Conheça Oppenheimer, o pai da bomba atômica

Julius Robert Oppenheimer foi um importante físico estadunidense que se tornou conhecido pela alcunha de “pai da bomba atômica”. Ele liderou o Projeto Manhattan, do governo dos Estados Unidos, responsável pela confecção das bombas nucleares lançadas em Hiroshima e Nagasaki, em 1945.  

Quem foi Julius Robert Oppenheimer?

Nascido em 22 de abril de 1904, em Nova York, Julius Robert Oppenheimer foi um físico teórico creditado como o “pai da bomba atômica”. Ele era filho de um casal de imigrantes judeus de origem alemã que conquistou fortuna nos Estados Unidos atuando no setor têxtil. 

Foi o líder do Projeto Manhattan, cujo foco era a construção de bombas nucleares, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu trabalho culminou na confecção e uso das bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. O bombardeio nuclear resultou em mais de 140 mil pessoas mortas. 

Da Química para a Física

Oppenheimer se graduou em Química, em 1925, na importante Universidade de Harvard. Contudo, logo percebeu que sua grande paixão era a Física e se graduou na área na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Em 1927, concluiu seu doutorado na Universidade de Göttingen, na Alemanha.

A carreira acadêmica de Oppenheimer

O físico retornou aos Estados Unidos, em 1927, e um ano depois já estava consolidado na carreira acadêmica. Ele passou a dar aulas no Instituto Tecnológico da Califórnia e na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Fez importantes contribuições para o campo da física teórica em áreas como mecânica quântica e física nuclear. 

Projeto Manhattan

Oppenheimer e outros cientistas da época como Albert Einstein, Eugene Wigner e Leo Szilard, identificaram a necessidade de criar uma arma poderosa antes dos nazistas. Com esse objetivo, físicos, químicos e pesquisadores estadunidenses e europeus se juntaram. Assim nasceu o Projeto Manhattan que foi liderado por Oppenheimer. 

O físico recebeu a incumbência de dirigir o Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México. Lá, em 1945, foi testada com sucesso a primeira bomba atômica do mundo. Foram necessários muitos meses de pesquisa para a construção das bombas.

Little Boy e Fat Man

O trabalho de Oppenheimer deu origem às duas bombas de fissão usadas para bombardear Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Little Boy (“menininho” em português) foi o código usado para a bomba de Urânio-235, usada em Hiroshima, no dia 06 de agosto de 1945. 

Por sua vez, Fat Man (“homem gordo” em português) foi o código usado para a bomba atômica lançada sobre Nagasaki, em 09 de agosto de 1945. Essa bomba utilizava como carga explosiva plutônio-239. O lançamento das bombas atômicas acarretou milhares de mortes e grande destruição.

Comitê Consultivo Geral

Após o término da Segunda Guerra Mundial, os outros cientistas que trabalharam na construção das bombas atômicas, passaram a ser vistos como heróis. Oppenheimer foi então nomeado como presidente do Comitê Consultivo Geral, parte da recém-criada Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos (CEA).

O físico fez lobby para que houvesse controle internacional da energia nuclear. Ele desejava evitar uma corrida armamentista nuclear com a União Soviética. Num debate governamental, realizado em 1949-1950, ele fez forte oposição a construção de uma bomba de hidrogênio. 

Posições polêmicas e “ameaça vermelha”

Oppenheimer adotou outras posições consideradas politicamente polêmicas em relação à defesa dos Estados Unidos. Algumas facções militares e mais radicais do governo estadunidense passaram a enxergar o físico como um inimigo. Nesse período, os EUA viviam a chamada “segunda ameaça vermelha”.

Os posicionamentos polêmicos e ligações anteriores de Oppenheimer com pessoas e organizações filiadas ao Partido Comunista culminaram na revogação da sua habilitação de segurança, em 1954. O cientista demonstrou em entrevistas estar arrependido de sua contribuição para a construção da bomba atômica.

Dedicação aos estudos

Com o despojamento de sua influência política, Oppenheimer passou a se dedicar aos estudos e a ministrar palestras de física. Após nove anos da revogação, o então presidente John F. Kennedy ordenou que o físico recebesse o Prêmio Enrico Fermi. Esse foi um gesto foi uma espécie de reabilitação política de Oppenheimer.

Em 2022, após cinquenta cinco anos do falecimento do físico, o governo dos Estados Unidos anulou a decisão de 1954. A lealdade de Oppenheimer foi reafirmada lhe devolvendo o status de aliado. 

Contribuições de Oppenheimer para a Física

Dentre as contribuições das pesquisas de Oppenheimer para a Física podemos citar:

  • Aproximação de Born-Oppenheimer para funções de onda moleculares;
  • Trabalho na teoria de elétrons e pósitrons;
  • Processo Oppenheimer-Phillips na fusão nuclear;
  • Primeira previsão do tunelamento quântico;
  • Contribuiu ainda, junto a seus alunos, com a teoria moderna sobre estrelas de nêutrons e buracos negros; 
  • Contribuiu ainda com a mecânica quântica, teoria quântica de campos e interações de raios cósmicos;
  • Foi um dos fundadores da escola americana de física teórica que ganhou relevância na década de 1930. 

A morte de Oppenheimer

Em 18 de fevereiro de 1967, Oppenheimer faleceu na cidade de Princeton, Nova Jérsei, nos Estados Unidos. O motivo de sua morte foi o agravamento de um câncer de garganta. O físico fumou muito durante a vida toda. 

Agora você conhece mais sobre a trajetória de Julius Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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