentos ultraprocessados. A escolha por uma mesa mais saudável deveria ser feita não somente no tocante à educação alimentar, mas no sistema de produção alimentícia.
Além de representar um grande risco para a saúde, os alimentos ultraprocessados demandam maior uso de água em sua produção e na pegada de carbono. Comparativamente com os alimentos frescos, os ultraprocessados representam muito mais uso de recursos para serem produzidos.
Sendo assim é fundamental a redução do consumo de ultraprocessados não somente visando o aumento da saúde humana, mas também a redução de impactos ao meio ambiente. Para reduzir drasticamente o consumo de ultraprocessados é possível adotar algumas medidas como:
A adoção de políticas públicas no sentido de potencializar o acesso e o consumo de alimentos saudáveis é essencial para mudar o cenário atual. Assim, a saúde da população brasileira melhoraria consideravelmente, reduzindo o impacto dos atendimentos pela máquina pública.
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