Conflito Israel-Palestina: entenda as origens, evolução e seu impacto atual

O conflito Israel-Palestina voltou às manchetes em 2023, mas suas origens remontam a períodos anteriores. No artigo a seguir explicaremos com mais detalhes essa disputa territorial que se acirrou a partir de 1948 com a criação do Estado de Israel. 

Qual é a origem do conflito Israel-Palestina?

O território da Palestina fica situado entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. Essa região estava sob o domínio do Império Otomano até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Esse império foi dissolvido algum tempo depois. 

A partir de 1917, o território passou a ser administrado pela Inglaterra. Estima-se que até 1946, a Palestina era habitada por aproximadamente 1,2 milhão de árabes e 608 mil judeus. 

Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os judeus passaram a migrar para a região. O objetivo era estabelecer um novo lar e fugir das perseguições na Europa. Essa área é denominada como “Terra Santa” ou “Terra Prometida” pelos judeus. Porém, o lugar também é sagrado para cristãos e muçulmanos. 

Conheça as causas do conflito Israel-Palestina

O conflito Israel-Palestina tem causas em tempos remotos. A expulsão dos judeus pelos romanos, no ano 70 d.C., é considerada o marco inicial. Nesse período, os judeus se deslocaram para o norte da África e para a Europa. 

A Europa assistiu a ascensão de uma onda de nacionalismos, no século XIX. Com isso as ideias sionistas do húngaro Theodor Herzl (1860-1904) ganharam adeptos. Basicamente, essas ideias giram em torno da defesa de que o lar dos judeus deve ser o “Sião” ou a terra de Israel, a Palestina. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, 6 milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração nazistas sob o comando de Adolf Hitler (1889-1945). Em 1945, após o fim do conflito, os judeus sionistas passaram a pressionar pela criação do Estado Judeu. 

A causa do Estado Judeu recebeu forte apoio internacional, principalmente dos Estados Unidos. Em 1948-1949, a região foi dividida em três partes: 

  • Estado de Israel;
  • Cisjordânia;
  • Faixa de Gaza.

Divisão da ONU

De acordo com a divisão prevista pela ONU (Organização das Nações Unidas), 55% do território seria dos judeus e 44% dos palestinos. Como as cidades de Belém e Jerusalém possuem significado religioso para judeus, cristãos e muçulmanos, seriam consideradas território internacional. Os representantes árabes não aceitaram essas determinações. 

Fundação do Estado de Israel

O Estado de Israel foi fundado no dia 14 de maio de 1948, após a saída dos ingleses. Egito, Jordânia, Síria e Iraque se uniram e invadiram Israel no dia seguinte a sua fundação. Tinha início a Guerra da Independência também chamada de Nakba ou “catástrofe” pelos árabes. 

O conflito chegou ao fim em 1949, o resultado foi a expulsão de 750 mil palestinos que passaram a viver como refugiados. Esse movimento tornou-se conhecido como “êxodo de Nakba”. Israel ampliou o seu território em 50% e passou a ocupar 78% do território dos palestinos. 

A comunidade internacional não questionou o avanço israelense. Em 1956, Israel disputou com o Egito o controle sobre o Canal de Suez. A ONU determinou que o direito de exploração pertencia a Israel. Em 1959, foi criada a OLP (Organização para a Libertação da Palestina). Somente em 1974, a organização foi reconhecida pela ONU.

Guerra dos Seis Dias (1967)

Em 1967, ocorreu a chamada Guerra dos Seis Dias que rendeu algumas conquistas para Israel: 

  • A ocupação da Faixa de Gaza;
  • A Península do Sinai;
  • A Cisjordânia;
  • As Colinas de Golã, na Síria.

Nesse cenário, meio milhão de palestinos fugiram. O Conselho de Segurança da ONU aprovou então a Resolução 242 que torna inadmissível a aquisição de territórios por meio da força. Todos os estados da região deveriam coexistir pacificamente. 

Guerra de Yom Kippur

Em 1973, ocorreu a chamada Guerra de Yom Kippur (dia sagrado judeu), entre os dias 6 a 26 de outubro. Os árabes tentaram reaver o território ocupado. No entanto, apenas em 1979, Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito. Um acordo de paz foi assinado. 

Terra Prometida

Os judeus consideram a região entre a África e o Oriente Médio (onde está situada a Palestina) como a sua “Terra Prometida”. Essa crença está baseada em fontes bíblicas, pois seria essa a região que Deus teria prometido ao profeta Abraão. 

Os chamados patriarcas bíblicos teriam recebido, após o Êxodo, os territórios que atualmente correspondem:

  • Ao Estado de Israel;
  • A Palestina;
  • A Cisjordânia;
  • A Jordânia Ocidental;
  • Ao sul do Líbano;
  • Ao sul da Síria. 

A partir dessa alegação, os judeus sionistas exigem a ocupação total do território. Os árabes rejeitam esse direito a partir da promessa bíblica, pois alegam que Ismael, filho de Abraão, é seu antepassado. Logo, essa promessa os incluiria também. Os palestinos também se baseiam no direito à ocupação de 13 séculos. 

A ocupação da Palestina

Povos amoritas, cananeus e fenícios ocuparam a região por 2 mil anos a.C., nesse período o local era chamado de Terra de Canaã. Os hebreus de origem semita chegaram entre 1,8 mil e 1,5 mil a.C.. Ocorreram, então diversas invasões:

  • Em 538 a.C. Ciro, o Grande, comandante da Pérsia, ocupou a região.
  • Em 331 a.C. Alexandre, o Grande retomou a região. 
  • Em 64 a.C. Pompeu liderou a invasão romana a região. 
  • Em 634 a.C. teve início 13 séculos de permanência muçulmana na Palestina. 
  • Entre 1099 e 1291, a Palestina foi alvo de inúmeras Cruzadas.
  • Em 1517 teve início a ocupação Otomana que perdura até 1917. 
  • A Palestina passou para o domínio do Egito após investidas da França.
  • O domínio egípcio chega ao fim em 1840 através do tratado de Londres. 
  • Em 1917, a Palestina é submetida ao domínio britânico. 
  • Em 1948, é criado o Estado de Israel. 
  • Em 1967, ocorreu a Guerra dos Seis dias. 
  • Em 1973, ocorreu a Guerra de Yom Kippur. 
  • Em 07 de outubro de 2023, o Hamas realizou um ataque surpresa e deu início à chamada Guerra Israel-Hamas.  

Agora você conhece um pouco melhor o conflito Israel-Palestina. Para conferir mais conteúdos como este e dicas para o Enem e o vestibular, acesse outros posts do blog Hexag!

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